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sexta-feira, maio 30, 2025
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Polícia Federal desarticula redes criminosas em operações simultâneas contra fraudes cibernéticas, tráfico e lavagem de dinheiro

Na semana passada, 20 de maio, a Polícia Federal deflagrou duas operações simultâneas, Cryptoscam e Wet Cleaning, com o objetivo de desmontar organizações criminosas altamente estruturadas que atuam em fraudes digitais, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As ações, realizadas nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Maranhão, envolveram o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão, 11 prisões preventivas, além do bloqueio judicial de bens, valores e contas vinculadas aos investigados, bem como a empresas de fachada usadas para ocultar o patrimônio ilícito.

Operação Cryptoscam: ataque a criptoativos e fraudes bancárias com alto impacto internacional

A operação Cryptoscam teve como alvo um grupo familiar originário da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, suspeito de realizar ataques cibernéticos sofisticados para furtar criptoativos e aplicar fraudes bancárias. A investigação foi desencadeada após o roubo de cerca de 1,4 milhão de dólares em criptomoedas de uma vítima localizada em Singapura, revelando a dimensão internacional das ações do grupo.

Os criminosos, após o furto, teriam se deslocado para Balneário Camboriú, Santa Catarina, onde iniciaram uma intensa movimentação financeira para lavagem do dinheiro roubado. Foram identificados investimentos em imóveis de luxo, veículos de alto valor e novas aquisições em criptoativos, indicando o uso estratégico de tecnologias e ativos digitais para dificultar o rastreamento pela Justiça. Estima-se que o grupo tenha movimentado aproximadamente R$ 100 milhões entre 2020 e 2025.

Segundo a Polícia Federal, o grupo utilizava técnicas avançadas de engenharia social, phishing e invasão de sistemas para acessar carteiras digitais e contas bancárias, explorando vulnerabilidades em plataformas financeiras e criptográficas. Este modus operandi demonstra a crescente sofisticação dos ataques cibernéticos que atingem não apenas indivíduos, mas também empresas e instituições financeiras.

Operação Wet Cleaning: lavagem de dinheiro e golpes contra instituições financeiras

A operação Wet Cleaning teve início com a prisão de uma mulher apontada como uma das maiores estelionatárias do país, com histórico de aplicar golpes contra a Caixa Econômica Federal. As investigações indicam que ela possuía uma rede de colaboradores envolvidos em furtos a caixas eletrônicos, fraudes digitais, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A PF identificou que os criminosos utilizavam empresas de fachada nos setores de construção civil, informática e transporte para lavar valores ilícitos que somam aproximadamente R$ 110 milhões. A estrutura empresarial servia para camuflar a origem dos recursos e dificultar a identificação das transações ilegais. Além disso, as apurações apontam para uma rede com ramificações dentro e fora do território nacional, o que reforça a necessidade de cooperação internacional para o combate efetivo a esses crimes.

Sofisticação das organizações criminosas e desafios para o setor de TI

As operações Cryptoscam e Wet Cleaning refletem a crescente complexidade e profissionalismo das organizações criminosas no Brasil, que têm investido pesadamente em tecnologia, inteligência digital e estratégias para driblar os mecanismos tradicionais de segurança e fiscalização. Para a alta liderança de TI, esses episódios ressaltam a urgência de investimentos em cibersegurança robusta, monitoramento contínuo e parcerias com órgãos de segurança pública.

O uso de criptoativos e empresas de fachada como instrumentos para lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial evidencia a necessidade de uma abordagem integrada que envolva tecnologia, legislação e governança corporativa para prevenir riscos e fraudes.

Próximos passos e impacto na repressão aos crimes digitais

A Polícia Federal informou que as investigações seguem em curso, com o objetivo de aprofundar o entendimento das redes criminosas, identificar novos envolvidos e ampliar as cooperações nacionais e internacionais. Além das prisões e bloqueios de bens, a expectativa é recuperar parte dos valores desviados, contribuindo para a reparação dos prejuízos causados.

Essas operações também servem de alerta para o mercado e as instituições financeiras, que precisam estar cada vez mais preparadas para detectar e reagir rapidamente às ameaças digitais, garantindo a segurança dos ativos e a integridade dos sistemas.

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