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quarta-feira, julho 23, 2025
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Brasil encerra 2º trimestre com 22,5 mil PPPs na banda larga fixa e domínio crescente no mercado

O Brasil encerrou o segundo trimestre de 2025 com cerca de 22,5 mil Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) atuando no segmento de banda larga fixa, de acordo com o Relatório de Monitoramento de Competição publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Desse total, 11.951 operam com autorização formal da agência, enquanto outras 10.523 prestavam o serviço com base em dispensa de outorga, regime que começou a mudar em junho deste ano, quando a Anatel passou a exigir a regularização dessas operações.

O documento, que traz uma radiografia detalhada do setor de telecomunicações no Brasil, destaca o protagonismo crescente dos pequenos provedores no cenário da banda larga fixa. Mesmo com exigências regulatórias mais rígidas, o número de prestadoras segue em alta e contribui diretamente para o aumento da concorrência em nível regional e nacional.

Participação das PPPs ultrapassa 56% da base de acessos

Um dos dados mais relevantes do relatório é o market share das PPPs no mercado de banda larga fixa: 56,4% no segundo trimestre de 2025, considerando apenas as empresas que repassam informações de acesso à Anatel, um universo de aproximadamente 8 mil prestadoras.

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Fonte: Anatel

O crescimento é expressivo quando comparado aos últimos cinco anos. No segundo trimestre de 2020, a participação das PPPs era de 35,8%, o que revela um ganho de 20,6 pontos percentuais no período. A tendência de consolidação dessas empresas, especialmente em cidades de pequeno e médio porte, tem sido consistente e representa uma mudança estrutural no setor.

A Anatel destaca ainda que essa evolução contribui para um ambiente de concorrência mais acirrada, sobretudo na comparação com o mercado de telefonia móvel, que permanece concentrado nas mãos de três grandes operadoras, Claro, Vivo e TIM, com pouca movimentação significativa entre elas nos últimos trimestres.

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Fonte:Anatel

Grandes operadoras oscilam, enquanto PPPs avançam

Entre os grandes players da banda larga fixa, o relatório da Anatel aponta ganho de market share para a Vivo, enquanto a Claro perdeu participação, ainda que continue liderando o mercado. A Oi, por sua vez, teve a maior retração no período analisado.

Já entre as principais PPPs, houve estabilidade ou crescimento discreto entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, refletindo um movimento de consolidação e amadurecimento operacional dessas empresas. O desempenho também pode estar relacionado à interiorização dos serviços, em que os pequenos provedores conseguem atuar com maior capilaridade e agilidade na entrega de banda larga de qualidade em localidades pouco atrativas para as grandes operadoras.

Regulação mais rígida e busca por dados confiáveis

Em junho, a Anatel iniciou uma mudança regulatória significativa ao exigir outorga formal de operação para ISPs que até então atuavam sob dispensa. A medida visa garantir maior transparência, rastreabilidade e segurança jurídica para o setor, além de qualificar os dados enviados à agência, especialmente os de acesso e cobertura.

A mudança também tende a melhorar a captação de dados estratégicos para a formulação de políticas públicas, o que é essencial em um mercado onde mais da metade dos acessos já está nas mãos das PPPs.

Apesar do universo de 22,5 mil prestadoras, apenas pouco mais de 8 mil enviam dados de acessos regularmente à Anatel, o que demonstra a necessidade de aprimorar o controle regulatório e os incentivos à formalização.

Competição na banda larga é intensa; telefonia móvel segue concentrada

A Anatel ressalta que o cenário da banda larga fixa no Brasil apresenta um dos níveis mais altos de competição entre os serviços de telecomunicações, o que contrasta com o mercado de telefonia móvel, onde as três principais operadoras mantêm uma estrutura praticamente oligopolizada.

Embora a entrada de MVNOs (operadoras móveis virtuais) tenha contribuído marginalmente para a diversidade de ofertas no móvel, ainda não há um movimento semelhante ao das PPPs na banda larga.

O avanço das PPPs no Brasil sinaliza uma transformação estrutural no mercado de banda larga, com impacto direto na distribuição de infraestrutura, acesso à conectividade e competitividade regional. A regulação mais firme por parte da Anatel tende a equilibrar o jogo e criar um ambiente mais saudável, tanto para os pequenos empreendedores quanto para os consumidores finais.

A expansão do protagonismo das PPPs deve continuar sendo monitorada de perto, especialmente em um momento em que o setor se prepara para a próxima onda de inovação com redes neutras, fibra em larga escala e a consolidação da conectividade como base para a transformação digital do país.

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Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
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