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domingo, maio 4, 2025
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IA nos Recursos Humanos: estratégias para engajar talentos internos 

A inteligência artificial (IA) deixou de ser apenas um conceito futurista para ocupar espaço, cada vez maior, no cotidiano dos recursos humanos ou, como muitos preferem hoje, na área de Pessoas. 

Mas, na prática, sei que muitos profissionais de RH (Pessoas) assim como eu às vezes já senti convivem com um misto de entusiasmo e receio. De um lado, o desejo de inovar; do outro, o temor de que as equipes não aceitem ou não compreendam a chegada dessa tecnologia. 

Segundo o “Work Trend Index 2024”, elaborado pela Microsoft e LinkedIn, 66% dos líderes pretendem adotar soluções de IA nos próximos anos. Mesmo assim, só 30% dos profissionais dizem se sentir de fato confiantes em lidar com essas ferramentas no dia a dia (Microsoft & LinkedIn, 2024). Essa diferença mostra que a resistência existe e é legítima. Afinal, toda mudança traz questionamentos. 

Acredito que a melhor forma de vencer a insegurança é começar pequeno e com propósito. Não é preciso esperar por grandes projetos: o segredo está em criar uma cultura de testes, aprendizado e diálogo aberto com os times.

Passos práticos para engajar as pessoas no Recursos Humanos (RH)

1. Pequenos testes, grandes aprendizados 

Um experimento simples pode abrir portas para transformações reais. Já vi empresas usando uma ferramenta de triagem automática de currículos, como a Gupy ou Quickin, apenas para uma vaga-piloto. O objetivo? Testar o que funciona, avaliar resultados e dialogar com o time. Surpreende ver como, ao apresentar evidências de agilidade e mais imparcialidade no processo, o RH passa a ser visto como parceiro não como ameaça. 

2. Capacitação e comunicação 

A inovação exige conhecimento. A Deloitte mostra que empresas que apostam em capacitação contínua têm 2,5 vezes mais sucesso em projetos de inovação (Deloitte Global Human Capital Trends 2023). Sempre recomendo rodas de conversa e minicursos para desmistificar a IA. Quando os colaboradores têm espaço para perguntar, opinar e experimentar, surgem mais curiosidade e abertura e menos medo. 

3. Engajamento começa com protagonismo 

Faço questão de incluir as pessoas nesse processo, criando times ágeis ou até pequenos “laboratórios de inovação”. Quando os colaboradores participam de testes com chatbots para dúvidas ou soluções de feedback automatizado, percebem onde a tecnologia agrega e compartilham ideias para adaptar à nossa realidade. É assim que se cria o sentimento de pertencimento. 

4. Mensure e compartilhe resultados 

Nada melhor para engajar do que celebrar conquistas, por menores que sejam. Comunique para todos os benefícios dos testes com IA seja na redução do tempo de triagem de currículos, na automação de dúvidas ou na melhora no clima do time por ter menos tarefas repetitivas. Transforme dados em histórias que mostram valor. 

5. Crie ou adapte uma cultura de aprendizado 

Errar faz parte da inovação. Não é sobre acertar sempre, mas sobre fazer melhor a cada tentativa. Adotar IA é cultivar um ambiente onde todos podem experimentar novas formas de trabalhar, compartilhar aprendizados e ajustar rotas. 

Exemplos do que vejo no dia a dia 

Já presenciei uma empresa média de varejo aplicar entrevistas preditivas só no setor operacional. Em poucos meses, 70% dos gestores passaram a confiar mais nas recomendações do sistema. Em uma startup, colaboradores criaram seus próprios grupos de inovação, sugerindo rotinas para a IA automatizar. Resultado: o engajamento interno cresceu 35%. Em outra experiência, observei o impacto de um chatbot para dúvidas de benefícios: o tempo gasto pelo RH com tarefas repetitivas caiu pela metade, liberando espaço para ações mais estratégicas. 

Essas iniciativas que mencionei nasceram de conversas entre pessoas de diferentes áreas, que decidiram experimentar, juntas, ferramentas simples e gratuitas em seus próprios projetos. Foi dessa troca despretensiosa que surgiram soluções na prática, simples assim. 

O caminho não precisa ser solitário 

Sei o quanto pode parecer assustador iniciar essa prática com IA, mas ela é pode ser uma parceira poderosa desde que o processo comece de forma próxima, transparente e humana. 

Permita que a equipe vivencie pequenas experiências, construa conhecimento coletivo e, acima de tudo, sinta-se parte da transformação. No fim das contas, é assim que o RH prepara o terreno para o futuro do trabalho: com diálogo, coragem e empatia.

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Renata Tedesco
Renata Tedesco
Headhunter e fundadora da Huntz Recruiting Experts. HR Partner do Portal Telemedicina – empresa reconhecida pela ONU entre as 10 melhores do mundo em impacto social e acesso global à saúde com IA. Também é partner na Tinna, startup que testa agentes de IA para recrutamento tech internacional. Partner na Green Conecta- Recrutamento Verde.
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