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Futurecom 2024: O Impacto dos IA Agents no Mercado Corporativo e na Transformação Digital

A tecnologia tem evoluído rapidamente, e entre as inovações mais transformadoras dos últimos anos estão os IA Agents (agentes de inteligência artificial). Esses agentes estão revolucionando a maneira como as empresas operam, automatizando processos que antes eram realizados por seres humanos e tornando o trabalho mais eficiente e preciso. A adoção de IA Agents é um marco significativo para as corporações, que agora enfrentam uma nova era de produtividade e automação.

No ecossistema de inovação discutido durante uma conferência recente, uma questão central foi a implementação de IA Agents em larga escala.

O Itshow esteve presente na Futurecom 2024, realizando uma cobertura especial de um dos principais eventos de tecnologia do Brasil, realizado entre os dias 8 e 10 de outubro em São Paulo, a 24ª edição do Futurecom bateu recorde ao registrar mais de 33 mil visitantes. Com uma programação repleta de palestras, workshops e painéis, o evento abordou temas como transformação digital, conectividade, inteligência artificial (IA), 5G, segurança da informação, conectividade e muito mais.

O que são IA Agents?

Os IA Agents, ou agentes de inteligência artificial, são sistemas projetados para executar tarefas de forma autônoma, baseados em algoritmos de machine learning e inteligência artificial, esses agentes podem ser treinados para realizar uma variedade de atividades, desde tarefas simples, como o envio de e-mails ou a conciliação de planilhas, até operações mais complexas, como a gestão de sistemas empresariais críticos.

Uma das grandes inovações trazidas pelos IA Agents é sua capacidade de aprender e se adaptar ao longo do tempo, o que os torna diferentes das automações tradicionais, como o RPA (Robotic Process Automation). Como explicou Rodrigo Araujo, Co-founder & CIO Distrito, “esses agentes podem ser treinados como se fossem novos colaboradores em uma empresa, aprendendo os processos, políticas e até mesmo a cultura organizacional”.

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IA Agents versus RPA: Qual a diferença?

Embora tanto os IA Agents quanto o RPA sejam usados para automação, eles diferem em suas capacidades e flexibilidade. O RPA tradicional é eficaz para automatizar tarefas repetitivas e estruturadas, mas depende de dados organizados e processos previamente mapeados. Os IA Agents, por outro lado, são capazes de trabalhar com dados não estruturados, como áudio, imagem e texto, e adaptam-se a novas situações sem a necessidade de reconfiguração manual.

Essa capacidade expande as possibilidades de automação, permitindo que os IA Agents lidem com problemas complexos que, até recentemente, só poderiam ser resolvidos por humanos.

Os IA Agents já estão sendo implementados em uma variedade de setores, ajudando empresas a melhorar sua eficiência operacional.

Uma das áreas onde os IA Agents estão trazendo grandes melhorias é nos processos administrativos. Empresas de grande porte, como operadoras de telecomunicações e bancos, estão utilizando esses agentes para automatizar tarefas como:

  • Emissão de contratos: Um exemplo citado na transcrição foi o de um banco que, antes, utilizava 40 pessoas para processar contratos de crédito manuscritos. Hoje, essa mesma tarefa é realizada por três IA Agents, com uma eficiência de 50 mil contratos por mês.
  • Aprovação de sinistros: No setor de seguros, sinistros que antes demoravam sete dias para serem aprovados agora são processados em apenas dez minutos.

Empresas como Microsoft e Salesforce estão investindo pesado em IA Agents para melhorar o atendimento ao cliente. Soluções como o Copilot Studio da Microsoft e o AgentForce da Salesforce permitem que os IA Agents lidem com clientes em tempo real, respondendo a consultas, processando pedidos e resolvendo problemas de maneira autônoma.

Esses agentes também podem ser treinados para interagir com os clientes de acordo com a política e a cultura da empresa, garantindo que o atendimento siga os padrões desejados.

No setor de saúde, os IA Agents estão auxiliando médicos no diagnóstico de doenças, como o câncer. Esses agentes podem analisar imagens de exames, como tomografias e ressonâncias, e oferecer diagnósticos preliminares com alta taxa de assertividade.

De acordo com Jorge Stakowiak, da DASA, a rede já utiliza IA Agents para facilitar diagnósticos de câncer de mama, com uma taxa de acerto de 99,67%. Esse tipo de automação acelera os diagnósticos e permite que os médicos se concentrem em decisões mais complexas e no atendimento ao paciente.

Não se trata de substituir os médicos, mas de acelerar o diagnóstico para que o profissional tenha mais tempo para se concentrar em questões críticas“, destacou Jorge. Essa tecnologia ajuda a criar um ambiente de trabalho mais eficiente sem comprometer a qualidade dos serviços de saúde.

Outro exemplo citado foi o uso de IA Agents para processos de cobrança, em vez de seguir um script rígido, esses agentes são programados com um objetivo como negociar um cartão de crédito inadimplente e utilizam várias abordagens para atingir esse objetivo, seja enviando mensagens, áudios ou relatórios. Essa flexibilidade torna o processo mais eficiente, adaptando-se às necessidades de cada cliente.

Empresas como a Claro estão vendo benefícios significativos na utilização de IA Agents para processos internos. Rodrigo Assad, Diretor de Inovação da Claro/Embratel (beOn), mencionou que a implementação de IA dentro da empresa é um processo complexo, mas tem mostrado resultados surpreendentes. Ele afirma: “Nós já desmistificamos a ideia de que IA é magia; é tecnologia. Implementá-la nos processos internos nos trouxe ganhos reais, mas exige governança e planejamento adequados“.

Além disso, Rodrigo Assad destacou que a Claro, operadora de telecomunicações, está utilizando IA Agents em áreas como atendimento ao cliente e operações de back office, gerando economia de tempo e aumentando a precisão das operações, especialmente em processos críticos que envolvem grandes volumes de dados.

Desafios e Considerações Éticas

Embora os IA Agents ofereçam muitos benefícios, eles também trazem desafios que precisam ser considerados.

Uma das preocupações levantadas durante o evento foi a possibilidade de que os profissionais se tornem excessivamente dependentes da IA. Rodrigo Fernandes Garcia, diretor digital da Gol, comparou essa situação ao uso do Waze assim como nos tornamos dependentes de um GPS para rotas conhecidas, também podemos perder habilidades críticas ao confiar demais nos IA Agents.

Outro ponto importante é a necessidade de governança e regulação, implementar IA Agents sem uma estrutura adequada de governança pode levar a problemas, como aumento dos custos operacionais e consumo excessivo de energia. Segundo Roberto Correa da Intel Corporation, “uma pesquisa simples realizada por IA pode consumir seis vezes mais eletricidade do que uma pesquisa tradicional em um buscador“.

Roberto também levantou questões sobre a infraestrutura necessária para suportar a crescente demanda por IA: Com o aumento do uso de IA em diversas áreas, o consumo de processamento cresce significativamente, e as empresas precisam estar preparadas para gerenciar esse aumento sem sobrecarregar seus sistemas.

A automação trazida pelos IA Agents inevitavelmente levanta questões sobre o impacto no mercado de trabalho. Com a capacidade de realizar tarefas antes exclusivas dos humanos, muitas funções estão sendo repensadas. Mariana Zaparolli Martins da Bain & Company, comentou que “o redesenho organizacional é inevitável, já que as tarefas que hoje são realizadas por humanos passarão por transformações”.

Ela também mencionou que a adoção de IA nas empresas exige uma mudança na maneira como as funções são definidas. “Muitas áreas ainda veem a IA como uma responsabilidade puramente tecnológica, mas o sucesso na adoção dessa tecnologia depende da integração entre as áreas de negócio e TI“, afirmou Mariana.

O Futuro dos IA Agents

A previsão dos especialistas é que os IA Agents se tornarão cada vez mais integrados ao ambiente de trabalho nos próximos anos. Rodrigo acredita que até 2025, veremos uma revisão massiva dos headcounts nas empresas, com muitos colaboradores se adaptando a novas funções ao lado dos IA Agents.

Além disso, o mercado está se preparando para um redesenho organizacional completo. Funções que hoje dependem de habilidades humanas, como marketing, jurídico e financeiro, serão transformadas. Assad, da Claro, destacou que “as funções tradicionais passarão por mudanças drásticas, e a revisão do número de colaboradores será inevitável“.

Os IA Agents estão moldando o futuro do trabalho, trazendo uma nova era de produtividade para as empresas. A capacidade de automatizar processos complexos, lidar com dados não estruturados e aprender com o tempo os torna ferramentas poderosas para qualquer organização que deseja inovar e se destacar no mercado.

No entanto, essa transformação precisa ser acompanhada de uma governança eficaz, políticas claras e uma preparação adequada dos colaboradores. Somente assim será possível aproveitar todo o potencial dos IA Agents sem comprometer a sustentabilidade e a qualidade do trabalho humano.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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