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sexta-feira, agosto 8, 2025
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45% dos CISOs admitem não acompanhar a evolução das ameaças

A transformação digital avança em ritmo acelerado, mas a postura da alta liderança de segurança cibernética ainda tropeça diante da velocidade das ameaças. Segundo o novo relatório da Trellix, “Mente do CISO: fechando a lacuna entre reação e prontidão”, 45% dos CISOs afirmam que não conseguem acompanhar a rápida evolução do cenário de ameaças. Mais alarmante: 98% dos entrevistados admitem enfrentar barreiras significativas para agir com base na inteligência que possuem.

Embora 94% considerem a inteligência de ameaças essencial, o estudo mostra um descompasso estrutural entre intenção e execução. O levantamento ouviu mais de 500 líderes de segurança em diversos setores e regiões, evidenciando um setor pressionado por novas ameaças e limitado por gargalos técnicos, regulatórios e operacionais.

A escalada das ameaças exige resposta proativa

No primeiro semestre deste ano, o volume global de ameaças atribuídas a grupos avançados cresceu 45%. Esses ataques, muitas vezes orquestrados por atores estatais ou organizações com recursos amplos, tornaram-se mais frequentes, sofisticados e automatizados. O uso de IA generativa por agentes maliciosos amplia ainda mais esse cenário.

Ainda assim, o relatório mostra que a maioria dos CISOs mantém uma abordagem reativa, tratando eventos de segurança como incidentes isolados e não como parte de uma estratégia coordenada de defesa. Isso cria um ciclo vicioso: atrasos na resposta, falhas na integração de dados e perda de visibilidade tática e estratégica.

Principais barreiras enfrentadas pelos CISOs

O relatório destaca os três principais desafios que impedem a atuação baseada em inteligência de ameaças:

  • Velocidade de evolução das ameaças (45%): o dinamismo do cibercrime supera a capacidade de atualização dos times.
  • Problemas de integração de sistemas (39%): ambientes de TI fragmentados dificultam a aplicação ágil de dados de inteligência.
  • Restrições regulatórias (38%): exigências legais e limitações de compliance inibem ações coordenadas e trocas entre parceiros.

Além disso, os processos internos ainda estão aquém do ideal: 82% dos líderes apontam deficiências na coleta de dados; 78% reconhecem falhas na análise; 79% veem problemas na incorporação da inteligência às operações; e 80% consideram o monitoramento ineficiente.

Automação e IA: o próximo passo para a maturidade

O relatório indica que organizações com postura proativa estão mais propensas a adotar tecnologias avançadas nos próximos 12 meses. Ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) e automação aparecem como prioridades claras:

  • 33% dos CISOs afirmam que análises com IA melhorariam sua capacidade de resposta.
  • 37% destacam a importância de aumentar a automação em seus ambientes.

Essas tecnologias podem acelerar a triagem de alertas, identificar padrões ocultos, reduzir o tempo de detecção e ampliar a previsibilidade frente a ataques sofisticados.

Colaboração e confiança: o valor das redes de CISOs

O estudo também chama a atenção para o poder das redes colaborativas. 95% dos entrevistados veem valor em participar de comunidades de compartilhamento de inteligência, e 89% acreditam que redes de CISOs aumentam a confiança em decisões críticas.

Essa abordagem colaborativa reduz silos informacionais, permite resposta coordenada a incidentes e fortalece a resiliência do ecossistema como um todo.

A recomendação: sair da bolha reativa

A Trellix propõe um reposicionamento urgente: inteligência de ameaças não deve ser tratada como ferramenta isolada, mas como uma competência central da cibersegurança moderna. Para isso, as organizações precisam:

  • Investir em sistemas integrados e ferramentas inovadoras;
  • Estimular a colaboração entre pares e entre setores;
  • Apoiar políticas públicas que incentivem o compartilhamento de ameaças e o uso de IA na defesa digital.

A lacuna entre saber e agir é cada vez mais cara. Empresas que esperam para reagir só após um incidente severo correm o risco de perder dados, reputação e mercado. Em um mundo onde o adversário é digital, veloz e invisível, a inteligência proativa é o único caminho para a segurança real.

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Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
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