O agronegócio brasileiro está em uma fase de crescente digitalização, com novas tecnologias que ajudam a melhorar a eficiência operacional e aumentar a produção. Porém, essa transformação também traz desafios, especialmente no que diz respeito à segurança digital. A proteção contra ciberataques tornou-se um requisito estratégico, dado o aumento do volume de dados compartilhados e processados por sistemas automatizados nas fazendas, usinas e demais unidades produtivas. Durante a segunda edição do Agro Security Summit, evento realizado em 10 de abril em Ribeirão Preto, organizado pela Gemina, profissionais e líderes do setor se reuniram para discutir a importância de soluções avançadas em segurança cibernética para o agronegócio.
A entrevista foi conduzida por Márcio Montagnani, diretor de portfólio e novos negócios da Biz Group e colunista do portal Itshow e Davison Marques, executivo de vendas da Akamai, compartilharam insights valiosos sobre como as tecnologias emergentes, como microssegmentação e segurança de APIs, estão se tornando essenciais para enfrentar as novas ameaças digitais que afetam o agronegócio.
Desafios da cibersegurança no agronegócio
O agronegócio brasileiro enfrenta desafios significativos ao lidar com a segurança digital. As interconexões entre diversos sistemas – de fazendas a usinas e entre diferentes tipos de máquinas e dispositivos – ampliam a superfície de ataque. Além disso, muitos setores da agricultura e produção agroindustrial ainda estão amadurecendo no que diz respeito à conscientização e implementação de soluções de segurança. A realidade de dispositivos conectados e dados gerados em tempo real exige uma estratégia sólida de proteção de informações e de infraestrutura.
Davison Marques destacou durante a entrevista: “O agro hoje entende que precisa ter cibersegurança também no seu negócio. Isso, para nós, é muito bom.” Ele mencionou que, há alguns anos, muitos do setor não viam a cibersegurança como uma prioridade, mas a crescente conscientização é um reflexo da evolução do setor.
Microssegmentação: a chave para aumentar a segurança
Um dos principais tópicos abordados no evento foi a microssegmentação. Essa prática consiste em dividir as redes corporativas em segmentos menores e mais controláveis, o que permite que as empresas limitem o acesso às informações de forma muito mais precisa. Ao implementar a microssegmentação, as organizações podem criar camadas adicionais de proteção que dificultam a movimentação lateral de atacantes dentro da rede, o que torna as defesas mais eficientes.
Durante a entrevista, Davison explicou: “A microssegmentação é fundamental para aumentar a segurança dos ambientes corporativos. Ela não apenas aumenta a proteção, mas também facilita a monitoração contínua e a resposta rápida a ameaças, algo essencial no cenário atual.” Ele mencionou que a demanda por essa tecnologia está crescendo, com empresas cada vez mais conscientes da sua importância para garantir a segurança da informação.
Segurança de APIs: protegendo a porta de entrada do mundo digital
O uso de APIs tem crescido exponencialmente nos últimos anos, tornando-se a espinha dorsal de muitas operações de TI. No agronegócio, o uso de APIs facilita a integração entre sistemas e a troca de dados entre dispositivos e plataformas. No entanto, esse aumento no uso de APIs também traz novos riscos à segurança, já que muitas vezes essas interfaces se tornam portas de entrada para cibercriminosos. Proteger as APIs tornou-se, portanto, uma necessidade urgente.
Davison Marques comentou sobre esse aspecto: “As APIs se tornaram portas de entrada para ameaças cibernéticas, e estamos implementando soluções para protegê-las.” Ele ressaltou que a Akamai tem trabalhado com a integração de soluções de segurança que protejam tanto as APIs já em uso quanto as que ainda estão em desenvolvimento, garantindo que a troca de dados entre sistemas seja segura.
O papel das empresas de tecnologia na segurança do setor
As empresas de tecnologia têm desempenhado um papel fundamental no avanço da cibersegurança no agronegócio. Akamai, por exemplo, está à frente no fornecimento de soluções de microssegmentação e proteção de APIs, adaptadas às necessidades específicas do setor agrícola. Com a digitalização cada vez mais presente no campo, as soluções tecnológicas que garantem a segurança das informações se tornaram um pilar essencial para a continuidade das operações.
Marques destacou que, além da tecnologia, a conscientização e a educação sobre cibersegurança dentro das empresas do setor são fundamentais. “Estamos ajudando o agro a entender a importância da segurança digital e implementando soluções robustas para proteger seus dados”, afirmou.
Perspectivas futuras: o agro na era digital
À medida que o agronegócio brasileiro se aprofunda na digitalização, espera-se que a demanda por soluções de cibersegurança se intensifique. O crescimento do uso de tecnologias emergentes, como IoT (Internet das Coisas) e inteligência artificial, trará novos desafios para a segurança digital do setor, exigindo soluções cada vez mais sofisticadas.
Davison Marques concluiu a entrevista com uma visão positiva sobre o futuro do agro no Brasil, destacando que a conscientização sobre a importância da cibersegurança está crescendo: “O agro está se preparando para um futuro mais seguro e conectado.” Ele acredita que, com a evolução das tecnologias e a implementação de medidas de segurança adequadas, o setor estará cada vez mais preparado para enfrentar os desafios cibernéticos que surgirem.
Confira abaixo a entrevista exclusiva que Davison Marques, concedeu ao Itshow durante a segunda edição do Agro Security Summit!
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