O Gartner, empresa líder em pesquisa e consultoria tecnológica, divulgou recentemente um estudo detalhado que identifica as tendências que irão moldar o futuro da nuvem nos próximos anos. Segundo o relatório, essas transformações vão além do aspecto tecnológico, influenciando diretamente a estratégia e os modelos de negócio das organizações. Este artigo apresenta uma análise aprofundada dessas tendências, destacando os impactos previstos e as ações recomendadas para empresas que buscam manter competitividade no ambiente digital.
A transformação da computação em nuvem
A computação em nuvem já não é apenas uma ferramenta de suporte para TI; ela evoluiu para uma peça-chave na criação de vantagens competitivas e inovação empresarial. Conforme afirma Joe Rogus, Diretor de Consultoria do Gartner, a nuvem está se tornando uma força disruptiva, capaz de impulsionar novos modelos de negócios e transformar processos organizacionais.
O estudo do Gartner aponta seis tendências principais que devem influenciar fortemente a adoção e evolução da nuvem até 2029. Cada uma delas representa desafios e oportunidades que as empresas precisam compreender para tirar o máximo proveito dessa tecnologia.
1. Insatisfação com a nuvem: um desafio crescente
Apesar do crescimento constante da adoção da nuvem, o Gartner alerta para a insatisfação com a nuvem que pode afetar até 25% das organizações até 2028. As causas principais incluem expectativas desalinhadas, implementações deficientes e custos inesperados que prejudicam o retorno sobre o investimento.
Para reverter esse cenário, é fundamental que as empresas desenvolvam uma estratégia clara e bem estruturada para a nuvem, aliada a uma execução eficiente. A pesquisa indica que as organizações que conseguirem ajustar seu foco estratégico reduzirão consideravelmente os níveis de insatisfação nos próximos anos.
2. Expansão da inteligência artificial e aprendizado de máquina
A demanda por soluções baseadas em Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning tende a crescer exponencialmente. O Gartner prevê que, até 2029, metade dos recursos computacionais em nuvem será destinada a cargas de trabalho relacionadas a essas tecnologias, um aumento significativo em relação aos menos de 10% atuais.
Essa transformação exige que as empresas revisem seus data centers e estratégias de nuvem, garantindo infraestrutura capaz de suportar essa nova realidade. Além disso, é importante considerar o processamento próximo aos dados para melhorar a eficiência e o desempenho das aplicações de IA.
3. Complexidade da multicloud e modelos cross cloud
A arquitetura multicloud, que envolve o uso de múltiplos provedores de nuvem, continua a ser adotada por muitas empresas, porém, apresenta desafios técnicos e operacionais. O Gartner estima que mais de 50% das organizações ainda não terão alcançado os resultados esperados com suas estratégias multicloud até 2029.
A interoperabilidade entre diferentes plataformas e ambientes on-premises é um obstáculo frequente, dificultando a gestão e a integração dos sistemas. Para superar essa barreira, recomenda-se o desenvolvimento de modelos cross cloud, que permitem a execução colaborativa das cargas de trabalho entre diversas nuvens e infraestruturas físicas, ampliando a flexibilidade e a resiliência.
4. Plataformas específicas para setores
Uma tendência que vem ganhando força é o uso de soluções de nuvem direcionadas a setores específicos, como saúde, finanças, manufatura, entre outros. Essas plataformas oferecem funcionalidades personalizadas que atendem às necessidades particulares de cada segmento, facilitando a adoção de tecnologias digitais e acelerando projetos de transformação.
O Gartner prevê que, até 2029, mais da metade das empresas adotará plataformas de nuvem específicas para seu setor. A recomendação é que essas soluções sejam incorporadas estrategicamente ao portfólio de TI, de modo a complementar as arquiteturas existentes e evitar problemas de dívida técnica, além de fomentar inovação contínua.
5. Soberania digital e proteção de dados
O cenário global de regulamentações de privacidade, junto às tensões geopolíticas, aumenta a demanda por serviços de nuvem que garantam a soberania digital dos dados. Isso significa que as empresas precisam assegurar que suas informações e cargas de trabalho críticas não estejam sujeitas ao controle de jurisdições estrangeiras, protegendo assim a confidencialidade e a integridade operacional.
Até 2029, o Gartner estima que mais de 50% das multinacionais terão implementado estratégias digitais soberanas. É fundamental que as organizações identifiquem claramente seus requisitos para selecionar soluções adequadas, equilibrando segurança, compliance e eficiência.
6. Sustentabilidade como prioridade estratégica
Outro ponto de destaque no futuro da nuvem é a crescente preocupação com a sustentabilidade. Organizações e fornecedores estão cada vez mais comprometidos em minimizar o impacto ambiental das infraestruturas de TI, impulsionados por reguladores, investidores e a sociedade civil.
O uso intensivo de energia para alimentar cargas de trabalho de IA, por exemplo, exige uma gestão cuidadosa dos recursos e a adoção de práticas que promovam a eficiência energética. A pesquisa do Gartner aponta que mais de 50% das empresas globais irão priorizar a sustentabilidade em suas estratégias de contratação até 2029, integrando metas ambientais aos objetivos de negócio.
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