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terça-feira, dezembro 10, 2024
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Como o Bullying Afeta a Saúde Mental de Adolescentes e o Papel Crucial da Prevenção

Saiba como o bullying pode impactar a saúde mental de adolescentes e entenda a importância de ações preventivas em escolas, famílias e empresas. O impacto negativo do bullying, tanto no ambiente físico quanto digital, é profundo e duradouro, afetando não apenas a saúde mental, mas também o bem-estar geral dos jovens.

Recentemente, em uma conversa com Allex Amorim, especialista em Cibersegurança e colunista do portal Itshow, discutimos sua iniciativa dedicada a combater o bullying online. Através de programas educativos, workshops e consultorias, Allex trabalha para ajudar pais, educadores e jovens a entenderem melhor como se proteger e agir de maneira responsável no ambiente digital. Essa discussão se tornou ainda mais urgente após o infeliz caso do suicídio de um estudante do Colégio Bandeirantes, um incidente que destaca a necessidade de reforçar a segurança e o bem-estar de nossas famílias. Esta publicação visa trazer à tona essa questão crucial, incentivando a conscientização e a implementação de ações preventivas para evitar que tragédias como essa se repitam.

Cyberbullying e Suicídio: Entendendo a Complexidade da Relação

O suicídio de um estudante do Colégio Bandeirantes é uma tragédia que evidencia a relação complexa entre bullying e saúde mental. Embora o bullying seja frequentemente apontado como um gatilho para comportamentos suicidas, especialistas alertam que ele é apenas uma parte de um quadro mais amplo e multifatorial. A psicóloga Raquel Antoniassi, membro da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), explica que o bullying pode ser comparado a uma “bituca de cigarro jogada em um terreno seco”, agravando uma condição preexistente e potencialmente desencadeando uma crise. Isso significa que, enquanto o bullying ou bullying virtual é um fator de risco significativo, ele não pode ser visto como a única causa de suicídio.

Allex Amorim também comentou sobre o impacto desse tipo de tragédia: “Esse trágico acontecimento fora das dependências da escola levanta novamente a discussão sobre a saúde mental de nossas crianças e adolescentes. Segundo especialistas, os adolescentes vivem em um mundo onde a aceitação social é fundamental. A falta de apoio, a pressão por desempenho e o isolamento podem ser sinais de que algo não está bem.” Isso destaca a importância de identificar esses sinais e agir antes que seja tarde demais.

Dados do Brasil segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçam a gravidade da situação, apontando que 12 mil suicídios ocorrem anualmente no Brasil, sendo que adolescentes e jovens representam uma parcela preocupante desse total. O crescimento constante das taxas de suicídio entre jovens, segundo um estudo da Fiocruz, deve ser visto como um alerta para a necessidade urgente de intervenções preventivas tanto no ambiente escolar quanto familiar.

Histórico de registro de atas sobre Bullying e Cyberbullying no Brasil
Histórico de registro de atas sobre Bullying e Cyberbullying no Brasil

O Papel das Escolas e das Famílias na Prevenção ao Bullying e Suicídio

As escolas e as famílias desempenham um papel essencial na identificação e prevenção dos sinais de bullying e de problemas de saúde mental entre adolescentes. A colaboração entre esses dois pilares pode ser decisiva na criação de um ambiente seguro e acolhedor, onde os jovens se sintam ouvidos e protegidos. Iniciativas como a Convivência Positiva, mencionada pelo Colégio Bandeirantes, que inclui aulas semanais sobre convivência e suporte emocional por meio de equipes de ajuda, são passos importantes nessa direção.

Allex Amorim reforça essa perspectiva ao afirmar: “Infelizmente, esse tipo de tragédia pode acontecer até mesmo nas famílias mais cuidadosas.” Isso ressalta a necessidade de vigilância constante e de uma abordagem preventiva ampla, que envolva todos os membros da comunidade escolar e familiar.

A psicóloga Estela Ramires Lourenço destaca a importância de uma abordagem intersetorial e multidisciplinar para a prevenção ao suicídio. Isso inclui capacitação dos profissionais escolares para identificar alunos em risco, bem como o fortalecimento dos canais de comunicação entre escola, alunos e famílias. Além disso, é fundamental que as famílias mantenham um diálogo aberto com seus filhos, sem medo de abordar temas difíceis como o suicídio, pois falar sobre o assunto não incentiva comportamentos suicidas, mas sim abre espaço para acolhimento e apoio da vítima de bullying.

Imagem gerada por Inteligência Artificial
Imagem gerada por Inteligência Artificial

A Importância do Apoio Emocional e de Recursos Adequados

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um exemplo de recurso essencial para aqueles que enfrentam crises emocionais. Oferecendo apoio gratuito 24 horas por dia, o CVV é um ponto de contato vital para pessoas que precisam de alguém para conversar em momentos de desespero. O serviço, que atende tanto por telefone quanto por chat em um ambiente virtual, é uma ferramenta crucial na prevenção de tragédias como a que ocorreu no Colégio Bandeirantes.

Além disso, a educação digital e a conscientização sistemática sobre o bullying online também são fundamentais. Conforme mencionado por Allex Amorim: “No dia 29 de agosto às 8 horas da noite, eu vou realizar uma aula 100% online e gratuita sobre proteção contra o bullying online. E se você é pai, mãe ou até mesmo professor e quer garantir a segurança digital dos seus filhos e alunos, não pode perder essa aula.” Essa iniciativa sublinha a necessidade de pais e educadores estarem bem informados e preparados para enfrentar os desafios do ambiente digital, protegendo assim a saúde mental dos jovens. Veja mais no link

A Necessidade de Ação Conjunta para Proteger Nossos Jovens

A tragédia do Colégio Bandeirantes é um lembrete doloroso da importância de estarmos atentos aos sinais de sofrimento entre nossos adolescentes. A prevenção ao bullying e o apoio à saúde mental são responsabilidades compartilhadas por escolas, famílias e sociedade em geral. A criação de ambientes seguros, o fortalecimento do diálogo e o acesso a recursos de apoio emocional são passos fundamentais para evitar que mais jovens vivam com transtorno de ansiedade ou até mesmo sigam o mesmo caminho trágico.

Considerações Finais

Garantir que nossos jovens recebam o apoio e a proteção necessários para enfrentar os desafios da adolescência é mais do que uma prioridade, é uma responsabilidade coletiva. Ao promover uma cultura de acolhimento e respeito, estamos não apenas prevenindo tragédias, mas também construindo um futuro mais seguro e saudável para todos. No Itshow, nosso foco é em pautas de TI e Telecom para líderes do setor, mas reconhecemos a importância de abrir espaço para discutir e conscientizar sobre temas tão cruciais como este. Acreditamos que essas conversas podem transformar realidades e impactar positivamente a vida de muitas famílias.

O que é cyberbullying?

Cyberbullying é uma forma de assédio que ocorre por meio de plataformas digitais, como redes sociais, aplicativos de mensagens, e-mails e outros canais online com crimes contra a honra, ameaças, calúnia e difamação. Diferente do bullying tradicional, que acontece fisicamente, o cyberbullying é a prática que se caracteriza pela perseguição, humilhação, e intimidação de uma pessoa utilizando tecnologias da informação e comunicação.

Como o Cyberbullying Funciona?

O cyberbullying é um tipo de violência que transcende as agressões físicas, com simples acesso à internet o crime pode assumir várias formas, incluindo, mas não se limitando a:
– Mensagens ofensivas: Envio de textos ou mensagens diretas com conteúdo ameaçador, insultos ou agressões.
– Difamação online: Espalhar boatos ou informações falsas sobre uma pessoa para prejudicar sua reputação.
– Exposição indesejada: Compartilhar informações pessoais, fotos ou vídeos sem consentimento, que causam danos morais e tem como objetivo humilhar ou envergonhar alguém.
– Exclusão social: Deliberadamente excluir alguém de grupos online, como chats ou redes sociais, para isolá-lo socialmente. 

Consequências do cyberbullying

O impacto do cyberbullying pode ser devastador, afetando a saúde mental e emocional da vítima. As consequências podem incluir:
– Ansiedade e depressão: A constante exposição ao assédio pode levar ao desenvolvimento de distúrbios emocionais.
– Baixa autoestima: A vítima pode começar a acreditar nas mensagens negativas que recebe, afetando sua autoimagem.
– Isolamento social: O medo de ser ridicularizado pode fazer com que a vítima evite interações sociais, tanto online quanto offline.
– Suicídio: Em casos extremos, o cyberbullying pode levar a vítima a cometer suicídio, como resultado do sofrimento contínuo.

Prevenção e Combate ao Cyberbullying

Prevenir e combater a agressão por cyberbullying envolve ações de conscientização e educação. Vítimas de cyberbullying podem adotar algumas medidas que incluem:
– Educação digital: Ensinar as famílias e colaboradores sobre o uso responsável da internet e as consequências do cyberbullying, como o exemplo oferecido no início deste texto pelo entrevistados Allex Amorim.
– Monitoramento: Pais e educadores devem estar atentos ao comportamento online de seus dependentes, identificando sinais de assédio.
– Reportar abusos: Muitas plataformas digitais oferecem ferramentas para denunciar e bloquear usuários abusivos.
– Apoio emocional: Oferecer suporte psicológico para as vítimas de cyberbullying, ajudando-as a lidar com o trauma.

Proteção infantil: Entenda a nova lei que inclui bullying e cyberbullying no Código Penal

A proteção infantil no Brasil deu um passo significativo com a recente aprovação da lei que inclui o bullying e o cyberbullying no Código Penal, lei nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, reconhecendo essas práticas como crimes passíveis de punição. Essa mudança reflete a crescente preocupação com o impacto devastador que essas formas de violência têm sobre crianças e adolescentes, especialmente no ambiente digital.

Dados sobre o cyberbullying no Brasil

Dados no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que, em 2022, cerca de 13% dos adolescentes brasileiros já haviam sido vítimas de cyberbullying, um número alarmante que evidenciou a necessidade de legislação específica. Além disso, a pesquisa “Cenário da Violência contra Crianças e Adolescentes na Internet no Brasil”, realizada pela SaferNet, apontou um aumento de 40% nas denúncias de cyberbullying em 2023, com a maior parte dos casos envolvendo redes sociais como principal meio de agressão. A nova lei não só fortalece a proteção legal para as vítimas, mas também serve como um alerta para a sociedade sobre a importância de monitorar e educar os jovens para evitar que se tornem tanto vítimas quanto agressores no mundo digital.

Perguntas frequentes sobre cyberbullying

 Perguntas frequentes sobre o tema geralmente giram em torno de questões cruciais que ajudam a entender e combater essa forma de violência digital. Entre as dúvidas mais comuns está a definição de cyberbullying, que se refere ao uso de tecnologias da informação, como redes sociais, aplicativos de mensagens e jogos online, para assediar, intimidar ou humilhar alguém de forma repetida e intencional. Outra pergunta frequente é sobre os sinais de que alguém está sendo vítima de cyberbullying, que podem incluir mudanças de comportamento, como retraimento social, ansiedade, depressão e até mesmo o abandono de atividades online que antes eram apreciadas. Muitos também questionam quais são as consequências legais para os agressores, especialmente após a inclusão do cyberbullying no Código Penal brasileiro, que agora prevê punições mais severas para quem pratica esse tipo de assédio. Além disso, há uma preocupação crescente com as medidas preventivas que pais, escolas e plataformas digitais podem adotar para proteger os jovens, como a educação sobre o uso seguro da internet, o monitoramento das atividades online e a promoção de um ambiente digital saudável e inclusivo. Com a crescente incidência de casos no Brasil, é essencial que essas perguntas sejam respondidas de forma clara e informativa, para que todos possam reconhecer, prevenir e agir contra o cyberbullying.

Dados de casos de cyberbullying no Brasil

Quais atitudes você deve ter para evitar que seja vítima de cyberbullying

Perguntas frequentes sobre cyberbullying geralmente giram em torno de questões cruciais que ajudam a entender e combater essa forma de violência digital. Entre as dúvidas mais comuns está a definição de cyberbullying, que se refere ao uso de tecnologias da informação, como redes sociais, aplicativos de mensagens e jogos online, para assediar, intimidar ou humilhar alguém de forma repetida e intencional. Outra pergunta frequente é sobre os sinais de que alguém está sendo vítima de cyberbullying, que podem incluir mudanças de comportamento, como retraimento social, ansiedade, depressão e até mesmo o abandono de atividades online que antes eram apreciadas. Muitos também questionam quais são as consequências legais para os agressores, especialmente após a inclusão do cyberbullying no Código Penal brasileiro, que agora prevê punições mais severas para quem pratica esse tipo de assédio. Além disso, há uma preocupação crescente com as medidas preventivas que pais, escolas e plataformas digitais podem adotar para proteger os jovens, como a educação sobre o uso seguro da internet, o monitoramento das atividades online e a promoção de um ambiente digital saudável e inclusivo. Com a crescente incidência de casos no Brasil, é essencial que essas perguntas sejam respondidas de forma clara e informativa, para que todos possam reconhecer, prevenir e agir contra o cyberbullying.

Allex Amorim
Allex Amorimhttp://www.allexamorim.com.br/
Mais de 20 anos de experiência em diversos setores, especializando-se em Tecnologia, LGPD e Segurança da Informação. Desenvolveu e executou planos de segurança, gerenciou crises e equipes multidisciplinares, além de atuar como conselheiro consultivo. Escreveu sobre segurança e inovação, utilizou metodologias ágeis e dominou a gestão de equipes em ambientes complexos, destacando-se pela capacidade analítica, liderança, e habilidade em promover a colaboração e adaptabilidade.
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