A SWIFT, rede global de mensagens financeiras, anunciou no dia 29 de setembro, durante sua conferência anual Sibos em Frankfurt, o desenvolvimento de uma blockchain interoperável para pagamentos internacionais em tempo real. O projeto tem a participação de mais de 30 instituições financeiras, incluindo os bancos brasileiros Bradesco e Itaú Unibanco, além do mexicano Banorte.
Infraestrutura para o futuro dos pagamentos
Segundo comunicado da SWIFT, o objetivo é criar uma infraestrutura que permita a movimentação contínua de recursos financeiros 24 horas por dia, sete dias por semana, com integração entre sistemas legados e novas redes blockchain. A empresa afirmou que trabalhará junto aos bancos comerciais e centrais sobre como utilizar e complementar essa nova estrutura, que poderá registrar, sequenciar e validar transações utilizando contratos inteligentes.
Com cerca de 11.500 instituições financeiras em 200 países, a SWIFT detém posição estratégica no sistema financeiro internacional. Porém, diante da ascensão das criptomoedas e do avanço de blockchains privadas, a instituição vem acelerando seus esforços para manter relevância e eficiência.
O primeiro protótipo do projeto foi desenvolvido em parceria com a Consensys, companhia especializada em soluções baseadas no Ethereum.
Desafios da interoperabilidade
Um dos principais objetivos do projeto é alcançar interoperabilidade entre diferentes blockchains, sejam redes já estabelecidas ou emergentes. Esse desafio é visto como essencial para criar um sistema mais eficiente de pagamentos transfronteiriços, reduzindo custos e prazos de liquidação.
A iniciativa está alinhada às discussões globais conduzidas por organismos como o Banco de Compensações Internacionais (BIS) e o G20, que buscam modernizar a infraestrutura de pagamentos internacionais e ampliar a inclusão financeira.
Participação brasileira
O Brasil participa ativamente dessa transformação por meio de instituições como o Bradesco e o Itaú Unibanco, que integram o grupo de bancos envolvidos no desenho e testes da blockchain.
Repercussão global
O projeto já conta com feedback de 16 países, que avaliam o design da blockchain. Após a fase de protótipo e prova de conceito, a SWIFT trabalhará com sua comunidade global na implementação definitiva.
A lista de parceiros é extensa e inclui nomes de peso como Bank of America, Citi, Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan Chase, Santander, BNP Paribas, Wells Fargo e Standard Chartered, além dos brasileiros Bradesco e Itaú.
Perspectivas para o mercado
Especialistas apontam que a movimentação da SWIFT ocorre em um momento de disputa acirrada pelo mercado de pagamentos transfronteiriços, estimado em trilhões de dólares. Novas plataformas, como a Plasma, baseada em stablecoins como a USDT, também competem por esse espaço oferecendo transferências rápidas e de baixo custo.

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