Inspirado no artigo “Radical Honesty nas marcas” – Vogue Business
Se tem uma coisa que está virando ouro no mundo da liderança é autenticidade. Não aquela fake, bem editada, com filtro e storytelling forçado. “Tô” falando daquela real, sem roteiro pré-aprovado, sem blá-blá-blá corporativo. A galera quer verdade. Quer vulnerabilidade com senso. Quer gente de carne, osso e propósito.
Não à toa, marcas como Patagonia, Dove, Ben & Jerry’s e até fintechs menores estão se conectando cada vez mais com as pessoas quando falam com clareza, mesmo sobre temas espinhosos. Quando dizem: “Erramos.” Ou: “Não sabemos ainda, mas estamos buscando.” Isso tem nome: radical honesty. Honestidade radical.
Agora me diz: será que dá pra levar isso pra dentro dos times de tecnologia sem correr o risco de abrir demais, expor o que não pode ou criar insegurança?
A resposta é: sim. Dá sim. Com cuidado, com estrutura e, acima de tudo, com coragem.
E o melhor: quando isso vira prática consistente, a cultura se transforma. E os resultados acompanham.
Mas afinal… o que não é honestidade radical?
Vamos alinhar aqui, rapidinho:
- Não é sair falando tudo que vem na cabeça, sem pensar no impacto.
- Não é escancarar a vida pessoal ou fazer oversharing só pra parecer humano.
- E não é defender uma transparência sem freio, como se você não fosse responsável por zelar por dados sensíveis, estratégias e confidencialidades.
Radical honesty é uma escolha consciente de comunicação.
É dizer o que precisa ser dito, do jeito certo, no tempo certo.
É tratar seu time como adulto. Como gente capaz de lidar com a verdade, desde que ela venha com respeito e clareza.
Liderança Tech + Honestidade na prática
Na teoria, parece bonito. Mas e na vida real, com prazos estourando, budget sendo cortado, time ansioso, mudanças de rota no produto, brigas por prioridade, e toda aquela montanha-russa do dia a dia tech?
Funciona sim!!!! Se liga só como aplicar:
1. “Ainda não sei, mas vamos descobrir juntos”: Sabe aquela pressão por parecer que você domina tudo? Esquece. Líder bom não é o que sabe tudo, é o que tem a coragem de dizer: “Ainda não temos essa resposta. Mas vamos descobrir juntos.”
Isso tira o peso das costas, cria um ambiente de coautoria e fortalece o senso de time. Vulnerabilidade inteligente gera confiança.
2. Falar a real quando a situação é difícil: Mudança de arquitetura, demissão de alguém querido, corte de verba, novo sistema imposto pelo board… Falar pela metade só cria ruído. “A decisão foi difícil. Mas ela foi tomada com base em XYZ. Sei que não é o ideal, e entendo quem esteja frustrado.” A transparência nos bastidores quebra o ciclo da fofoca e protege a confiança, mesmo quando o conteúdo é duro.
3. Feedback direto, mas construtivo: Feedback não é bronca. É presente. Mas só funciona quando é honesto, objetivo e generoso. Não adianta falar só o que o outro quer ouvir. Nem ser ríspido achando que está sendo “sincero”. Honestidade radical no feedback é dizer: “Esse comportamento impactou o time. Quero entender o que aconteceu e pensar com você como podemos evoluir juntos.”
Simples. Humano. Direto. E poderoso.
Tá, mas e o segredo corporativo?
Tu pode estar pensando: “Legal, Alex… mas tem coisa que a gente não pode dizer.”
Claro. Concordo totalmente. Liderança também é responsabilidade legal, estratégica, institucional.
Mas aí entra a beleza da honestidade radical com maturidade: “Pessoal, esse tema envolve decisões que ainda não estão públicas. Eu adoraria dividir mais, mas por enquanto não posso. Prometo que, assim que for possível, vocês serão os primeiros a saber.”
Isso não é enrolação. É respeito. E o time percebe. Porque quem joga limpo no que não pode falar, ganha moral no que pode.
E o fator geracional nessa equação?
Time de tecnologia não tem uma única “faixa etária dominante” como em áreas mais tradicionais. O que a gente vê hoje são quatro gerações trabalhando juntas, cada uma com seu repertório, seu jeito de ver a liderança e sua régua de confiança.
- Boomers: prezam por estabilidade e coerência. Se você disser algo, cumpra. E mostre que tem visão.
- Geração X: são pragmáticos. Querem contexto, querem saber o porquê. Não gostam de rodeios.
- Millennials: buscam propósito e pertencimento. Se sentem parte do jogo quando são incluídos na conversa.
- Geração Z: nasceram com radar de bullshit. Transparência não é valor pra eles, é obrigação.
Quer conquistar todos? Seja coerente, direto e honesto no conteúdo, mas flexível no jeito de entregar.
Bora aplicar isso de verdade? Roteiro na mão!
Em reuniões de liderança:
- “Como você realmente está chegando aqui hoje?”: Nada de “tudo ótimo”. Crie espaço pra vulnerabilidade segura.
- Momento “transparência institucional”: Compartilhe erros recentes, aprendizados, decisões ainda incertas ou difíceis. Use a matriz:
- Sabemos | Não sabemos | Podemos dizer | Não podemos dizer
- Pergunta final obrigatória: “Tem algo que a gente está evitando falar aqui?”
- Finalize com o lembrete: “Silêncio não é virtude aqui. Dúvida e discordância com respeito são bem-vindos.”
Então, por que tudo isso importa?
Porque a gente vive tempos em que confiança é escassa. As pessoas estão cansadas de discursos polidos e incoerência entre fala e ação. Marcas estão colhendo os frutos de serem verdadeiras. E líderes podem também.
Honestidade radical é uma escolha de coragem. Não é só ferramenta de engajamento. É um pilar de cultura forte.
E pra quem lidera tecnologia onde tudo muda, tudo quebra, tudo corre… falar com verdade é a única forma de não quebrar a confiança.
E aí, bora praticar?
Se esse texto fez sentido pra você, manda aí:
- Que verdades você tem evitado dizer pro seu time?
- Em que situações você tá escolhendo o silêncio por medo de desagradar?
- Qual vai ser a próxima conversa honesta que você vai puxar?
O convite é simples: Faça barulho bom. Fale o que importa. Inspire quem lidera com você.
E se tiver coragem… compartilha aqui: Qual vai ser seu primeiro passo de honestidade radical essa semana?
Vai que alguém tá esperando só isso pra virar a chave…
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