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sexta-feira, agosto 8, 2025
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Carros autônomos ganham popularidade e segurança ao aprender com motoristas humanos

Os veículos autônomos (VAs) estão rapidamente deixando de ser apenas uma visão futurista para se tornarem uma realidade concreta nas ruas de cidades ao redor do mundo. Equipados com inteligência artificial (IA) avançada e sensores de alta precisão, eles estão conquistando cada vez mais espaço e mostrando que podem ser não apenas convenientes, mas também mais seguros do que motoristas humanos. O segredo dessa segurança está em um processo contínuo de aprendizado baseado na observação do comportamento de motoristas reais, tanto os bons exemplos quanto os ruins, e na capacidade de simular milhões de situações de trânsito em tempo recorde.

Como a IA Aprende com Motoristas Humanos

Empresas líderes, como Tesla, Waymo e Zoox, desenvolveram estratégias para ensinar os carros autônomos a dirigir de forma natural, equilibrando prudência e assertividade. A Tesla, por exemplo, utiliza o chamado “Modo Sombra”, no qual o sistema autônomo observa silenciosamente cada decisão do motorista humano, comparando com o que ele mesmo faria. Quando milhares de veículos estão conectados, esse processo gera um banco de dados gigantesco, alimentando melhorias constantes no software de condução.

Jonathan Davenport, analista sênior da Gartner, explica que esse aprendizado precisa ser seletivo: “Precisamos ensinar os veículos a dirigir como as melhores versões de nós mesmos, e não como motoristas medianos.

Com isso, os VAs evoluem para lidar com situações urbanas complexas, como cruzamentos movimentados, pedestres distraídos e motoristas impacientes, tornando-se mais confiantes e previsíveis ao mesmo tempo.

Assertividade e Comunicação Melhoram a Segurança

Uma das descobertas mais interessantes das empresas de mobilidade autônoma é que a hesitação excessiva pode ser perigosa. Carros que param ou desaceleram demais em momentos de decisão atrapalham o fluxo de tráfego e podem gerar acidentes. Por isso, fabricantes como a Waymo estão programando seus veículos para agir de forma assertiva: entrar no fluxo no momento certo, usar a buzina de maneira estratégica e até assumir pequenas “negociações” com outros motoristas para passar em cruzamentos.

David Margines, diretor de produtos da Waymo, resume essa abordagem: “Assertividade e segurança andam de mãos dadas. Um carro que sabe quando entrar no tráfego ou buzinar evita acidentes e oferece uma experiência melhor para todos.”

Além disso, a comunicação com pedestres e outros motoristas é uma prioridade. Enquanto a Mercedes utiliza luzes turquesa para indicar o modo autônomo e a Tesla confia em sinais sonoros, a Zoox aposta em áudio direcional e mensagens visuais externas para interações discretas, como pedir a um pedestre que finalize o embarque antes da partida. Essa camada de comunicação reduz incertezas e aumenta a confiança do público.

Dados e Resultados: Redução de Acidentes

Segundo a seguradora Swiss Re, os veículos autônomos apresentam cerca de 90% menos acidentes graves por quilômetro rodado em comparação com motoristas humanos. Isso se deve ao monitoramento contínuo do ambiente, à ausência de distrações e à capacidade de reagir em milissegundos a situações de risco.

A Waymo, por exemplo, já percorreu mais de 160 milhões de quilômetros em vias públicas e bilhões de quilômetros em simulações. Seus dados indicam que, quando um VA comete um erro, geralmente ele resulta em incidentes leves ou em situações onde o veículo estava parado, ao contrário dos motoristas humanos, que frequentemente se envolvem em acidentes graves ao subestimar riscos.

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Fonte: https://waymo.com/safety/impact/

Kara Kockelman, professora da Universidade do Texas, resume essa vantagem: “Eles têm olhos em cada canto do carro e memorizam cada trajeto. Vêem o que nós jamais conseguiríamos ver.”

Perspectivas para o Brasil e América Latina

Embora os testes em grande escala ainda estejam concentrados nos EUA, Europa e China, a tendência é que o Brasil comece a receber pilotos de frota autônoma em áreas urbanas controladas até o fim da década. Startups de mobilidade elétrica já estão em negociação com municípios que possuem corredores inteligentes e infraestrutura de 5G, requisito fundamental para integração em tempo real com semáforos e centrais de trânsito.

Para empresas de logística e transporte, a tecnologia promete redução de custos operacionais, maior segurança para cargas e diminuição de emissões, já que grande parte dessas frotas será elétrica. No setor de transporte de passageiros, cidades turísticas e campi universitários podem ser os primeiros a experimentar robotáxis.

Com o avanço da IA e da conectividade, os veículos autônomos estão cada vez mais preparados para se integrar de forma natural e segura ao tráfego urbano. Assertividade, comunicação eficiente e aprendizado contínuo com motoristas humanos são os pilares dessa transformação. Para o Brasil, a chegada dessa tecnologia representa não apenas um salto em mobilidade, mas também uma oportunidade de reduzir acidentes e modernizar o transporte urbano.

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Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
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