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terça-feira, julho 22, 2025
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Shadow Vector: novo malware furtivo pode ter origem no Brasil, alerta Acronis

Pesquisadores da Acronis identificaram uma campanha sofisticada de malware chamada Shadow Vector, que tem utilizado arquivos SVG maliciosos para comprometer vítimas, com foco inicial em usuários da Colômbia. Linhas de código escritas em português indicam possível autoria de hackers brasileiros ou, ao menos, preparação para ataques em países lusófonos.

Vetor de ataque invisível via SVG

O ataque tem início com o envio de arquivos SVG aparentemente legítimos por e-mail. Ao serem abertos no navegador, esses arquivos executam scripts ocultos em JavaScript ou VBS, que instalam ferramentas de acesso remoto como AsyncRAT e RemcosRAT. Esses malwares permitem o controle do dispositivo da vítima e facilitam o roubo de dados.

Uso de técnicas avançadas de furtividade

A campanha emprega métodos de evasão bastante sofisticados. O código malicioso é executado diretamente na memória, dificultando a detecção por antivírus tradicionais. Também são utilizados processos como side-loading de DLLs, escalonamento de privilégios com drivers vulneráveis e mecanismos para burlar o controle de contas de usuário (UAC).

Estrutura modular e evolução rápida

Shadow Vector apresenta arquitetura modular, com capacidade de carregar diferentes módulos maliciosos de forma dinâmica. As atualizações frequentes incluem técnicas de anti-debugging, injeção de código e uso de plataformas públicas para hospedagem de payloads. A estrutura indica uma operação profissional, com potencial de adaptação para diferentes objetivos.

Potencial para ampliar o ataque

Apesar de estar focado inicialmente em roubo de credenciais e controle remoto, o malware pode ser facilmente adaptado para ações mais destrutivas, como ransomware ou espionagem corporativa. O uso de arquivos SVG como vetor inicial torna a campanha ainda mais perigosa por sua baixa visibilidade e facilidade de enganar usuários.

Quem está em risco

Entre os principais alvos estão usuários e empresas em países latino-americanos, especialmente Colômbia e Brasil. Equipes de segurança e resposta a incidentes também estão sob risco, devido à complexidade técnica da campanha. Além disso, provedores de serviços gerenciados (MSPs) podem ser alvos indiretos, especialmente se seus clientes forem comprometidos.

Recomendações imediatas

Para mitigar o risco de infecção, especialistas recomendam reforçar os filtros de e-mail, bloqueando anexos em formatos incomuns como SVG. É fundamental utilizar soluções EDR capazes de identificar execuções em memória e atividades anômalas sem dependência de assinaturas. Também é importante revisar permissões administrativas, atualizar drivers de sistema e restringir o uso de plataformas públicas para download de scripts e arquivos executáveis. Por fim, o treinamento constante de usuários é essencial para reduzir a taxa de sucesso de tentativas de phishing e engenharia social.

O surgimento do Shadow Vector mostra uma nova fase nas ameaças digitais: ataques furtivos, com vetores pouco explorados e código limpo, mas potente. A possível autoria brasileira acende um alerta para o mercado de cibersegurança da América Latina, onde a detecção precoce e o preparo dos times de resposta serão fundamentais para conter a propagação.

Organizações devem adotar uma abordagem de segurança em camadas, que vá além do antivírus tradicional, e reforçar monitoramento de e-mails, endpoints e comportamentos suspeitos em tempo real. Prevenção, neste caso, é o único caminho.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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