O SWC São Paulo 2025, primeira edição do congresso internacional no Brasil, trouxe debates importantes sobre mulheres em STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). O evento reuniu profissionais, estudantes e líderes do setor para discutir desafios, avanços e estratégias para ampliar a participação feminina nessas áreas.
O Itshow esteve presente fazendo a cobertura completa do evento, incluindo uma entrevista exclusiva com Ana Carolina Cardoso, presidente do STEM Women Congress Brasil e diretora global de canais da Schneider Electric. Durante a conversa, Ana Carolina destacou a importância da iniciativa, compartilhou dados atuais sobre a participação feminina em STEM e discutiu os principais desafios enfrentados pelo mercado para ampliar essa presença.
SWC São Paulo 2025: uma iniciativa global que chegou ao Brasil
O STEM Women Congress teve origem na Espanha há sete anos e se consolidou como um dos principais eventos mundiais para a promoção de mulheres em STEM. Depois de edições bem-sucedidas em países como Portugal, Canadá, Itália, Espanha e Colômbia, o congresso chegou ao Brasil em 2025, trazendo uma programação diversificada que inclui palestras, painéis, workshops e debates.
Segundo Ana Carolina Cardoso, a iniciativa busca não apenas inspirar mulheres para que ingressem e permaneçam em carreiras técnicas, mas também apresentar dados concretos que evidenciem o panorama atual. “Nós conseguimos reunir dados de 75 iniciativas que atuam para aumentar a participação feminina no mercado de STEM. Esse report mostra não apenas o que está sendo feito, mas o impacto dessas ações,” explicou.
O evento destacou que, apesar das mulheres representarem cerca de 60% do total de estudantes universitários no Brasil, apenas 25% optam por carreiras nas áreas de STEM. Esse desequilíbrio reflete barreiras culturais, falta de incentivo desde a educação básica, e desafios estruturais no mercado de trabalho.
O papel das empresas e da sociedade para mudar o cenário
Um dos temas centrais do SWC São Paulo 2025 foi o papel das empresas no estímulo à diversidade. Dados apresentados durante o evento indicam que 64% das empresas brasileiras enfrentam dificuldades para encontrar profissionais qualificados em tecnologia, um problema que se agrava pela baixa participação feminina no setor.
Ana Carolina ressaltou que a questão vai além da inclusão por inclusão. “Não se trata apenas de trazer mulheres para o mercado por uma questão de diversidade, mas porque a escassez de profissionais encarece o setor e dificulta o avanço tecnológico do país,” afirmou. Para ela, as empresas têm um papel fundamental, tanto na formação de carreiras e programas de mentoria quanto na inspiração de meninas a partir dos 11 ou 12 anos, idade crucial para o interesse em carreiras técnicas.
“Hoje nosso funil está invertido, trabalhamos muito mais carreira do que base, que é inspirar meninas nas escolas. Se não começarmos lá atrás, não vamos conseguir mudar esse cenário,” alertou Ana Carolina, destacando o desafio de se construir um pipeline de profissionais STEM mais diversificado.
Entrevista com Ana Carolina Cardoso
Durante a entrevista exclusiva concedida ao Itshow, Ana Carolina Cardoso compartilhou sua trajetória e visão sobre o futuro das mulheres em STEM no Brasil. Com 25 anos de experiência no setor de TI e data centers, ela contou que está em Barcelona há oito anos, onde conheceu o projeto STEM Women Congress e viu de perto seu impacto.
“Para mim é uma alegria enorme trazer essa iniciativa para o Brasil, um país que precisa muito dessa discussão e desse incentivo,” comentou. Ana Carolina enfatizou a importância de unir esforços de homens e mulheres para enfrentar as barreiras existentes e construir um ecossistema mais inclusivo.
Além de dados e estratégias, o congresso também reuniu depoimentos de profissionais que estão fazendo a diferença, reforçando que a mudança exige a colaboração de toda a sociedade.
Perspectivas e próximos passos para o STEM Women Congress Brasil
Com o sucesso da primeira edição brasileira, o STEM Women Congress Brasil já planeja expandir sua atuação. Ana Carolina Cardoso destacou que o objetivo é transformar dados em ações concretas, incentivando empresas, escolas e iniciativas sociais a colaborarem para um futuro mais diverso e sustentável.
“Cada um pode contribuir, mesmo que com um pequeno passo, para mudar essa realidade,” concluiu. O desafio lançado pelo congresso é que a sociedade como um todo se envolva, criando oportunidades para que mais meninas e mulheres possam ingressar, se desenvolver e liderar nas áreas de STEM.
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