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sexta-feira, maio 9, 2025
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Jornada CIO: A maturidade digital que se revela nos planos de continuidade e resiliência

Jornada CIO é o ponto de partida para refletir sobre o quanto a maturidade digital de uma empresa está diretamente ligada à sua capacidade de manter a continuidade dos negócios diante de crises e imprevistos. À medida que a transformação digital avança, fica evidente que a maturidade de uma organização não se mede apenas pela adoção de tecnologias emergentes ou pela quantidade de dados processados. A verdadeira maturidade digital revela-se na capacidade de continuar operando diante do imprevisto. Nesse contexto, os planos de continuidade de negócios (PCN) e os planos de recuperação de desastres (DRP) se tornaram os principais termômetros do preparo estrutural e estratégico de empresas modernas.

Implementar uma estratégia robusta de continuidade é, antes de tudo, um exercício de autoconhecimento corporativo. Significa mapear processos essenciais, entender vulnerabilidades, mensurar riscos reais e assumir compromissos de retomada baseados em dados. Mais do que definir soluções técnicas, trata-se de projetar cenários e antecipar decisões críticas.

Continuidade como indicador de maturidade

Empresas maduras não dependem de heróis da TI para restaurar operações após um incidente. Elas contam com processos testados, equipes treinadas e responsabilidade compartilhada. Têm clareza sobre seus RTOs (Recovery Time Objective) e RPOs (Recovery Point Objective), e sabem que esses indicadores não são apenas métricas técnicas são compromissos de negócio.

Nenhum plano de continuidade sobrevive se for construído apenas pela TI. A resiliência é uma escolha estratégica da empresa como um todo”, afirma Fábio Ferreira, sócio e CTO da Lozinsky Consultoria.

Nesse cenário, a resiliência deixa de ser uma função exclusiva da tecnologia da informação e passa a fazer parte do DNA da governança corporativa. A cultura da continuidade precisa estar incorporada ao planejamento estratégico, aos contratos com fornecedores, às decisões do board e às rotinas operacionais.

Maturidade não se compra: se constrói

Maturidade digital não se alcança por meio de soluções prontas. Ela exige disciplina, simulações, comunicação transparente e revisão contínua dos planos. A cada mudança de ambiente seja uma nova aplicação em nuvem, a entrada de um novo parceiro ou uma aquisição corporativa o DRP precisa ser atualizado. Um plano ultrapassado é tão perigoso quanto sua ausência.

Um DRP desatualizado transmite falsa segurança. A empresa acredita que está protegida, mas na hora do incidente, descobre que nada funciona como o previsto”, alerta Ivanir Gabriel, diretor de TI da Wilson Sons.

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Esse processo de atualização constante exige uma mentalidade dinâmica, consciente de que a tecnologia evolui, mas os riscos também. Por isso, empresas maduras aplicam frameworks como o NIST, integram seus planos aos controles de auditoria e mantêm indicadores de prontidão visíveis para todas as áreas.

Jornada CIO: Tecnologia como facilitadora, não como fim

Na jornada da resiliência, a tecnologia é ferramenta, não protagonista. Não adianta investir em soluções de backup robustas se não houver clareza sobre o que precisa ser recuperado, em quanto tempo e com quais dependências. Muitas organizações, por falta de maturidade, replicam ambientes vulneráveis ou confiam em fornecedores sem SLAs adequados.

Maturidade é saber o que realmente precisa ser restaurado. Nem tudo precisa voltar em minutos — mas o que precisa, deve estar documentado e testado”, reforça Ferreira.

Maturidade também se expressa na capacidade de adotar soluções inteligentes e proporcionais. Em vez de replicar toda a infraestrutura, empresas maduras priorizam a continuidade dos serviços críticos. Com o avanço de modelos como o DRaaS (Disaster Recovery as a Service), é possível combinar escalabilidade com controle de custos — mas somente quem entende seu próprio negócio poderá aproveitar isso de forma eficiente.

Cultura organizacional: o maior desafio

Nenhuma estratégia de continuidade é eficaz se ficar restrita à TI. A maturidade digital exige envolvimento do jurídico, compliance, comunicação e operações. É preciso treinar, simular, corrigir rotas e reforçar a importância do plano. Empresas preparadas não testam seu DRP pela primeira vez durante um incidente real.

Nosso plano de continuidade é testado anualmente, envolve todas as áreas e está integrado ao plano de crise. Quando uma falha acontece, ninguém entra em pânico. Todos sabem o que fazer”, compartilha Ivanir.

A maturidade também se revela na forma como os líderes tratam a continuidade: ela precisa estar na pauta do conselho, nos comitês de crise e nas decisões orçamentárias. DRP não é custo técnico é seguro estratégico, capaz de proteger ativos, marca e continuidade de receita.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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