A segurança no varejo nunca foi tão crítica quanto nos dias atuais. Com o aumento das transações digitais e a complexidade das operações, as empresas enfrentam desafios constantes para evitar fraudes e ataques cibernéticos. Para discutir esse tema essencial, o Itshow entrevistou Fabi Tanaka, uma das 100 Tech Informers reconhecidas em 2025, especialista em cibersegurança e proteção de dados.
Fabi compartilhou sua visão sobre os riscos mais comuns no setor, as estratégias mais eficazes para mitigar fraudes e a importância da educação corporativa para criar um ambiente mais seguro e resiliente.
Com mais de 18 anos de experiência em cibersegurança, Fabi Tanaka é uma referência na área, atuando com monitoramento, investigação e segurança forense. Atualmente, ela ocupa o cargo de CISO – Diretora de Cibersegurança e Privacidade de Dados na Leroy Merlin, uma das maiores redes de varejo do mundo no segmento de construção, reforma e decoração.
Na Leroy Merlin, Fabi lidera iniciativas voltadas à proteção de dados, prevenção de fraudes e segurança digital, garantindo que a empresa esteja preparada para lidar com desafios cibernéticos cada vez mais sofisticados. Sua atuação envolve não apenas a implementação de tecnologias avançadas de defesa, mas também o fortalecimento da cultura de segurança entre colaboradores e parceiros da empresa.
“A segurança da informação sempre teve como elo mais fraco as pessoas, porque máquinas podem ser monitoradas, mas o comportamento humano é imprevisível”
Os Maiores Riscos de Fraude no Varejo
O varejo enfrenta ameaças internas e externas, que variam de ataques cibernéticos sofisticados a fraudes operacionais realizadas por insiders. Fabi aponta os riscos mais críticos:
1. Ataques Cibernéticos e Engenharia Social
Os ataques externos incluem ransomware, phishing, DDoS e invasões a sistemas internos. Já a engenharia social explora falhas humanas, induzindo colaboradores a revelar informações sigilosas.
2. Insider Threats: Fraudes Internas
Fraudes cometidas por funcionários ou parceiros estratégicos são um risco crescente. Isso inclui:
- Uso indevido de acessos privilegiados.
- Manipulação de sistemas para obtenção de vantagens financeiras.
- Roubo e vazamento de dados estratégicos.
3. Falhas em Processos e Sistemas
A falta de monitoramento adequado permite brechas exploradas tanto por hackers quanto por colaboradores mal-intencionados. O uso excessivo de permissões pode facilitar acessos indevidos.
Estratégias para Prevenção de Fraudes
Fabi Tanaka compartilha as melhores práticas para minimizar riscos e criar um ambiente mais seguro.
1. Gestão de Acessos e Monitoramento Contínuo
A concessão de acessos deve seguir o princípio do menor privilégio, garantindo que cada colaborador tenha apenas as permissões necessárias para suas funções. Além disso, logs de atividades e análises comportamentais ajudam a detectar anomalias antes que causem danos.
2. Educação e Cultura de Segurança
Mais do que conscientizar, Fabi enfatiza a importância da educação corporativa para criar um ambiente seguro. Ela lidera um programa com 106 influenciadores internos, responsáveis por disseminar boas práticas dentro da empresa.
“Conscientizar é essencial, mas educar vai além: significa transformar segurança em cultura organizacional” – Fabi Tanaka.
3. Parcerias com Fornecedores e Auditorias Frequentes
Empresas terceirizadas que acessam dados sensíveis precisam seguir os mesmos padrões de segurança. Auditorias regulares garantem que esses parceiros estejam alinhados às diretrizes da empresa.
4. Automação e Inteligência Artificial
Soluções baseadas em IA e Machine Learning ajudam a identificar padrões suspeitos em transações e interações digitais. Algoritmos avançados conseguem prever fraudes antes mesmo que elas ocorram.
Governança
A segurança da informação no varejo precisa estar alinhada com normas de compliance e governança, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). O trabalho conjunto entre áreas como auditoria, compliance e cibersegurança garante um ambiente mais estruturado e protegido.
A prevenção de fraudes no varejo exige uma abordagem integrada, combinando tecnologia, processos eficientes e um forte engajamento humano. Como destaca Fabi Tanaka, a segurança deve ser parte da cultura da empresa, garantindo proteção não apenas contra ameaças externas, mas também mitigando riscos internos.
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