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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Mulheres na tecnologia: participação feminina no mercado de trabalho de TI ainda enfrenta desafios

Na última década, o cenário da liderança feminina na área de tecnologia tem passado por uma transformação notável, impulsionada por mulheres inspiradoras, como Lucia Almeida, diretora de TI na Veste e convidada do 18º episódio do podcast Itshow. Lucia destaca a formação de grupos colaborativos, onde a competição dá lugar à colaboração, ao compartilhamento de conhecimentos e à construção de amizades duradouras. 

Essa mudança de perspectiva foi essencial para as mulheres na tecnologia, que começaram como poucas na liderança e, através do apoio mútuo, formalizaram uma organização sem fins lucrativos voltada para o empoderamento feminino na área, a MCIO.

Lucia Almeida ressalta que não vê desafios adicionais para as mulheres no campo da tecnologia, mas enfatiza a necessidade constante de superação, assertividade e desafio pessoal. “A comunidade que estamos construindo, composta por mulheres em posições de presidência, conselhos e diretorias, oferece mentoria e busca aumentar a participação feminina no mercado de tecnologia”, destaca.

Além de promover a autoestima e a determinação, a missão da MCIO inclui preparar as empresas para a liderança feminina, enfatizando que a diversidade deve ser enraizada, e não apenas uma meta numérica. “O respeito às mulheres e à diversidade é abrangente, e a igualdade e a equidade devem ser perseguidas ativamente”, continua Lucia. A mentoria oferecida por ela a outras CIOs, executivos e jovens aspirantes a carreiras tecnológicas é um testemunho de seu compromisso com o crescimento e a inclusão nesse setor.

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Imagem gerada por Inteligência Artificial (IA)

Evolução da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro

A luta das mulheres pelo seu espaço no mercado de trabalho no Brasil é uma jornada longa e desafiadora. Elas têm enfrentado inúmeras dificuldades para conquistar reconhecimento e igualdade profissional.

Embora representem mais da metade da população brasileira, com 51,1% segundo o IBGE, a participação feminina na força de trabalho ainda é desproporcional, com apenas 41,9% das mulheres ocupadas, em comparação com 63,1% dos homens. Esse desequilíbrio reflete uma tendência histórica na sociedade brasileira que está sendo gradualmente modificada.

Um aspecto importante nessa transformação é a educação. A presença de mulheres com ensino superior no mercado de trabalho é 3,3 vezes maior do que aquelas com ensino fundamental incompleto ou sem instrução, destacando a importância da formação acadêmica.

No setor de tecnologia da informação (TI), apesar da baixa representatividade feminina, com 39% segundo um relatório da Brasscom, há um crescimento notável. A presença feminina aumentou de 319.048 em 2019 para 357.229 em 2021. Além disso, um estudo da KPMG revelou que 16% dos cargos de gestão em TI na América Latina são ocupados por mulheres, superando a média mundial de 11%. Este aumento gradual demonstra um avanço significativo na inclusão das mulheres no setor.

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Ouça agora o episódio 18 do podcast Itshow disponível no Spotify!

Desafios enfrentados pelas mulheres na TI

Os desafios enfrentados pelas mulheres no setor tecnológico são numerosos e significativos. Um dos principais é a baixa representação feminina: no Brasil, por exemplo, apenas 15% dos estudantes de ciência da computação são mulheres. Isso resulta em uma presença feminina reduzida nas equipes de trabalho nas empresas, o que pode gerar sentimentos de insegurança e desapontamento.

Um obstáculo adicional é a persistência de atitudes machistas, com alguns homens duvidando da capacidade intelectual das mulheres para desempenhar funções como programação e desenvolvimento de software.

A escassez de lideranças femininas nas empresas de tecnologia é outro desafio. A diversidade é crucial não só nas funções operacionais, mas também em cargos de liderança. Este cenário pode ser parcialmente atribuído ao preconceito existente no setor.

Esse preconceito também se manifesta nas dinâmicas de promoção no ambiente de trabalho, onde muitas vezes as mulheres são julgadas por padrões de comportamento mais rígidos. Isso leva a uma percepção negativa quando elas não se encaixam nesses estereótipos.

Contudo, com o crescimento contínuo da indústria tecnológica, torna-se essencial que as oportunidades sejam igualmente acessíveis a todos os gêneros. Para alcançar essa igualdade, é necessário um esforço concertado para transformar as culturas corporativas de dentro para fora, mudando assim o cenário atual.

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3 dicas para mulheres que querem entrar na área de tecnologia

1. Qualificação específica

Existem programas focados em aumentar a participação feminina na TI, como a plataforma “Mais Mulheres na Tech”. Essa iniciativa, uma parceria entre a Microsoft e a WoMakersCode, oferece cursos online gratuitos em várias áreas tecnológicas e emite certificados para suas participantes, com aulas ministradas exclusivamente por mulheres. Esta é uma ótima oportunidade para mulheres que desejam ingressar neste campo em expansão.

A Brasscom prevê a criação de cerca de 800 mil novos empregos até 2027 no Brasil. Porém, o país forma apenas cerca de 53 mil profissionais de TI anualmente, indicando um déficit futuro de profissionais no setor. 

2. Acesso a informações qualificadas sobre TI

Para quem busca se manter atualizado sobre TI, existem vários veículos de comunicação especializados, que oferecem notícias sobre oportunidades de emprego, cursos e tendências do setor. As redes sociais, como o perfil @mulheres.na.ti no Instagram, são recursos valiosos para dicas e informações sobre como se destacar no campo da TI.

No LinkedIn, seguir perfis de organizações de TI pode ser útil para encontrar oportunidades de emprego e compreender as tendências do mercado.

3. Análise estratégica do mercado de TI

É essencial avaliar as carreiras que estão em alta no momento, como desenvolvedoras, cientistas de dados, analistas de segurança da informação e arquitetas da nuvem. Além disso, é notável o aumento de mulheres em posições de liderança na TI.

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Imagem gerada por Inteligência Artificial (IA)

Desafios das mulheres na tecnologia: participação feminina na TI

Ao observar o panorama da tecnologia B2B nas últimas décadas, fica evidente o impacto significativo dos grupos de colaboração, especialmente no mundo das mulheres que ocupam posição de liderança na TI. Essa tendência de cooperação sobre competição, estabelecida por mulheres em posições de liderança na tecnologia, tem sido fundamental. 

Iniciada há mais de vinte anos, a comunidade MCIO cresceu para se tornar uma organização sem fins lucrativos influente, com mais de 200 membros, focada não apenas no empoderamento de mulheres já na indústria, mas também na atração e desenvolvimento de novos talentos femininos na área de tecnologia. 

Contudo, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos nos ambientes de trabalho tecnológicos e corporativos, onde muitas vezes seu desempenho é subvalorizado em comparação com seus colegas masculinos. 

Essa disparidade é reforçada por preconceitos inconscientes e uma cultura corporativa que subestima as mulheres. As iniciativas de desenvolvimento profissional, mentoria e educação sobre a importância da diversidade na liderança são passos essenciais para enfrentar esses obstáculos. Esses esforços não visam apenas aumentar a participação feminina na tecnologia, mas também fortalecer sua autoestima e determinação, preparando as empresas para a liderança feminina de forma genuína e significativa. 

A mudança em direção à igualdade e equidade é uma jornada contínua, que requer o envolvimento e desenvolvimento de todos, independente do gênero, e a inclusão de talentos com aptidão para a tecnologia é vital para superar a escassez de profissionais no setor.

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Fernanda Martins
Fernanda Martins
Formada em Letras, com pós em mídias sociais, e redatora do portal de notícias Itshow. Já escreveu para vários blogs de cultura pop, produziu conteúdo no Facebook e no Instagram sobre literatura e até escreveu algumas fanfics pela internet. Hoje, se especializa em redação e usa suas habilidades de escrita crítica e literária para trazer mais sensibilidade aos textos e continuar fazendo o que ama.
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