Três anos após o início de sua operação comercial, o 5G no Brasil alcançou mais de 70% da população, com presença já registrada em 1.025 municípios e 47,2 milhões de clientes ativos, de acordo com dados divulgados pela Conexis Brasil Digital. Os números superam com folga as metas estabelecidas pela Anatel no edital do leilão de frequências, demonstrando o ritmo acelerado de expansão da nova geração de conectividade móvel no país.
Segundo levantamento da entidade que representa as principais operadoras de telecomunicações, as empresas já cumpriram 100% das metas previstas para julho de 2025 e avançaram 60% nos compromissos exigidos para 2026. Em termos de infraestrutura, o desempenho também chama atenção: 73% das antenas previstas até 2030 já foram instaladas, totalizando mais de 33 mil unidades ativas de um total estimado em 45 mil.
“Ao final do prazo estipulado pela Anatel, a cobertura do 5G será muito maior do que o exigido. Isso demonstra o comprometimento das operadoras em oferecer o melhor serviço disponível aos brasileiros”, afirmou Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital.
Investimentos bilionários impulsionam a transformação digital
Entre 2021 e 2024, as operadoras de telecomunicações investiram R$ 156,2 bilhões no setor, com foco especial na infraestrutura do 5G. Esses recursos foram direcionados para modernização de redes, ampliação de backbone de fibra óptica, aquisição de equipamentos compatíveis e implementação das torres de quinta geração.
Esse volume de investimentos não apenas garante alta capacidade de tráfego e baixíssima latência, mas também viabiliza novas aplicações em setores estratégicos, como Indústria 4.0, saúde digital (telemedicina), logística inteligente, agricultura de precisão e cidades conectadas.
Do leilão às antenas: uma trajetória de marcos e pioneirismo
O 5G no Brasil começou a tomar forma com o leilão de frequências promovido pela Anatel em novembro de 2021, considerado um dos maiores do mundo em termos de volume de investimento e obrigações de cobertura.
A tecnologia entrou oficialmente em operação em 6 de julho de 2022, em Brasília, tornando a capital federal a primeira cidade brasileira a receber o serviço. Desde então, o cronograma de expansão tem superado as expectativas iniciais do setor.
Além disso, o Brasil foi um dos primeiros países a lançar o 5G standalone, ou seja, uma rede 5G “pura”, sem dependência das infraestruturas 4G — característica ainda rara em muitos mercados. Hoje, o país integra o grupo seleto de 39 países com 5G SA em operação, consolidando sua posição como referência internacional em inovação em telecomunicações.
Brasil entre os mais rápidos do mundo em 5G
O desempenho da rede brasileira também é destaque em rankings internacionais. De acordo com levantamento da Opensignal, o Brasil ocupa a terceira posição global em velocidade média de conexão 5G, ficando atrás apenas de países asiáticos como Coreia do Sul e Singapura. Essa performance é resultado direto do modelo adotado no país, que priorizou cobertura, investimentos e qualidade de rede.
Perspectiva econômica: 5G como motor de crescimento
O impacto da quinta geração de redes móveis na economia brasileira deve ser expressivo. Um estudo da consultoria Omdia estima que o 5G adicionará cerca de US$ 1,2 trilhão ao PIB brasileiro até 2035, impulsionando setores produtivos, melhorando a eficiência logística e acelerando a digitalização de serviços públicos e privados.
Na avaliação de especialistas, o 5G será um dos pilares do crescimento econômico sustentável no país, especialmente se aliado a políticas públicas voltadas à inclusão digital, à formação de talentos e à inovação aberta em ecossistemas de tecnologia.
Desafios regulatórios e próximos passos
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios importantes. A harmonização de legislações municipais para instalação de antenas, a desoneração de equipamentos de rede e a capacitação técnica de profissionais continuam sendo temas críticos para a consolidação da infraestrutura 5G em áreas menos urbanizadas.
As operadoras defendem maior flexibilidade regulatória e apoio institucional para expandir a rede com velocidade, segurança e sustentabilidade. Outro ponto em pauta é o estímulo à adoção de soluções baseadas em 5G por pequenas e médias empresas, o que pode acelerar a transformação digital inclusiva em todo o território nacional.
5G como alicerce da nova economia conectada
Com três anos de operação comercial, o 5G brasileiro já impacta a vida de mais de 70% da população, supera metas regulatórias e coloca o país na vanguarda global da conectividade. O avanço acelerado da infraestrutura, somado aos bilhões investidos, posiciona o Brasil como um dos principais hubs de inovação em telecomunicações da América Latina.
Para executivos de TI e líderes de transformação digital, o momento é de explorar o potencial do 5G não apenas como tecnologia, mas como fundamento estratégico para competitividade, automação e novos modelos de negócio.
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