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quarta-feira, março 12, 2025
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Empresas testam 5G via satélite para eliminar “zonas mortas” e ampliar conectividade global

A última semana de fevereiro foi marcada por avanços expressivos na integração entre redes 5G e tecnologia via satélite, um movimento que promete revolucionar a conectividade em regiões remotas e ampliar a disponibilidade de redes para aplicações críticas. Em testes distintos, um consórcio europeu liderado pela Ericsson e outro projeto conduzido pela Eutelsat demonstraram com sucesso conexões 5G via satélite utilizando constelações de órbita baixa (LEO). O objetivo central dessas iniciativas é eliminar as “zonas mortas” de cobertura, oferecendo conectividade ininterrupta mesmo em locais de difícil acesso.

Europa testa 5G via satélite para substituir infraestrutura terrestre

O primeiro experimento foi realizado na Espanha, reunindo três players estratégicos: a Ericsson, responsável pela infraestrutura 5G; o Grupo Oesía, que desenvolveu terminais de satélite avançados; e a Universidade Carlos III de Madri (UC3M), que coordenou o projeto. O teste utilizou satélites da constelação OneWeb para substituir o backhaul terrestre tradicional, componente essencial para conectar as antenas 5G à rede central das operadoras.

Para validar a viabilidade do conceito, os pesquisadores implantaram uma estação base portátil (gNodeB) em uma área sem cobertura tradicional, conectando-a via satélite a um data center remoto operado pelo laboratório 5TONIC. A tecnologia utilizada para garantir a continuidade do serviço foi o Advanced Traffic Steering-Switching-Splitting (ATSSS), especificado pelo 3GPP, permitindo uma transição fluida entre conexões móveis e satelitais.

“Essa integração pioneira viabiliza uma transição perfeita entre redes móveis e satélites, garantindo operações ininterruptas para redes 5G em diversos cenários”, afirmou Manuel Lorenzo, chefe de tecnologia e inovação da Ericsson Espanha. A proposta é que essa tecnologia possa ser aplicada em situações emergenciais, como desastres naturais, além de operações industriais em locais de difícil acesso, como plataformas offshore e regiões inóspitas.

Conexão 5G sem infraestrutura terrestre: um salto rumo ao futuro

O segundo experimento, conduzido pela Eutelsat em parceria com MediaTek e Airbus Defence and Space, também utilizou satélites da constelação OneWeb para estabelecer uma conexão 5G via satélite sem necessidade de backhaul terrestre. O teste envolveu ainda empresas como Sharp, Rodhe & Schwarz e o instituto taiwanês ITRI, consolidando um esforço global para viabilizar redes móveis independentes da infraestrutura tradicional.

A equipe conseguiu conectar um terminal de usuário 5G diretamente ao satélite, transmitindo dados na banda Ku, tecnologia fundamental para redes de alto desempenho. “Esses testes pavimentam o caminho para a adoção do padrão 5G NTN (Non-Terrestrial Networks), que permitirá a interoperabilidade total entre satélites e redes terrestres, reduzindo custos e ampliando o acesso global à banda larga via satélite”, declarou a Eutelsat em comunicado.

Mingxi Fan, chefe de sistemas sem fio e engenharia ASIC da MediaTek, destacou a relevância do avanço: “Ao realizarmos conexões reais utilizando satélites LEO já em órbita, estamos cada vez mais próximos de levar a conectividade NR-NTN baseada em 3GPP para uso comercial”.

Implicações estratégicas para operadoras e empresas

A convergência entre redes 5G e satélites representa um avanço estratégico para operadoras de telecomunicações, empresas de infraestrutura e setores que dependem de conectividade contínua, como o agronegócio, mineração, energia e logística. O modelo híbrido de redes móveis e satelitais pode mitigar desafios de cobertura, especialmente em mercados emergentes e áreas de difícil acesso.

Para executivos de TI e líderes do setor, a evolução do 5G via satélite abre novas possibilidades em serviços de conectividade de alta confiabilidade, permitindo desde operações autônomas remotas até comunicações críticas em cenários adversos. Além disso, a integração com padrões 3GPP reforça a viabilidade dessa tecnologia dentro dos ecossistemas já estabelecidos, acelerando sua adoção em escala global.

Com os testes bem-sucedidos, a expectativa é que as redes 5G via satélite avancem rapidamente para implantação comercial, reduzindo custos e ampliando o alcance da conectividade de nova geração.

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