No episódio décio primeiro EP, o apresentador Márcio Montagnani, colunista do portal Itshow, recebeu três grandes especialistas da área: Amanda Ferreira, gerente do jurídico e regulatório da Telcomp, Marcio Jesus, diretor de negócios da Algar Telecom, e Andre Martins, CEO da NLT Telecom. A conversa abordou as perspectivas para as MVNOs, especialmente no contexto da transformação digital e da demanda crescente por conectividade móvel.
O Papel das MVNOs no Mercado Brasileiro de Telecomunicações
As MVNOs são operadoras móveis que não possuem infraestrutura própria de rede, mas utilizam a infraestrutura de outras operadoras para fornecer conectividade móvel. Esse modelo de negócios tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, principalmente após 2010, quando a Anatel começou a permitir a concessão de outorgas para as MVNOs. No episódio, os especialistas discutiram o crescimento das MVNOs no Brasil e o impacto desse modelo na forma como as empresas e consumidores têm acesso a serviços móveis.
Desafios Regulatórios e Oportunidades para as MVNOs
Apesar do crescimento das MVNOs, o mercado brasileiro ainda enfrenta desafios significativos no que diz respeito à regulamentação. A Amanda Ferreira, da Telcomp, destacou que as MVNOs têm dificuldades para negociar com as grandes operadoras devido a cláusulas de exclusividade nos contratos. Isso dificulta a expansão das MVNOs e pode resultar em um mercado menos competitivo.
“Embora a Anatel tenha trabalhado para viabilizar as MVNOs, ainda há muito a ser feito. Precisamos de mais flexibilidade na regulamentação e um ambiente regulatório que permita que as MVNOs negociem com as grandes operadoras sem restrições excessivas”, explicou Amanda. Ela também mencionou que, ao remover essas barreiras regulatórias, o Brasil poderia ter um mercado de telecomunicações mais competitivo e acessível, favorecendo a inovação.
Andre Martins, CEO da NLT Telecom, também comentou sobre os desafios regulatórios e a necessidade de uma abordagem mais flexível por parte da Anatel. “As MVNOs precisam de um regulamento mais aberto, que permita negociações mais equilibradas entre as operadoras. O Brasil tem muito potencial, mas precisamos de um ambiente mais favorável ao crescimento das MVNOs”, afirmou Andre.
O Mercado de IoT e as Oportunidades para as MVNOs
Um dos principais pontos discutidos no episódio foi o crescimento do mercado de IoT (Internet das Coisas) e como as MVNOs podem aproveitar essa oportunidade. Com a crescente demanda por dispositivos conectados em setores como saúde, logística e agronegócio, as MVNOs têm o potencial de fornecer conectividade eficiente e personalizada para atender a essas necessidades específicas.

De acordo com Marcio Jesus, da Algar Telecom, as MVNOs têm se mostrado essenciais no fornecimento de soluções de conectividade para o mercado de IoT, oferecendo serviços mais adaptáveis e de baixo custo em comparação com as grandes operadoras. “O mercado de IoT no Brasil está em expansão, e as MVNOs podem se destacar oferecendo soluções de conectividade que atendam às especificidades dos negócios em diversos setores”, comentou Marcio.
Tecnologias Emergentes
O episódio também abordou as tecnologias emergentes que estão moldando o futuro das MVNOs, como o eSIM (SIM embutido) e o 5G. O eSIM permite que os dispositivos se conectem a diferentes redes móveis sem a necessidade de um chip físico, o que aumenta a flexibilidade e a eficiência das MVNOs. Já o 5G, com sua maior capacidade de transmissão de dados, traz novas possibilidades de serviços e expansão para as MVNOs.
Andre Martins comentou sobre o impacto do 5G nas operações das MVNOs: “Com o 5G, as MVNOs terão a oportunidade de oferecer soluções muito mais rápidas e escaláveis, especialmente no mercado de IoT. O futuro é de conectividade ultra-rápida e personalizada”, afirmou Andre.
O Crescimento das MVNOs no Brasil e no Mundo
Para que as MVNOs possam prosperar plenamente, é necessário um ambiente regulatório mais favorável e flexível, além da adaptação às novas tecnologias, como o eSIM e o 5G. O futuro das MVNOs no Brasil é promissor, e a evolução do mercado de telecomunicações dependerá, em grande parte, da capacidade dessas operadoras de se adaptarem às novas demandas e tecnologias.
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