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terça-feira, agosto 26, 2025
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O novo papel do CIO: de “dono da TI” a arquiteto da inteligência artificial

A gente já viu muita coisa mudar com a tecnologia, né? O fax virou e-mail. O escritório virou smartphone. O data center foi pra nuvem (e depois a gente viu que talvez nem tudo deveria ter ido). O home office bagunçou, no bom sentido, a fronteira entre vida e trabalho.

E agora, sem muito alarde, estamos vivendo mais uma dessas viradas: a era da inteligência artificial.

Mas não é só sobre tecnologia nova. É sobre uma mudança silenciosa, mas que já está moldando como a gente trabalha, decide, lidera. E como CIO, posso te dizer: meu papel mudou e acho que mudou pra sempre.

Não é mais “só” o cara da TI

Ainda tem gente que acha que CIO é quem resolve quando o sistema cai, cuida dos servidores ou aprova o orçamento do novo ERP. Claro que isso ainda faz parte. Mas, sinceramente? Isso virou o básico. Hoje, o que esperam de um CIOs, é muito mais: não mais o “dono da TI”

Tenho me tornado uma espécie de arquiteto de possibilidades com IA. Alguém que ajuda a empresa a entender o que dá pra fazer (com segurança, propósito e estratégia) num mundo onde algoritmos estão entrando em tudo e sem pedir licença.

E quando eu digo “tudo”, é tudo mesmo: RH, financeiro, atendimento ao cliente, marketing, supply chain… a IA já tá lá. Às vezes com a bênção da TI. Às vezes (quase sempre?), sem.

De torre de controle pra GPS da empresa

Durante muito tempo, a gente viu o CIO como uma torre de controle: vigilante, controlador, garantindo que tudo estivesse no ar, no prazo, dentro do orçamento. Mas o mundo mudou. E agora querem que ele diga pra onde a empresa vai.

Com a IA tomando decisões que antes eram de humanos (relatórios, diagnósticos, comunicações…), alguém precisa puxar o freio quando for necessário e, ao mesmo tempo, acelerar quando fizer sentido. E é aí que entra esse novo papel: não é mais só sobre tecnologia. É sobre governança. Sobre guiar. Sobre cultura. Sobre propósito.

A IA já tá acontecendo… mesmo que ninguém tenha “autorizado”

Já viu alguém do time financeiro usando ChatGPT pra montar uma planilha mais rápido? O pessoal do marketing pedindo imagens pro Midjourney? Alguém da operação rodando modelo preditivo no Excel? Pois é. A IA já entrou nas empresas pela porta da frente, dos fundos e até pelas janelas. E não adianta fingir que não tá rolando. Precisamos entender que o caminho não é bloquear. É orientar.

O jogo agora é guiar esse uso de forma segura, ética, conectada com os valores da empresa. É aí que entra a governança. Se a IA vai estar em tudo (e, sério, ela vai), então a gente da TI também precisa estar — não como dono do negócio, mas como um bom conselheiro. Aquele que mostra o mapa, aponta riscos, ajuda a construir o caminho.

De arquiteto técnico pra arquiteto de confiança

Antes, a gente desenhava redes, integrava sistemas, cuidava da infraestrutura. Agora? Estamos desenhando políticas, diretrizes e caminhos de confiança.

Tô falando de:

  • Criar políticas de uso responsável da IA
  • Avaliar fornecedores e modelos de IA com critérios claros
  • Garantir que os outputs façam sentido e sejam auditáveis
  • Proteger dados
  • Treinar as lideranças pra usarem a IA com cabeça e coração

E talvez o mais difícil: ajudar a empresa a entender que a IA não veio para substituir pessoas, mas sim para complementar.

Sinceramente? Nunca foi tão legal ser CIO

A gente tem um baita desafio pela frente. Vieses nos algoritmos, discussões éticas, falta de regulação, pressão por resultado. Mas também temos uma baita oportunidade. A chance de ajudar a desenhar o futuro do trabalho. De influenciar não só o que a tecnologia faz, mas o que ela representa. De mostrar que a tecnologia pode, sim, ser mais humana.

Não acho que o papel do CIO vai acabar. Acho que ele vai crescer. Talvez mude de nome (CVO? CAIO?), mas a essência segue: conectar pessoas, processos, tecnologia e propósito. E, acima de tudo, liderar pelo exemplo. Testar antes de impor. Ouvir antes de regular. Compartilhar antes de controlar.

Porque no fim das contas, a IA pode ser artificial. Mas o impacto que ela gera é bem real — e profundamente humano.

E aí? Já viveu esse dilema por aí?

Já viu a IA chegando de mansinho na empresa, sem passar pela TI? Já teve que escolher entre controlar ou confiar? Já precisou explicar pra alguém da liderança que nem tudo que a IA responde é verdade?

Quero muito te ouvir. Me conta nos comentários, aqui mesmo ou na sua rede. Vamos trocar ideias. Porque esse novo papel do CIO não dá pra construir sozinho.

E se esse texto fez sentido pra você, compartilha com a sua rede. Talvez tenha mais gente passando por isso — e querendo conversar sobre o que ainda vem pela frente.

Afinal, como eu gosto de dizer… o futuro não vai se construir sozinho. E ele com certeza vai envolver IA.

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Alex Julian
Alex Julian
Possui mais de 20 anos de experiência em transformação tecnológica, atuando como executivo sênior, conselheiro e mentor de startups. Com uma abordagem focada em pessoas, estratégia e cultura, liderou projetos inovadores, desenvolvendo times de alta performance e otimizando custos em mercados globais. Sua expertise combina visão estratégica com execução local, unindo tecnologia, governança e gestão de pessoas. Atualmente, além de sua atuação executiva, contribui no ecossistema de inovação, formando novas lideranças e transformando histórias e vidas, como na Hlera DOBEM.
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