Em 2019, a Gartner previu que, até 2025, 80% das empresas fechariam seus data centers tradicionais e migrariam para a nuvem. Contudo, essa previsão não se concretizou. De acordo com a mais recente análise da consultoria, os corporativos seguem firmes, adaptando-se às novas demandas do mercado.
Dados da Synergy Research indicam que, embora a capacidade on-premises tenha caído de 60% para 37% desde 2019, os data centers ainda desempenham um papel essencial. O investimento global no setor foi de US$ 66 bilhões em 2024, um indicativo da relevância dessa infraestrutura. Mas por que o data center corporativo continua tão relevante? Veja abaixo cinco razões principais.
1. Nem Todas as Aplicações Devem Migrar para a Nuvem
A ideia de que todas as aplicações deveriam ser migradas para a nuvem não se confirmou. Muitas aplicações legadas continuam funcionando bem em servidores locais e não exigem alterações. Além disso, questões regulatórias e de segurança têm levado empresas a manterem cargas de trabalho críticas.
Relatório do Uptime Institute mostrou que, em 2020, 58% das cargas de trabalho estavam em data centers corporativos. Esse número caiu para 48% em 2023, e a previsão para 2025 é que 43% dessas cargas ainda estejam hospedadas on-premises.
2. O Crescimento da Repatriação de Dados
Durante a pandemia, muitas empresas migraram rapidamente suas aplicações para a nuvem. No entanto, altos custos e questões de desempenho levaram muitas delas a reconsiderar essa estratégia.
Segundo uma pesquisa do IDC realizada em 2024, 80% dos decisores de TI entrevistados esperam alguma repatriação de recursos de computação e armazenamento nos próximos 12 meses. A análise identificou que workloads relacionados a IA, aplicações empresariais e banco de dados estão entre os mais propensos a serem trazidos de volta para data centers corporativos.
3. Modernização dos Data Centers com Cloud Privada
Se os corporativos eram vistos como estruturas ultrapassadas, hoje essa visão mudou. Tecnologias como virtualização, contêineres, redes definidas por software e resfriamento líquido tornaram essas instalações mais eficientes.
Empresas como HPE (GreenLake), Dell (Apex) e AWS (Outposts) oferecem soluções que transformam data centers internos em ambientes com características de nuvem privada. De acordo com a pesquisa da Forrester de 2023, 79% das empresas estão investindo na implementação de nuvens privadas dentro de seus data centers, integrando gestão híbrida para otimizar operações.
4. A Expansão da Computação em Borda (Edge Computing)
O crescimento dos dispositivos IoT impulsionou a demanda por processamento descentralizado. Relatório do IDC estima que os gastos globais com edge computing atingiram US$ 228 bilhões em 2024, com previsão de crescimento para US$ 378 bilhões até 2028.
A computação em borda reforça o papel dos data centers corporativos, garantindo latência reduzida e processamento mais próximo da origem dos dados. O IDC destaca que a infraestrutura de borda complementa data centers tradicionais, expandindo suas capacidades sem eliminá-los.
5. A Ascensão da IA Impulsiona os Data Centers Locais
A adoção de inteligência artificial cria desafios para a infraestrutúra de TI. Empresas precisam decidir entre processar IA na nuvem ou em seus próprios data centers, considerando segurança, privacidade e custos operacionais.
Segundos dados da McKinsey, até 2030, entre 35% e 40% das cargas de trabalho de IA na Europa e nos EUA estarão hospedadas localmente. A tendência é reforçada por soluções como “AI-in-a-box”, oferecidas por empresas como Nutanix e Nvidia, que permitem execução de modelos de IA em data centers corporativos.
Apesar das previsões de que os data centers corporativos desapareceriam, a realidade é outra. As empresas continuam investindo nesses ambientes, impulsionadas pela necessidade de controle, segurança, eficiência e suporte às novas tecnologias, como computação em borda e inteligência artificial.
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