O sétimo episódio da temporada Futurecom Connect já está disponível nas principais plataformas, trazendo uma discussão de alto nível sobre um dos temas mais urgentes da transformação digital: a conectividade significativa na educação pública brasileira. Quem comanda o bate-papo é Márcio Montagnani, colunista do Portal Itshow, que entrevista dois especialistas com visões complementares e experiências práticas no setor: Luzia Sarno, diretora de tecnologia da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), e Leandro Guerra, CEO da Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF).
Conectividade significativa: mais do que acesso, é transformação
O episódio gira em torno do conceito de conectividade significativa, que vai além de simplesmente oferecer internet nas escolas. O objetivo é garantir um acesso estável, estratégico, inclusivo e pedagógico, capaz de transformar o processo de ensino-aprendizagem.
“A tecnologia na educação não é um fim em si mesma, mas um meio para impulsionar o aprendizado”, afirma Luzia Sarno. “O que realmente importa é a estratégia pedagógica por trás de sua aplicação.”
Com mais de 5,3 mil escolas sob sua gestão tecnológica e cerca de 3 milhões de alunos, Luzia destaca os desafios de infraestrutura enfrentados em um estado com realidades tão distintas como São Paulo, incluindo escolas acessíveis apenas por barco, em regiões rurais. Para isso, a FDE já utiliza tecnologias como SD-WAN, controle de tráfego, satélites de baixa órbita e rede centralizada via Prodesp, promovendo escalabilidade com inteligência de dados.
O papel das operadoras e o avanço do 5G FWA
Do lado das operadoras, Leandro Guerra reforça a importância de se enxergar a conectividade como um ecossistema estratégico, especialmente em um país continental como o Brasil.
“O 5G FWA (Fixed Wireless Access) é uma das grandes promessas para expandir a internet de qualidade em regiões com baixa cobertura de fibra óptica. É uma solução viável, escalável e de custo mais acessível”, explica Guerra.
Leandro também destaca o papel da inteligência artificial na manutenção preditiva de redes, monitoramento remoto de infraestrutura e melhoria da experiência do usuário, especialmente em regiões remotas. O CEO da EAF compartilha como o Brasil está na vanguarda de projetos como as infovias da Amazônia, que já conectam escolas e comunidades com infraestrutura sustentável e energia limpa.
Segurança digital e letramento: o elo humano da transformação
Um dos pontos mais sensíveis discutidos no episódio é a segurança cibernética nas escolas. Com a ampliação do uso de plataformas digitais e ferramentas como o ChatGPT no ambiente educacional, o risco de ataques e vazamentos aumenta exponencialmente. Luzia Sarno lembra que não basta infraestrutura é preciso investir em letramento digital de professores, alunos e servidores públicos.
“Segurança não é só firewall. É conscientização, cultura digital e ética no uso das tecnologias. E isso precisa ser construído desde a base”, reforça.
A FDE, por exemplo, realiza campanhas internas de simulações de phishing para alertar usuários sobre ameaças reais e reforçar boas práticas. “A proteção de dados começa com as pessoas”, completa Luzia.
Conectividade como vetor de inovação social
Outro ponto alto do episódio é a visão de que a conectividade, quando bem aplicada, pode ser um vetor de inovação social, e não apenas uma infraestrutura técnica. Leandro ressalta que a convergência entre educação, telecomunicações e políticas públicas é essencial para garantir desenvolvimento sustentável, formação de novos talentos e redução de desigualdades.
“Quando unimos inteligência artificial, planejamento estratégico e educação digital, abrimos caminho para um salto de qualidade no país inteiro”, destaca.
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