A terceira temporada do Itshow continua trazendo debates de alto nível sobre os pilares de conteúdo do IT Summit, que acontece em novembro de 2025 no WTC em São Paulo. Neste episódio, o apresentador Marcio Montagnani recebeu Gustavo, cofundador e CIO da Distrito, para discutir a ascensão dos AI Agents, separando o que é realidade prática daquilo que ainda é hype.
Logo no início, Gustavo contextualiza o tema ao afirmar que “os AI Agents são funcionários não humanos que vão complementar e trabalhar junto com os funcionários humanos das empresas”. Para ele, a revolução tem raiz tecnológica, mas o impacto real é de negócio, exigindo que os líderes de TI passem a ocupar espaços mais estratégicos.
A Distrito e suas frentes de IA
A Distrito nasceu como um espaço para startups e hoje se consolidou em duas frentes principais: o AI Factory e o GNI Lab. O AI Factory é um grupo especializado em engenharia de inteligência artificial, responsável por apoiar empresas na criação de suas fábricas de IA com times e desenvolvedores de AI Agents. O GNI Lab, por sua vez, funciona como um ecossistema que reúne gigantes como AWS, Oracle, IBM e Microsoft, além de mais de 40 startups e áreas de inovação de grandes corporações. A soma das duas iniciativas garante a experimentação de tecnologias de ponta e sua aplicação em projetos reais.
ROI dos AI Agents no presente
Apesar do entusiasmo do mercado, Gustavo é direto ao afirmar que o que realmente funciona hoje são automações com IA em processos lineares. “De cada dez tarefas que você dá para um agente autônomo, ele alucina nove”, explica. Os ganhos atuais estão em workflows bem definidos em que a inteligência artificial executa etapas conectadas a sistemas corporativos.
Na prática, a engenharia de software já mostra resultados expressivos, com mais de 200 agentes utilizados por 1.600 desenvolvedores para acelerar tarefas de transcrição, criação de histórias, coding e QA. O atendimento ao cliente também evolui com os Voice Agents, que viabilizam interações por voz de forma econômica e melhoram a resolução já no primeiro contato. Outro exemplo citado é o de uma distribuidora de medicamentos que passou a automatizar cotações, liberando o tempo de 200 vendedores e atribuindo ao projeto mais de 100 milhões de reais em vendas.
Governança, cultura e futuro
Para escalar a adoção de AI Agents, Gustavo defende a criação de plataformas internas que controlem custos, ofereçam segurança e permitam observabilidade. O Distrito desenvolveu a AI Symphony, um hub corporativo que centraliza todos os agentes da empresa. “Eu não vejo hoje como um CIO possa escalar AI na empresa sem ter uma plataforma como essa”, afirma. Ele também destaca a importância do conceito de human in the loop, garantindo que as entregas críticas passem por validação humana.
Outro ponto de atenção é a capacitação. Para Gustavo, todos os profissionais precisarão dominar a técnica de prompt e aprender a construir AI Agents conectados aos sistemas corporativos. “Não tem como um time de tecnologia não dominar inteligência artificial”, reforça. Ele acredita que essa é a oportunidade para os CIOs reposicionarem suas carreiras e ampliarem sua relevância estratégica.
O episódio se encerra com a projeção de duas fases de evolução. Até 2027, a IA terá capacidade para executar tarefas de nível executivo sênior. Entre 2027 e 2030, a expectativa é o surgimento da Super Intelligence, com AI Agents capazes até mesmo de realizar ciência. “A Super Intelligence já está falando de AI Agents capazes de fazer ciência”, conclui Gustavo.
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