O mundo da tecnologia se move em velocidade exponencial. O que antes era apenas uma ideia, hoje se tornou realidade. No episódio final da temporada Tech Leaders, o host Márcio Montagnani recebeu grandes nomes do setor para discutir um dos temas mais relevantes do momento: a ascensão das APIs, sua governança e os desafios de qualidade e segurança.
Entre os convidados, estavam Altair Ribeiro, especialista com quase 30 anos de experiência em tecnologia e governança de TI; Sandra Mota, líder na área de Open APIs com vasta experiência no setor financeiro; e Helder Ferrão. Além disso, Fernando Justino, cofundador da Confraria Tech Leaders, participou como co-host do episódio.
O crescimento das APIs e seu impacto no mercado
As APIs se consolidaram como a espinha dorsal da inovação digital. O volume de transações realizadas por meio delas já corresponde a cerca de 80% do tráfego da internet, tornando-se um elemento essencial para a integração entre sistemas e a otimização de serviços. Durante a conversa, especialistas destacaram como as APIs têm permitido a criação de novos modelos de negócio e facilitado a automação de processos.
Segundo Helder Ferrão, “80% do tráfego hoje transacional gerado por APIs” evidencia a importância desse modelo na economia digital atual. A realidade é que APIs não são apenas ferramentas técnicas, mas sim estruturantes para modelos de negócios modernos, permitindo interações flexíveis entre diferentes sistemas e até mesmo a criação de novas oportunidades comerciais.
A crescente adoção de APIs reforça a necessidade de estratégias bem definidas para governança e segurança, evitando riscos de exposição indevida de dados e fragilidades operacionais.
A API é como se fosse um grande quebra-cabeça que as peças começam a se encaixar uma com a outra”, explicou Altair Ribeiro, destacando o papel crítico da interoperabilidade das APIs para uma experiência fluída e segura dentro do ecossistema digital.
Qualidade e segurança: desafios e soluções
A qualidade de uma API não se limita ao seu funcionamento adequado; ela também envolve testes robustos e práticas de segurança para prevenir explorações maliciosas. Altair Ribeiro enfatizou a importância dos testes não convencionais, ou seja, testar aquilo que não é óbvio.
A prática do teste contínuo, segundo ele, é um dos pilares essenciais para garantir a resiliência das APIs, especialmente em um ambiente onde novas ameaças surgem constantemente.
Com a evolução da inteligência artificial e sua aplicação no desenvolvimento de software, novas estratégias estão surgindo para automatizar processos de teste e identificação de vulnerabilidades. Modelos de IA ajudam a expandir os cenários de teste, garantindo que diferentes abordagens possam ser simuladas de forma rápida e eficiente.

Outro ponto importante abordado no episódio foi a necessidade de uma governança efetiva das APIs. Empresas que trabalham com centenas de desenvolvedores precisam de um catálogo unificado que centralize informações sobre APIs em uso. Ferramentas de API Management permitem que a gestão seja feita de forma automatizada, garantindo padronização, segurança e eficiência operacional.
Cultura de desenvolvimento e DevSecOps
A cultura DevSecOps tem sido cada vez mais incorporada às estratégias de desenvolvimento. A abordagem que une desenvolvimento, segurança e operações garante que vulnerabilidades sejam identificadas antes mesmo do lançamento de uma API. Durante a discussão, foi enfatizado que muitas falhas de segurança não acontecem por ataques externos, mas sim por descuidos internos na criação e publicação de APIs.
A API como produto
Um dos principais pontos de discussão foi a mudança de mentalidade sobre APIs: elas não devem ser vistas apenas como uma interface técnica, mas sim como um produto. Empresas como a Amazon já incorporaram esse conceito, garantindo que todo produto seja pensado desde o início como uma API. Essa abordagem facilita a escalabilidade, a padronização e a criação de novos modelos de negócio baseados em integração digital.
“As funcionalidades têm que ser pensadas agnósticas a canais”, explicou Sandra Mota, reforçando a necessidade de uma arquitetura flexível e bem estruturada. Esse conceito tem sido um divisor de águas para muitas empresas, possibilitando a criação de ecossistemas conectados e maximizando o potencial de monetização das APIs.
A padronização também reduz o tempo de desenvolvimento e melhora a qualidade das entregas. Com frameworks bem definidos e governança eficiente, é possível minimizar retrabalhos e evitar inconsistências no uso de APIs dentro da organização.
O episódio final da temporada Tech Leaders trouxe uma reflexão importante sobre o futuro da tecnologia. APIs estão moldando o mercado digital e exigem uma abordagem estratégica para garantir sua segurança e eficiência.
Governança, testes automatizados, cultura organizacional e padronização são apenas algumas das peças desse quebra-cabeça. A tecnologia continua a evoluir, e as empresas que adotam boas práticas desde cedo tendem a se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
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