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segunda-feira, julho 14, 2025
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Jornada CIO: Maturidade, riscos e o futuro da inteligência artificial nas empresas brasileiras

O quarto episódio da temporada Jornada CIO, trouxe um dos debates mais densos e estratégicos sobre o papel da inteligência artificial generativa no cenário empresarial brasileiro. Com apresentação de Márcio Montagnani, o episódio reuniu Roberto Lins (Salinor), Fernando Lavrado (BNDES) e Wagner Marques (Lozinsky), que compartilharam suas experiências, preocupações e aprendizados sobre como integrar IA com responsabilidade, visão de futuro e maturidade organizacional.

Quando a IA deixa de ser tendência e passa a ser imperativo competitivo

A inteligência artificial generativa já é uma realidade nas empresas. Para Wagner Marques, o salto está na profundidade da atuação. “A grande virada é que agora a automação não está restrita a tarefas repetitivas. A IA começa a atuar também em processos criativos e de tomada de decisão, o que transforma profundamente a dinâmica dentro das empresas.

Roberto Lins destacou que mais do que adoção tecnológica, o desafio está em repensar o negócio: “A verdadeira vantagem competitiva no uso da inteligência artificial não virá apenas da adoção, mas da capacidade de reimaginar completamente os modelos de negócio.

Fernando Lavrado, com larga experiência no setor financeiro, reforçou que a IA generativa mudou o jogo: “Ano passado, a IA era um copiloto. Este ano, começa a assumir o volante.”

Dados e maturidade

Apesar do entusiasmo, os especialistas foram unânimes em alertar que a adoção de IA não pode ser impulsiva. “A IA tem um combustível e um motor: dados e processamento. Se você alimenta a IA com dados ruins, ela vai gerar resultados ruins”, alertou Lavrado.

Para Lins, o preparo técnico da empresa é essencial: “Você ter uma arquitetura de dados com governança e qualidade da informação é fundamental para qualquer processo de adoção da IA generativa ou de qualquer outro modelo de inteligência artificial.

Wagner Marques complementou: “Uma das grandes barreiras para adoção de IA é a qualidade dos dados. Sem uma boa estrutura, como um ERP eficiente, é praticamente impossível capturar os benefícios dessa tecnologia.”

IA e risco: governar antes de escalar

O episódio abordou com profundidade a questão dos vieses, alucinações e governança ética da IA. Lavrado foi direto: “A IA generativa tem vieses e alucinações. Isso não é defeito, é característica. É essencial aplicar ‘guardrails’ para manter ética, segurança e controle sobre a tecnologia.”

A fala foi reforçada por Roberto Lins: “A IA deve ser vista como um copiloto, um auxiliar de produtividade mas não exime o profissional da responsabilidade de ter uma análise crítica sobre o que está sendo gerado.”

No setor público, Lavrado apontou que o cuidado com dados é ainda mais estratégico. “Digitalização do serviço público é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. O dado é o combustível que vai alimentar a IA. Sem base sólida, não há como escalar.

Jornada CIO: De copilotos a agentes autônomos

Na reta final do episódio, os convidados projetaram os próximos passos da IA nas empresas. Para Lins, o cenário caminha para agentes inteligentes: “O próximo salto da inteligência artificial será o avanço dos agentes autônomos inteligentes sistemas que operam sem qualquer intervenção humana e prestam serviços como verdadeiros ‘as a service’.

Lavrado destacou que essa não é uma visão futurista, mas algo já em curso: “A IA agêntica não é mais algo distante. Segundo uma pesquisa da IBM, 85% das organizações pretendem ter agentes de IA implantados em produção até o fim de 2025.

A perspectiva de futuro também passa pela integração de tecnologias. “Essas tecnologias não são isoladas, elas se conversam. É por isso que o investimento em pesquisa e desenvolvimento é essencial desde o início”, completou Lavrado.

O CIO como ponte entre tecnologia e negócio

A conversa trouxe ainda uma reflexão importante sobre o papel do CIO na era da IA. Roberto Lins foi direto: “O CIO que espera atrás da mesa as demandas chegarem vai ser substituído com rapidez. Hoje, o CIO precisa entender de negócio e estar próximo das áreas operacionais para agregar valor com tecnologia.”

Wagner Marques reforçou que a pressão por adoção já chegou à ponta: “Estamos vendo com a inteligência artificial o mesmo fenômeno que ocorreu com a mobilidade. A adoção começa pelo uso pessoal e depois pressiona as organizações a se adaptarem.

Uma jornada de liderança e preparação

O quarto episódio da Jornada CIO mostrou que a inteligência artificial generativa exige mais do que experimentação: exige governança, cultura de dados, estrutura e liderança estratégica. As tecnologias estão maduras, mas o que fará diferença será a forma como as empresas escolhem usá-las.

A adoção da IA regenerativa não é mais uma opção estratégica das organizações, mas um imperativo competitivo”, resumiu Roberto Lins. O alerta está dado: a hora de agir é agora, mas com planejamento, maturidade e visão de longo prazo.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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