O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) realizou em Brasília, no dia 17 de setembro, o seminário Inteligência Estratégica em CT&I: Usos e Perspectivas dos Indicadores para a Transformação das Políticas Públicas. O encontro reuniu gestores, pesquisadores e representantes de conselhos estaduais, com o objetivo de debater o papel dos indicadores no desenho de políticas públicas e propor a incorporação de novas dimensões relacionadas a impactos sociais e ambientais.
O debate sobre indicadores de CT&I
Durante o seminário, foi defendida a necessidade de atualizar o modelo atual de métricas, tradicionalmente centrado em produção acadêmica e inovação econômica. A proposta é que os indicadores passem a refletir também dimensões ligadas à sustentabilidade ambiental e ao desenvolvimento social, permitindo diagnósticos mais completos da realidade brasileira.
Segundo a diretora do Departamento de Governança e Indicadores de Ciência e Tecnologia do MCTI, Verena Hitner, é essencial repensar metodologias e criar uma rede nacional de indicadores capaz de integrar informações entre estados e instituições.
Perspectiva das entidades parceiras
O seminário contou com o apoio do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
O presidente do Confap, Márcio de Araújo Pereira, ressaltou que os indicadores funcionam como “um mapa” para orientar estratégias conjuntas. Para ele, o momento atual exige investimentos em pesquisa e educação, com total transparência na coleta e uso dos dados que embasam os relatórios e estudos de ciência, tecnologia e inovação.
Exemplos práticos e experiências apresentadas
Entre as experiências compartilhadas no evento, observatórios temáticos em áreas como bioeconomia, cidades sustentáveis, economia espacial e transformação digital foram citados como boas práticas. Essas iniciativas permitem cruzar informações, gerar diagnósticos e apoiar o desenvolvimento de políticas públicas consistentes.
De acordo com especialistas, ampliar o espectro de análise por meio de novos indicadores fortalece a soberania tecnológica, garante maior alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e melhora o planejamento de médio e longo prazo.
Indicadores como bússola para políticas públicas
O encontro reforçou a necessidade de metodologias sustentáveis e permanentes. Para os participantes, a evolução dos indicadores deve funcionar como uma bússola para orientar investimentos e ações estratégicas, reduzindo desigualdades regionais e promovendo a inovação de forma responsável.
A construção de um ecossistema de dados integrado em ciência e tecnologia, contemplando variáveis ambientais e sociais, é apontada como fundamental para que as políticas públicas brasileiras estejam alinhadas às demandas atuais de sustentabilidade e inclusão.