O SecOps Summit 2025, realizado na semana passada em Porto Alegre, destacou-se pela alta qualidade das palestras e pela importância de discussões relevantes sobre segurança digital no Brasil. A presença de profissionais de alto nível, como Calza Neto, DPO do Corinthians, refletiu a crescente demanda por eventos que discutem a implementação de práticas de proteção de dados em grandes organizações. Durante sua participação, Neto falou sobre a escassez de eventos de cibersegurança na região e destacou a importância de iniciativas como o SecOps Summit para o desenvolvimento da tecnologia no país.
Escassez de eventos de cibersegurança
No coração do debate, Calza Neto, DPO do Corinthians e de diversas outras empresas como Delta Global Bank e SPARCO, revelou uma realidade preocupante: a escassez de eventos voltados para cibersegurança nas regiões fora dos grandes centros, como São Paulo. Para ele, a realização de eventos como o SecOps Summit é fundamental para dar visibilidade a temas que ainda são tratados com pouca urgência em muitos lugares do Brasil.
“A escassez de eventos de cibersegurança na região é muito evidente. O SecOps Summit tem se destacado pela qualidade das palestras, e é de extrema importância que esse tipo de evento aconteça, principalmente fora das grandes capitais,” afirmou Calza Neto.
Este é um problema real para o setor de TI brasileiro. Embora São Paulo seja um dos maiores polos tecnológicos do país, muitas regiões ainda carecem de iniciativas que fomentem o conhecimento sobre cibersegurança e as melhores práticas no uso de novas tecnologias.
A importância de eventos regionais
Ao contrário de grandes cidades como São Paulo, Porto Alegre, onde o SecOps Summit foi realizado, possui um ecossistema crescente de inovação tecnológica. Para Calza Neto, eventos como o SecOps Summit são oportunidades essenciais para profissionais do setor se atualizarem sobre as novas regulamentações de proteção de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além de permitir o desenvolvimento de novas parcerias comerciais e de negócios.
“Ter mais eventos nessa região vai estimular as pessoas a adotarem boas práticas de TI, a melhorar o seu network e a se integrarem com outros profissionais da área,” destacou Neto. Ele mencionou que, a partir da realização desses encontros regionais, é possível fortalecer a cultura de segurança digital nas empresas e organizações, além de criar um ambiente mais colaborativo para todos os envolvidos no setor.
O futuro da biometria facial no futebol
O painel de discussão do qual Calza Neto participou também trouxe à tona temas de grande interesse, como a implementação da biometria facial no futebol brasileiro. Embora o Corinthians, onde Neto ocupa o cargo de DPO, ainda não tenha adotado completamente a tecnologia, o tema gerou debates intensos durante o evento. A notificação da ANPD sobre o uso da biometria facial nas arenas com mais de 20 mil lugares foi um dos pontos centrais da palestra de Neto.

“O Corinthians não está na lista dos 23 clubes que já têm a biometria facial funcionando, mas esse evento foi importante para nos preparar para as exigências que vêm por aí. A partir da notificação da ANPD, sabemos exatamente o que precisa ser feito para garantir a conformidade,” explicou Neto. A implementação dessa tecnologia nas arenas do futebol brasileiro tem sido um dos maiores desafios para os clubes, especialmente no que tange à adequação às novas regulamentações da proteção de dados pessoais.
Para Neto, a clarificação dos requisitos da ANPD durante o evento proporcionou uma visão mais detalhada e objetiva sobre como os clubes devem proceder para garantir a segurança digital dos torcedores e a conformidade com a legislação vigente.
O papel da ANPD na cultura de proteção de dados
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem sido um dos principais agentes reguladores do setor de cibersegurança no Brasil. Neto mencionou que a intenção da ANPD é “criar cultura” e regularizar a situação dos dados pessoais, especialmente com o uso de tecnologias como a biometria facial. Para o DPO, o trabalho da ANPD tem sido fundamental para trazer clareza sobre as regulamentações e ajudar as empresas a se adaptarem às novas exigências de forma mais eficiente.
“A ANPD está criando uma cultura de proteção de dados no Brasil. A partir de agora, com a notificação da autoridade, os clubes de futebol sabem exatamente o que a ANPD espera em relação à biometria facial,” concluiu Neto, enfatizando que a regulamentação só trará benefícios a longo prazo, permitindo maior transparência e segurança para todos.
O SecOps Summit como propulsor de inovação
Além das questões relacionadas à cibersegurança e regulamentações, o SecOps Summit 2025 também destacou a importância de se promover a inovação dentro do setor de TI. Profissionais de todo o Brasil se reuniram para discutir não só as tendências emergentes da área de segurança, mas também para formar novas parcerias comerciais e encontrar soluções inovadoras para os desafios diários do mercado de TI.
O evento, que contou com palestras de grandes nomes da área, é um reflexo da crescente conscientização sobre a necessidade de integrar tecnologias de ponta, como a inteligência artificial, automação e o blockchain, em uma estratégia robusta de segurança digital.
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