Durante a segunda edição do Agro Security Summit, realizada em 10 de abril em Ribeirão Preto, Juliano Moschen, líder de segurança cibernética da Atvos, discutiu os principais desafios e oportunidades de segurança digital no agronegócio. Em entrevista exclusiva ao portal Itshow, Moschen abordou como o setor, apesar de tradicionalmente ser menos visível, está se tornando alvo crescente de ataques cibernéticos e a necessidade urgente de adotar uma abordagem estratégica em TI.
O agronegócio como alvo de ciberataques
A crescente digitalização do agronegócio no Brasil tem colocado o setor sob risco constante de ataques cibernéticos. Durante sua participação no Agro Security Summit, Moschen destacou que, apesar de sua importância no cenário global, o agronegócio não é imune às ameaças digitais. “O agronegócio, por sua importância, passa a ser bastante visado pelos vetores de ataque. Não podemos subestimar nossa relevância apenas por não estarmos nas redes sociais ou na mídia. O agronegócio é fundamental para a segurança alimentar e para setores como energia e combustíveis.”
A falta de visibilidade digital, segundo Moschen, acaba tornando o agronegócio um alvo perfeito para criminosos virtuais, o que torna a segurança cibernética uma prioridade urgente. A transformação digital do setor não pode ser uma ameaça à sua segurança, mas sim uma oportunidade de fortalecer a proteção de dados e sistemas.
A maturidade em cibersegurança como pilar estratégico
Moschen também abordou como a maturidade em cibersegurança é um pilar essencial para enfrentar esses desafios. Ele defende que, para buscar investimentos em segurança digital, é preciso apresentar um embasamento técnico robusto que vá além do simples medo de ataques. “A chave para buscar investimentos em cibersegurança é criar uma metodologia que abra portas para discussões com o board. É necessário trazer um embasamento técnico e não apenas o medo de ataques.”
De acordo com Moschen, frameworks como COBIT, que ajudam na governança de TI, são fundamentais para estabelecer uma base sólida para a gestão de riscos. Ele reforça que a cibersegurança deve ser integrada à estratégia empresarial para garantir não apenas a proteção, mas também o crescimento do negócio.
Comunicação com a alta gestão: superando a linguagem técnica
A comunicação eficaz com os líderes empresariais também foi um dos pontos abordados por Moschen. Ele destacou que muitos profissionais de TI falham ao utilizar a linguagem excessivamente técnica, que pode dificultar a compreensão e o apoio da alta gestão. “Traduzir a linguagem técnica para o mundo dos negócios é essencial. A abordagem de gestão de riscos ajuda a explicar os impactos de não investir em cibersegurança, como danos à marca e custos financeiros elevados.”
A comunicação clara e objetiva sobre os impactos de não investir em segurança cibernética é fundamental para garantir o apoio do board, evitando que a cibersegurança seja vista apenas como um gasto, e sim como um investimento estratégico para a empresa.
Como priorizar tecnologias em um setor com parque legado
O agronegócio, assim como muitos outros setores, lida com um parque tecnológico legado, o que torna a adoção de novas tecnologias uma tarefa desafiadora. Moschen ressaltou que o primeiro passo para melhorar a segurança cibernética é realizar uma avaliação de vulnerabilidades e do nível de maturidade da empresa. “O primeiro passo é entender as vulnerabilidades da empresa e começar pelas áreas mais críticas, como gestão de credenciais.”
A gestão de credenciais, de acordo com Moschen, é uma das áreas mais negligenciadas e, ao mesmo tempo, uma das mais importantes. Investir em soluções para proteger as credenciais e os dados sensíveis deve ser uma prioridade para qualquer organização no agronegócio.
A cultura organizacional de Segurança Digital
Por fim, Moschen discutiu a importância de promover uma cultura organizacional que valorize a segurança cibernética. Ele acredita que a conscientização dos colaboradores é essencial para garantir que a segurança digital seja integrada ao cotidiano da empresa. “A segurança tem que fazer parte da transformação digital. Não adianta cair em fraudes e achar que isso não tem vínculo com o trabalho das pessoas.”
Para Moschen, é fundamental que as empresas invistam em treinamento contínuo e na tradução das práticas de segurança para o dia a dia dos funcionários. A cibersegurança não pode ser vista como uma responsabilidade exclusiva da área de TI, mas como uma questão de toda a organização.
Conclusão
A segurança cibernética no agronegócio é mais do que uma necessidade técnica; ela é estratégica para garantir a continuidade e o crescimento do setor. Juliano Moschen, com sua vasta experiência em segurança cibernética, compartilhou valiosas lições para enfrentar os desafios do setor, destacando a importância de adotar uma abordagem madura, integrar a cibersegurança à cultura organizacional e garantir que a comunicação com a alta gestão seja clara e objetiva.
Confira abaixo a entrevista exclusiva que Juliano Moschen, concedeu ao Itshow durante a segunda edição do Agro Security Summit!
Siga o Itshow no LinkedIn e assine a nossa News para ficar por dentro de todas as notícias do setor de TI e Telecom!