A digitalização da saúde não é mais uma promessa para o futuro, mas uma realidade em transformação contínua. Tecnologias digitais já remodelam a prestação de cuidados, aprimoram desfechos clínicos, aumentam a eficiência operacional e reduzem custos. No entanto, a grande questão persiste: como medir, de forma objetiva, o real valor da saúde digital?
A resposta passa pela definição de indicadores-chave de desempenho (KPIs) que traduzam inovação em impacto concreto. Essas métricas devem englobar quatro eixos principais: resultados clínicos, eficiência econômica, experiência do paciente e otimização operacional.
Onde está o valor da saúde digital?
Um dos principais termômetros de sucesso das soluções digitais na saúde é seu impacto direto nos desfechos clínicos. A Healthcare IT News publicou um artigo sobre uma instituição de saúde dos EUA que implementou, além de outros processos, uma plataforma tecnológica específica para o departamento de emergência. A iniciativa reduziu quase 25% na taxa de readmissões hospitalares e 81% nas visitas evitáveis por pacientes de alta utilização ao longo de aproximadamente 24 meses. Melhor gestão e diagnósticos mais precisos são evidências de ganhos tangíveis.
No campo financeiro, o potencial de economia é expressivo. Um relatório da McKinsey & Company estima que a digitalização pode gerar cerca de US$ 256 bilhões em economias anuais apenas no sistema de saúde dos EUA. KPIs como retorno sobre investimento (ROI), custo por paciente e redução de atendimentos de emergência ajudam a dimensionar o impacto econômico das soluções tecnológicas.
A adesão do paciente às ferramentas digitais também é um fator crítico. Um artigo publicado pela National Library of Medicine indica que aplicativos de monitoramento remoto podem elevar em até 40% a continuidade do tratamento, refletindo diretamente em melhores prognósticos. Indicadores como taxas de adesão, Net Promoter Score (NPS) e feedbacks diretos dos pacientes oferecem uma visão clara da aceitação e eficácia dessas inovações.
Por fim, a digitalização também melhora a produtividade dos profissionais de saúde. Um estudo publicado no JAMA Network Open avaliou um sistema de inteligência artificial (IA) projetado para auxiliar médicos na extração de informações relevantes dos prontuários eletrônicos de pacientes. Os resultados indicaram que o uso da IA reduziu em 18% o tempo necessário para responder a perguntas clínicas, e 91% dos médicos participantes demonstraram preferência pelo uso em comparação com a revisão manual dos prontuários. A mensuração da eficiência na integração de sistemas, a redução da carga administrativa e a interoperabilidade são essenciais para avaliar ganhos operacionais.
Desafios e o futuro da mensuração
Apesar dos avanços, medir o valor da saúde digital ainda enfrenta barreiras como fragmentação de dados, ausência de padrões unificados e dificuldades na atribuição direta de melhorias às intervenções tecnológicas. A superação desses desafios exige colaboração entre stakeholders, interoperabilidade mais robusta e a criação de benchmarks setoriais padronizados.
Quantificar o impacto da saúde digital é um passo essencial para orientar investimentos, embasar decisões estratégicas e garantir que a inovação tecnológica realmente se traduza em melhorias palpáveis para pacientes, profissionais e todo o ecossistema de saúde.
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