13.7 C
São Paulo
sábado, julho 19, 2025
InícioNewsBrasil entra no top 10 global de países mais expostos a ameaças...

Brasil entra no top 10 global de países mais expostos a ameaças de malware, aponta novo relatório

O Brasil aparece entre as dez nações mais atingidas por ameaças de malware em 2024, de acordo com o relatório Cyber Risk Report 2025, da Trend Micro. O país ocupa a sexta posição no ranking global, com mais de 168 milhões de ameaças detectadas, ficando atrás apenas de Japão, Estados Unidos, Índia, Alemanha e Taiwan. O dado lança um alerta para a alta exposição das organizações brasileiras a riscos digitais crescentes, sobretudo com o avanço de ataques sofisticados e persistentes.

Crescimento das ameaças reforça alerta para líderes de TI

O relatório destaca um aumento expressivo na sofisticação dos ataques cibernéticos, com destaque para o uso de ransomware de múltiplas fases e campanhas de phishing com suporte de inteligência artificial. Esses ataques não apenas sequestram dados críticos, mas também exploram vulnerabilidades humanas por meio de mensagens personalizadas e convincentes.

Flávio Silva, diretor técnico da Trend Micro Brasil, afirma que o cenário não é exatamente uma surpresa. “O Brasil tem uma grande população digitalmente conectada, somada à digitalização acelerada de serviços financeiros, de saúde e governamentais. Isso cria uma superfície de ataque ampla e, em muitos casos, com deficiências estruturais na segurança”, afirma.

Setores críticos lideram o volume de ataques

Entre os alvos preferenciais dos cibercriminosos no Brasil estão os setores:

  • Financeiro
  • Governo e serviços públicos
  • Saúde
  • Varejo digital

Esses segmentos concentram dados altamente sensíveis e, em alguns casos, operam com infraestrutura de segurança ainda aquém da maturidade exigida pelo atual panorama de ameaças. Para os invasores, representam ambientes com alto valor e baixo custo de exploração.

Evolução das técnicas de ataque: da engenharia social à criptografia avançada

O estudo da Trend Micro mapeou duas táticas predominantes entre as campanhas mais ativas:

Ransomware

A tática continua a evoluir com técnicas de evasão cada vez mais avançadas, criptografando dados e exigindo resgates em criptomoedas para restaurar o acesso. Em algumas variantes, os criminosos ameaçam divulgar dados sensíveis para aumentar a pressão sobre a vítima — o chamado modelo de extorsão dupla ou tripla.

Phishing com IA

As campanhas de phishing tornaram-se mais eficazes graças ao uso de modelos de linguagem artificial (LLMs) que geram e-mails convincentes, contextualizados com termos locais e personalizados de acordo com o comportamento da vítima. Isso eleva a taxa de sucesso e dificulta a detecção pelos sistemas de filtragem tradicionais.

Vulnerabilidades internas ainda são facilitadores dos ataques

O relatório também aponta uma série de falhas estruturais comuns em empresas brasileiras que ampliam a superfície de ataque:

  • Ambientes de nuvem com configurações incorretas;
  • Ausência de autenticação multifator (MFA);
  • Atualizações de segurança atrasadas ou negligenciadas;
  • Falta de treinamento dos funcionários para identificar sinais de ataques de engenharia social.

Para o executivo da Trend Micro, essas lacunas demonstram a urgência de investir não apenas em tecnologia, mas em cultura de cibersegurança. “Sem uma estratégia integrada de gestão de riscos, as organizações seguirão expostas a ataques que poderiam ser evitados com medidas básicas e bem implementadas”, reforça Silva.

Caminhos recomendados: visibilidade, estratégia e gestão contínua

A pesquisa sugere que, para reverter o cenário, as empresas devem adotar metodologias proativas como o Cyber Risk Exposure Management (CREM) — abordagem que permite mapear toda a superfície digital da organização, identificar vulnerabilidades e priorizar ações de mitigação com base em impacto e probabilidade.

“Sem visibilidade total dos ativos digitais, não há como defender o que não se enxerga”, afirma Silva. “A exposição pode ser gerida, mas requer investimento constante, integração entre áreas e uma governança madura que envolva desde o board até o operacional”.

Visibilidade e ação estratégica como diferenciais competitivos

O levantamento da Trend Micro reforça que o Brasil, por sua escala digital, está cada vez mais no radar de grupos cibercriminosos globais. Para os executivos de TI, a mensagem é clara: a maturidade em cibersegurança deixou de ser uma questão técnica e tornou-se um diferencial competitivo.

Empresas que agem preventivamente, capacitam suas equipes, mantêm seus sistemas atualizados e adotam inteligência para monitorar sua superfície de ataque estarão melhor posicionadas para manter a continuidade de negócios e proteger seus ativos mais valiosos — dados, reputação e confiança do mercado.

Siga o Itshow no LinkedIn e assine a nossa News para ficar por dentro de todas as notícias do setor de TI e Cibersegurança!

Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
Postagens recomendadas
Outras postagens