O ano de 2024 foi encerrado com chave de ouro em termos de inovação na computação, mas há anos que não víamos anúncios com tamanho potencial como os que aconteceram nessas últimas semanas: o chip Willow da Google e o mini supercomputador Jetson Nano da NVIDIA.
Avanços significativos na quântica
Em dezembro, a Google anunciou na revista Nature um avanço significativo na computação quântica com o lançamento do chip Willow. Este novo processador quântico representa um salto expressivo em relação às tecnologias anteriores, graças a melhorias no design e na fabricação.
Uma das principais inovações do Willow é a capacidade de corrigir erros de forma mais eficiente, um desafio fundamental para a construção de computadores quânticos confiáveis. Essa conquista, fruto de 12 anos de pesquisa intensiva, é um marco histórico e aproxima a humanidade da construção de máquinas capazes de realizar cálculos complexos que estão além do alcance dos supercomputadores atuais e mostrou ser o primeiro grande progresso real desde a introdução da correção de erros por Peter Shor em 1995.
O chip Willow destaca-se por aumentar significativamente o tempo de vida útil dos qubits, as unidades básicas de informação quântica, de cerca de 20 para 68 µs (microssegundos). Além disso, ele apresenta uma taxa de supressão de erros superior, o que significa que é menos propenso a falhas durante os cálculos, suprimindo de forma exponencial o erro com aumento do tamanho do código de superfície a uma taxa de 2,14.
Mas o que isso significa na prática? Computadores quânticos com essas características podem revolucionar diversas áreas, como o desenvolvimento de novos medicamentos, a criação de materiais mais resistentes e a resolução de problemas complexos de otimização.
No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer até que essa tecnologia esteja disponível comercialmente. A Google identificou quatro grandes desafios que precisam ser superados para que os computadores quânticos se tornem uma realidade cotidiana.
Caminho livre para as AIs embarcadas
Não muito distante de Mount View, outro grande passo foi dado no ramo de aplicações embarcadas de grande processamento e IA IoT. O mini supercomputador Jetson Nano da NVIDIA fornece o hardware necessário para processar os mais avançados modelos de IA de forma embarcada a um preço acessível no mercado e baixo consumo energético, suportado pelas bibliotecas bem estruturadas. Sua grande vantagem é executar várias redes neurais em paralelo e processe dados de vários sensores de alta resolução simultaneamente, podendo entregar incríveis 472 GFLOPs a um consumo de 10W.
Com um processador dessas capacidades, a inovação em sistemas embarcados ganha um novo impulso, especialmente nas áreas de inteligência artificial e processamento de dados. Imagine um futuro próximo onde:
Veículos autônomos analisam dados de câmeras, LIDAR e radares em tempo real, tomando decisões mais precisas e seguras em ambientes complexos.
Robôs inteligentes com visão computacional e interação humana sofisticada realizam tarefas complexas com maior precisão e autonomia, revolucionando a indústria e os serviços.
Sistemas de segurança processam vídeos em tempo real, realizando reconhecimento facial e comportamental com alta precisão, garantindo maior segurança em ambientes públicos e privados.
Dispositivos médicos analisam imagens e sinais vitais com maior rapidez e precisão, permitindo diagnósticos mais precoces e personalizados.
Drones autônomos realizam inspeções em infraestruturas críticas com maior eficiência e segurança, coletando dados que podem ser analisados por sistemas de inteligência artificial para prever falhas e otimizar a manutenção.
Quem sabe já não veremos alguns resultados em 2025.
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