A startup finlandesa IQM Quantum Computers alcançou um marco histórico no setor de tecnologia ao captar R$ 1,6 bilhão (US$ 320 milhões) em sua rodada de Série B, anunciada em 3 de setembro de 2025. O investimento consolidou a companhia como unicórnio, com avaliação superior a US$ 1 bilhão, e reforça a corrida global pela liderança em computação quântica.
A rodada foi liderada pela norte-americana Ten Eleven Ventures, conhecida por atuar fortemente em cibersegurança. Este foi o primeiro aporte de um investidor dos Estados Unidos na IQM, ampliando o alcance da empresa no mercado mais competitivo do setor. Além disso, participaram fundos como Tesi, Elo, Varma, Schwarz Group, Winbond, EIC Fund e Bayern Kapital, demonstrando a diversidade de apoios estratégicos ao projeto.
A importância da captação para a computação quântica
Com o novo aporte, a IQM acumula US$ 600 milhões em financiamentos desde sua fundação, tornando-se a startup europeia mais bem financiada em seu segmento. Segundo a própria empresa, os recursos serão direcionados a três frentes principais:
- Expansão internacional, com foco em ampliar presença nos Estados Unidos.
- Aumento da infraestrutura, fortalecendo a fabricação de chips e data centers dedicados.
- Pesquisa e desenvolvimento de correção de erros em larga escala, considerada a base para a construção de máquinas quânticas tolerantes a falhas.
Esse último ponto é visto como estratégico, já que a correção de erros permitirá a escalabilidade dos sistemas dos atuais milhares para milhões de qubits, nível necessário para aplicações comerciais em larga escala.
A corrida global pela liderança
O aporte recebido pela IQM não é um evento isolado. Em 2024, o setor de computação quântica movimentou quase US$ 2 bilhões em investimentos, número que deve ser superado em 2025, já que até setembro os aportes somavam quase a mesma cifra. Esse crescimento reflete a aposta de governos, empresas e fundos no potencial transformador da tecnologia.
Atualmente, o mercado é disputado por gigantes como IBM, Google e Quantinuum, mas também por startups europeias e asiáticas que buscam soluções diferenciadas. Nesse contexto, a IQM se consolida como a principal representante da Europa, sinalizando que o continente não pretende ficar para trás na chamada “nova revolução quântica”.
O cofundador e CEO da IQM destacou que a empresa está “em posição única para construir a próxima geração de computadores quânticos”, reforçando a visão de que a inovação no setor é determinante para a competitividade tecnológica de países e blocos econômicos.
Por que a IQM é estratégica para o futuro
Fundada em 2018, a IQM se especializou em desenvolver computadores quânticos de alto desempenho com foco em aplicações práticas em áreas como saúde, energia, logística e segurança digital. A companhia já colabora com universidades, laboratórios de pesquisa e governos europeus, reforçando sua credibilidade.
O status de unicórnio amplia a visibilidade da startup e fortalece sua capacidade de atrair talentos, consolidando-a como um dos polos de inovação mais promissores no campo da computação quântica. A entrada de capital estrangeiro, especialmente de um investidor americano, também indica uma abertura estratégica para o maior mercado consumidor de tecnologias emergentes.
Impacto no ecossistema de inovação
O anúncio da IQM reforça um movimento mais amplo de aceleração da inovação. O avanço da computação quântica tem potencial de transformar setores críticos, desde a criptografia até a descoberta de medicamentos, passando pela otimização de cadeias de suprimentos e pelo desenvolvimento de novos materiais.
Especialistas avaliam que a corrida pelo domínio da tecnologia não é apenas empresarial, mas também geopolítica. Nações que liderarem esse desenvolvimento poderão ter vantagem em áreas estratégicas como defesa, cibersegurança e soberania digital. Assim, o aporte na IQM não representa apenas uma vitória para a startup, mas também para a Europa, que fortalece sua posição em um cenário dominado por players norte-americanos e chineses.
O que esperar para os próximos anos
Com o novo investimento, a expectativa é que a IQM acelere projetos de sistemas com maior número de qubits e expanda suas parcerias internacionais. A empresa pretende investir fortemente na construção de máquinas quânticas capazes de lidar com problemas que os supercomputadores clássicos não conseguem resolver em tempo hábil.
Esse avanço pode representar um divisor de águas no desenvolvimento de soluções para inteligência artificial, análises financeiras complexas e até mesmo para a sustentabilidade ambiental, por meio de modelos mais precisos de previsão climática e otimização de recursos naturais.
O futuro da computação quântica ainda enfrenta desafios técnicos consideráveis, mas a captação da IQM mostra que o mercado está disposto a financiar essa jornada. O movimento sinaliza que a tecnologia deve deixar de ser apenas uma promessa para se tornar uma realidade prática nos próximos anos.
A rodada de Série B da IQM, que levantou R$ 1,6 bilhão, representa um marco para a computação quântica e consolida a startup como unicórnio europeu de destaque. O investimento reforça a confiança de grandes fundos e investidores estratégicos no potencial da empresa, além de destacar a relevância da Europa na disputa global pela
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