Na cobertura especial do portal Itshow na primeira edição do Sirena Human Risk & Cybersec Conference, realizada em 29 de maio em São Paulo e organizada pela Hekate Inc., o colunista e diretor de portfólio da Biz Group, Márcio Montagnani, entrevistou Gustavo Marques, fundador do TecSec Podcast e uma das vozes mais influentes em cibersegurança no Brasil. Durante a conversa, Gustavo ressaltou a transformação do conceito de conscientização em segurança da informação, que deixou de ser uma atividade pontual para se tornar uma área estratégica e indispensável para as organizações enfrentarem os desafios do cenário digital atual.
Conscientização: muito além do treinamento tradicional
De acordo com Gustavo Marques, a conscientização em segurança da informação não deve ser confundida com treinamento convencional. “Conscientização é a combinação de conhecimento e ação concreta”, explica. Para ele, o grande diferencial está em promover uma mudança real de comportamento, que envolva a compreensão dos riscos e a adoção de práticas seguras no cotidiano das pessoas.
Essa mudança de mentalidade é fundamental para que as empresas consigam reduzir incidentes causados por falhas humanas, que continuam sendo uma das principais vulnerabilidades no ambiente corporativo. Gustavo destaca ainda que sua iniciativa, o TecSec Podcast, tem o objetivo de descomplicar temas técnicos e levar conhecimento acessível para todos, desde profissionais experientes até iniciantes, ampliando o alcance e o impacto da conscientização.
O papel central da alta liderança nas iniciativas de segurança
Um ponto destacado na entrevista foi a necessidade do apoio da alta liderança para o sucesso dos programas de conscientização. Gustavo reforça que, sem o comprometimento dos donos e gestores, é difícil implementar uma cultura de segurança robusta e sustentável. “A conscientização precisa ser apoiada pela liderança das empresas. Sem esse engajamento, fica difícil avançar”, afirma.
Para engajar os executivos, ele recomenda uma comunicação clara, focada no impacto dos riscos para o negócio, e não em jargões técnicos. Essa abordagem facilita a obtenção de recursos e o alinhamento estratégico necessário para que a conscientização seja tratada como prioridade dentro da empresa.
Lições históricas que inspiram a segurança da informação
Durante a conversa, Gustavo traçou um paralelo com outras campanhas sociais que obtiveram sucesso significativo, como as relacionadas à segurança no trânsito e ao combate ao tabagismo. Ele explicou que essas iniciativas transformaram hábitos e reduziram riscos ao longo do tempo por meio de comunicação eficaz e ações integradas.
“A segurança da informação precisa seguir essa mesma trajetória, tornando-se uma disciplina cultural que permeie tanto as organizações quanto a educação formal, preparando as futuras gerações para lidar com os desafios digitais”, defende.
Ameaças crescentes e a importância da conscientização
Com o aumento da sofisticação dos ataques cibernéticos, incluindo o uso crescente da inteligência artificial, a conscientização humana se torna uma linha de defesa fundamental para as empresas. Gustavo enfatiza que as organizações que investem em programas estruturados e focados em comportamento seguro conseguem mitigar riscos que tecnologias sozinhas não conseguem eliminar.
Além disso, ele aponta que a conscientização é uma área com forte potencial de crescimento profissional no Brasil. “É uma área próspera e essencial para o mercado de segurança. A gente está vendo cada vez mais demanda por profissionais dedicados a isso”, comenta.
O impacto do Sirena Human Risk & Cybersec Conference
O Sirena Human Risk & Cybersec Conference reuniu especialistas, líderes e profissionais para debater a importância do fator humano na cibersegurança, tema que frequentemente é negligenciado em estratégias corporativas. O evento, organizado pela Hekate Inc., proporcionou um espaço para troca de experiências e apresentação de boas práticas para fortalecer a cultura organizacional em segurança da informação.
Gustavo Marques, que participou do painel e foi entrevistado pelo portal Itshow, reforçou que a conscientização não pode ser vista como um esforço isolado, mas como uma ação contínua e integrada às estratégias de governança, compliance e gestão de riscos.
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