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segunda-feira, março 31, 2025
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Os 4 pilares esquecidos da cibersegurança: como fortalecer um SOC verdadeiramente resiliente

Em um cenário cada vez mais sofisticado de ameaças cibernéticas, muitos Centros de Operações de Segurança (SOC) continuam perdendo batalhas por se apoiarem em suposições frágeis. Um relatório recente aponta: mesmo com alertas e TTPs (táticas, técnicas e procedimentos) mapeados, organizações ainda são vítimas de invasores que conseguem driblar a vigilância. O problema? Confiança cega em dados incompletos, ausência de estratégia proativa e negligência em fundamentos essenciais da segurança cibernética.

Com a complexidade crescente dos ambientes de TI e a sofisticação dos ataques, o papel do SOC precisa ir além da mera reação a alertas. É hora de retomar o controle — e isso passa por quatro pilares muitas vezes ignorados, mas críticos para a resiliência cibernética.

Recupere a vantagem do campo: faça do ambiente um território hostil ao invasor

Tradicionalmente, muitos SOCs têm operado de forma passiva, reagindo apenas ao que os sistemas de monitoramento trazem à tona. Contudo, essa abordagem deixa lacunas perigosas. A primeira mudança estratégica é assumir o controle do próprio território digital, criando um ambiente que ativamente dificulte a movimentação de invasores.

Isso inclui, por exemplo, alterações simples de configuração que tornam a escalada de privilégios ou o movimento lateral na rede um processo mais arriscado para os atacantes. Trabalhar lado a lado com a equipe de infraestrutura para reforçar sistemas operacionais, aplicações e redes é essencial — mesmo que esses ativos não estejam diretamente sob o controle do SOC.

Um ponto crítico e frequentemente esquecido são as contas de serviço. Por serem privilegiadas, elas representam uma porta de entrada valiosa para atacantes. Entender exatamente como, quando e onde essas contas são utilizadas permite desenvolver detecções mais precisas de uso indevido.

Priorize a higiene dos dados: visibilidade é poder

Sem dados precisos e bem estruturados, qualquer análise ou detecção perde valor. Ter um inventário claro de ativos, entender que tipo de logs esses ativos devem gerar e garantir que essas informações estejam, de fato, chegando ao SIEM (Security Information and Event Management) é um trabalho contínuo — e vital.

A lacuna entre o que deveria ser registrado e o que efetivamente é coletado pode representar a diferença entre detectar uma intrusão a tempo ou sofrer um vazamento silencioso. Além disso, monitorar mudanças abruptas no volume de logs é fundamental. Um aumento inesperado pode não só comprometer a integridade dos dados analisados, mas também afetar diretamente o custo e a capacidade de armazenamento da solução de SIEM.

Outro fator crítico é a documentação. Saber exatamente como os dados estão configurados facilita o diagnóstico em caso de falhas e simplifica processos de auditoria e conformidade.

Invista na capacitação contínua: tecnologia não basta sem preparo humano

O ambiente de TI evolui rapidamente. Novas tecnologias, arquiteturas e soluções exigem atualização constante — e o mesmo vale para os métodos de ataque. Apostar na formação técnica contínua da equipe do SOC, indo além de certificações básicas, é um investimento que se traduz em respostas mais eficazes diante de ameaças emergentes.

Ambientes de laboratório internos, que simulem a stack tecnológica da empresa, são fundamentais para permitir que os analistas aprendam, testem e entendam como proteger os sistemas que operam no mundo real. Aprender a “quebrar para entender” torna-se um diferencial competitivo no combate ao cibercrime.

Desmonte os silos organizacionais: colaboração é chave na resposta a incidentes

A resposta a incidentes é, por definição, um trabalho multidisciplinar. No entanto, barreiras internas entre o SOC, equipes de TI e áreas de negócio ainda dificultam uma ação coordenada e eficaz. Construir relacionamentos antes de uma crise é o primeiro passo para uma atuação integrada quando o tempo é um recurso escasso.

Com o trabalho remoto se consolidando, o isolamento entre departamentos se intensifica. Por isso, é fundamental fomentar uma cultura de colaboração e conhecimento mútuo entre áreas. Um incidente de segurança exige confiança — e ela precisa ser cultivada com antecedência.

Fundamentos negligenciados, prejuízos evitáveis

Apesar do avanço das tecnologias de detecção e resposta, são as falhas mais básicas que ainda permitem a entrada e a movimentação de invasores dentro das redes corporativas. Retomar os fundamentos — domínio do ambiente, qualidade dos dados, capacitação da equipe e integração entre áreas — não é um retrocesso, mas uma evolução necessária.

Executivos de TI e líderes de segurança devem enxergar esses pilares como alicerces para uma postura de cibersegurança verdadeiramente resiliente. Afinal, fortalecer a base é o único caminho para sustentar estratégias mais avançadas — e conter ameaças antes que elas causem estragos irreparáveis.

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