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domingo, outubro 6, 2024

Gerenciamento de Riscos

Gerenciamento de riscos: o que é, benefícios e como fazer de forma correta

O que é o gerenciamento de riscos?

Toda empresa está exposta a diversos riscos. Ainda que exista uma marca sólida, que o serviço oferecido seja interessante e diferenciado, e que haja um bom planejamento, um fato que não pode ser alterado é que eventos externos podem impactar as atividades e resultados da organização. Por isso, é importante pensar em uma gestão de risco eficiente. O gerenciamento de riscos é o processo de identificar, avaliar e mitigar riscos em um negócio ou organização. Isso inclui a identificação de possíveis ameaças, avaliação de sua probabilidade e impacto e implementação de medidas para controlar ou eliminar esses riscos. O objetivo é minimizar a possibilidade de eventos negativos acontecerem e maximizar a capacidade de recuperação caso eles ocorram. Basicamente, pode-se dizer que esse processo tem como objetivo realizar um planejamento para reduzir o número de incertezas que podem resultar em problemas, além de criar respostas aos riscos para os minimizar quando eles vierem a ocorrer.

Quais são os tipos de riscos?

Os riscos podem ser causados por diferentes fatores, desde eventos externos que não podem ser controlados, até os estratégicos que a empresa assume mesmo os conhecendo, e os previstos, que fazem parte do cotidiano, mas que podem ser identificados e eliminados. Abaixo você confere alguns exemplos.

Riscos de reputação

São aqueles que podem ser causados por conta de feedbacks e reviews ruins ou mesmo ações judiciais. Eles podem impactar a marca e causar grandes prejuízos. Considerando que as mídias sociais e a Internet acabam os tornando mais expostos, é importante traçar estratégias para evitá-los ou mitigá-los.

Riscos financeiros

Esse tipo de risco normalmente está relacionado ao fluxo de caixa e pode incluir os clientes inadimplentes, multas, custos operacionais não previstos, empréstimos, riscos patrimoniais causados pelas compras de ações, entre outros.

Riscos de saúde e segurança

Estão inclusos nessa categoria os fatores que podem representar perigo ou dano à saúde e segurança dos colaboradores e da comunidade. Por vezes, eles podem ser previstos e ações corretivas podem reduzir a probabilidade de que ocorram.

Riscos legais e regulatórios

Todas as empresas estão sujeitas a normas e regulamentações que precisam ser seguidas para evitar problemas judiciais. Elas vão desde a segurança e proteção dos consumidores, meio ambiente, até compliance para seguir as diretrizes legais – como a LGPD. Existem ainda diversos outros tipos de risco, mas eles variam de acordo com fatores como área de atuação da empresa, processos executados e muitos outros. Por isso, devem ser avaliados de modo personalizado.

Quais os benefícios do gerenciamento de riscos para as empresas?

Não é difícil compreender que o gerenciamento de riscos corporativos é importante, afinal, trata-se de estar preparado para os riscos identificados. Porém, essas vantagens vão além dessa motivação, uma vez que, na prática, ele gera ainda outras oportunidades. Para começar, ao analisar os riscos em potencial, a empresa pode encontrar problemas que ainda não haviam sido identificados e traçar estratégias para corrigi-los. Com isso, podem ser reduzidos custos com as ações corretivas e ainda aumentar a satisfação dos clientes. Ocorre também a proteção dos ativos (colaboradores, operações e reputação), além de facilitar a tomada de decisão quando algum problema acontecer.

Quais são as etapas do gerenciamento de riscos?

Existem várias etapas no processo de gerenciamento de riscos e elas são importantes para que o processo seja eficiente. Basicamente, é possível implementar o gerenciamento de riscos em 4 etapas:

  1. Identificação – esta etapa envolve a identificação de possíveis ameaças e vulnerabilidades, tais como riscos financeiros, de saúde e segurança, de reputação, de operações, entre outros. Afinal, quais são os riscos que a empresa pretende evitar? Esse e outros questionamentos e a avaliação dos objetivos da organização fazem toda a diferença no momento de planejar e identificar os riscos.
  2. Análise de riscos – nesta etapa, os riscos são avaliados quanto à sua probabilidade e impacto, para determinar qual risco precisa ser priorizado. Ao criar uma classificação de acordo com a urgência e agilidade que eles devem ser solucionados, fica mais fácil implementar o gerenciamento de riscos em projetos.
  3. Mitigação de riscos – uma vez identificado e avaliado, os riscos precisam ser mitigados, isto é, medidas precisam ser tomadas para controlar ou eliminar o risco. Cada uma das áreas pode encontrar maneiras diferentes de lidar com esses riscos e criar um planejamento estratégico.
  4. Monitoramento e revisão – após a implementação de medidas de mitigação, é importante monitorar continuamente os riscos e avaliar se as medidas estão funcionando. Mesmo após serem incorporados na cultura da empresa, eles podem ser modificados conforme forem surgindo novas informações e ocorrências.

Quais são as ferramentas usadas para o gerenciamento de riscos?

Para gerenciar os riscos de uma organização, você pode utilizar ferramentas que vão tornar o processo ainda mais eficiente. Nós listamos abaixo algumas opções:

  •   Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) – usada para classificar os problemas mapeados, criando uma hierarquia de acordo com os três critérios usados na matriz.
  •   Análise Preliminar de Risco (APR) – trata-se de uma ferramenta que visa entender de modo antecipado e detalhado os riscos que podem surgir durante a realização de um projeto ou tarefa. Ela inclui passos como a análise dos riscos, quais são as causas, quem pode afetar, além de definir medidas de controle e prevenção.
  •   Diagrama de Ishikawa (ou espinha de peixe) – trata-se de uma ferramenta visual usada para identificar as possíveis causas de problemas, analisando os processos sob diferentes perspectivas para encontrar sua origem.
  •   Business Continuity Plan (BCP) – é um plano de contingência que define como a empresa deve continuar suas operações em caso de eventos imprevistos. Por meio dele, são criadas ações preventivas para que a empresa opere mesmo em momentos de crise que venham a ocorrer.
  •   HAZOP (Hazard and Operability Study) – trata-se de uma ferramenta de análise quantitativa muito aplicada em indústrias. Ela tem como objetivo verificar as etapas dos processos para avaliar os riscos e apontar suas causas e consequências, além de estabelecer medidas de mitigação.
  • Os 5 porquês – é uma ferramenta utilizada para identificar as causas-raiz de um problema ou risco através da realização de perguntas. A ideia principal é ir além da descrição superficial do problema ou risco, e entender a sua causa subjacente. Seu criador, Taiichi Ohno, pai do Sistema de Produção Toyota, colocou o padrão de 5 perguntas, mas não é preciso limitar-se a essa quantidade, desde que se consiga chegar à raiz do problema.