O SecOps Summit 2025, realizado em Porto Alegre na semana passada, se consolidou como um dos maiores eventos de cibersegurança da região Sul do Brasil, reunindo profissionais e empresas para discutir as últimas tendências e desafios do setor. Com mais de 130 palestrantes e três palcos simultâneos, o evento abordou questões fundamentais, como conscientização, segurança no setor de saúde e a preparação das equipes de TI para a transformação digital. Entre os destaques, estavam as participações de líderes do setor e acadêmicos, como o Professor Max, que discutiram as implicações da cibersegurança no contexto brasileiro e global.
Porto Alegre como o novo centro de cibersegurança
A realização do SecOps Summit em Porto Alegre trouxe uma nova perspectiva sobre a cibersegurança no Brasil. Tradicionalmente concentrado em São Paulo e Rio de Janeiro, o evento em terras gaúchas destacou a crescente importância de levar o debate sobre segurança da informação para outras regiões do país. Paulo Tramontina, CISO, comentou sobre a relevância do evento para o Rio Grande do Sul, especialmente devido à falta de eventos de grande porte na região: “O SecOps Summit oferece uma oportunidade única para a troca de experiências e para construir uma cultura de segurança, algo que antes só era possível em grandes centros.”
Com o aumento das ameaças cibernéticas e a escassez de eventos de cibersegurança no Sul do Brasil, o SecOps Summit se destacou como um ponto de encontro para profissionais e empresas. “A troca de ideias e soluções aqui tem sido fundamental para entender como estamos evoluindo em termos de segurança da informação. Não é só uma oportunidade para aprender, mas também para reforçar a importância da segurança no cotidiano das empresas”, completou Tramontina.
A evolução do SecOps Summit e o crescimento da conscientização
Pablo Cardoso, analista de segurança do Grupo Sinoserra, abordou a crescente importância de eventos como o SecOps Summit, que se expandiu significativamente em 2025. “Este ano, o evento dobrou em tamanho. O número de palestrantes e os temas abordados aumentaram muito, trazendo uma gama mais ampla de soluções e práticas para os participantes”, explicou Pablo. Ele também mencionou o impacto do evento para a região, especialmente ao tratar do aumento das ameaças cibernéticas que atingem o Brasil como um todo. “O mercado local tem se conscientizado cada vez mais da necessidade de investir em segurança da informação, principalmente em setores como o varejo e financeiro”, afirmou Cardoso.
Ele também elogiou a oportunidade de trocar experiências com empresas de outros estados, destacando que a diversidade de perspectivas contribui significativamente para o crescimento do setor. “Além das palestras, a interação nos estandes e entre as empresas no evento traz novas soluções que podem ser implementadas nas nossas operações no dia a dia”, complementou.
A visão acadêmica sobre cibersegurança
Uma das figuras de destaque no evento foi o Professor Max, especialista em segurança da informação e cibersegurança. Durante sua palestra, Max enfatizou a necessidade de um enfoque mais robusto na educação e formação de profissionais para enfrentar os desafios da segurança digital. “Hoje, o mercado de segurança da informação está mais do que nunca em busca de pessoas bem preparadas. Porém, a formação acadêmica precisa evoluir junto com as novas ameaças. A segurança da informação não deve ser uma preocupação isolada da área de TI, mas uma responsabilidade compartilhada por todos os departamentos de uma empresa”, afirmou o Professor Max.
Ele destacou ainda que, com o crescimento exponencial das ameaças cibernéticas, é fundamental que as universidades e centros de formação profissional se adaptem às necessidades reais do mercado, criando cursos mais dinâmicos e alinhados com a prática. “Os profissionais de cibersegurança devem ser capazes de entender o contexto dos negócios e aplicar as melhores práticas de segurança para proteger dados e ativos, garantindo a continuidade das operações”, concluiu o acadêmico.
Conscientização em cibersegurança: o desafio da simplicidade
Luciano Takeda, analista de segurança com foco em governança e conscientização, abordou um dos maiores desafios das empresas: a comunicação eficaz sobre segurança da informação. “A conscientização é o ponto chave para reduzir riscos. A maior dificuldade que enfrentamos é traduzir a segurança para algo que todos possam entender e aplicar no seu dia a dia”, explicou Takeda.
Ele destacou a crescente presença de palestras sobre conscientização em cibersegurança no SecOps Summit. “O evento tem evoluído a cada ano, trazendo um foco maior na conscientização. Em 2025, a segurança das pessoas se tornou um tema muito mais presente, e isso reflete a mudança de mentalidade que precisamos ter nas empresas”, completou Takeda.
Cibersegurança no setor de saúde: proteção de dados como prioridade
Bruno Folletto, analista de infraestrutura da Unimed de Santa Maria, discutiu os desafios do setor de saúde, especialmente com a LGPD e os riscos associados à proteção de dados sensíveis. “A Unimed tem se preparado constantemente para a cibersegurança, principalmente com a LGPD, que colocou as operadoras de saúde em uma posição vulnerável a ataques. Participar de eventos como o SecOps Summit é fundamental para aprender e adotar práticas que nos ajudam a proteger melhor os dados dos nossos pacientes”, disse Folletto.
Ele também sublinhou a importância de eventos como o SecOps Summit no Sul do Brasil, onde o acesso a grandes conferências costuma ser limitado. “Esse evento é uma excelente oportunidade de estar mais perto de inovações, além de ser uma chance de discutir de forma mais local o que está acontecendo com a segurança em saúde, uma área que exige cuidados especiais”, completou.
Capacitação das equipes
Cristiano Miotto, Head de TI da Elevato, compartilhou a estratégia da empresa para a preparação de suas equipes para os novos desafios do mundo digital. “Na Elevato, buscamos formar times híbridos, em que os profissionais não só dominam a parte técnica, mas também compreendem o negócio da empresa. Isso tem nos permitido ser mais ágeis e implementar soluções mais seguras e eficazes”, explicou Mioto.
Ele também destacou o projeto “Quero Crescer”, uma iniciativa interna que permite que colaboradores transitem para diferentes áreas da empresa, incluindo a de tecnologia. “Estamos investindo no crescimento interno e buscando pessoas que não apenas dominam a tecnologia, mas entendem o impacto que ela tem no negócio. Acreditamos que essa abordagem tem sido um grande diferencial no nosso sucesso”, completou Miotto.
A Transformação da Cibersegurança
Thiago Hendges, gerente de TI no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, destacou o crescimento do SecOps Summit e a escassez de eventos de grande porte no Rio Grande do Sul. “Eventos como este têm crescido e são fundamentais para trazer não só os CIOs, mas também os times operacionais, o que é um grande diferencial”, comentou Thiago, que trouxe membros de sua equipe para acompanhar o evento e se atualizar sobre o mercado.
Thiago, fã de painéis, ressaltou a importância de ouvir experiências de outros CIOs e trocar ideias. “Muitas vezes estamos tão focados no nosso dia a dia que esquecemos de ver o que o mercado está fazendo”, afirmou. Ele também abordou a questão da comunicação entre CISOs e outras áreas da empresa, utilizando uma analogia interessante: “Comparo a segurança de TI com a segurança patrimonial. Assim como temos sistemas de proteção no prédio, precisamos de soluções que protejam os dados e os sistemas da empresa.”
Ao finalizar, Thiago falou sobre a transformação que sua equipe está passando no Grêmio, onde TI se tornou parte integrante da estratégia de negócios. “Estamos deixando de falar apenas de tecnologia e focando no que o negócio realmente precisa”, concluiu.
O impacto do SecOps Summit 2025 na cibersegurança no Brasil
O SecOps Summit 2025 consolidou-se como um evento essencial para a cibersegurança no Brasil. Com o aumento da participação de empresas e especialistas de diversas regiões, o evento demonstrou a importância de descentralizar as discussões sobre segurança da informação. Além disso, os temas abordados – desde a proteção de dados sensíveis até a capacitação de times de TI – refletiram as necessidades atuais do mercado e os desafios que as empresas enfrentam para proteger suas informações, conforme destacado por Leonardo Vidal, analista de infraestrutura da Fundacred.
Com mais de 130 palestrantes e a presença de profissionais de todo o país, o SecOps Summit não só propiciou uma rica troca de conhecimentos, como também impulsionou a evolução da cultura de cibersegurança no Brasil, tornando Porto Alegre um novo polo de inovação e aprendizado para o setor.
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