O quinto episódio da temporada Confraria Tech Leaders apresenta um bate-papo conduzido pelo host Márcio Montagnani, com a participação especial de César Augusto Meneguini, executivo de TI com ampla experiência em saúde, e Rodrigo Fente Perez, especialista em TI no setor de logística. Com comentários de Helder Ferrão, o episódio explora as complexidades da resiliência operacional, planos de contingência e segurança cibernética, com exemplos práticos e estratégias aplicáveis a diferentes indústrias.
A Relevância de Planos de Contingência Sólidos
Durante o episódio, Rodrigo Fente Perez destacou a importância de identificar processos críticos dentro da cadeia logística para garantir que a operação continue mesmo diante de falhas inesperadas. “Não adianta tentar inovar automatizando erros já existentes. A chave é entender as dores do setor e trabalhar junto aos usuários para minimizar os impactos“, explicou Perez. Ele também ressaltou que a TI no setor de logística frequentemente atua de maneira operacional para estar ao lado dos negócios, identificando e resolvendo empecilhos.
César Augusto Meneguini compartilhou sua perspectiva sobre a área da saúde, explicando como a informatização de hospitais requer uma abordagem integrada. “Você precisa entender os processos das diversas áreas, como recepção, estoque e autorizações, para que a TI possa realmente agregar valor“, afirmou Meneguini. Ele mencionou ainda que os investimentos em infraestrutura costumam ser limitados, exigindo soluções criativas para manter a segurança e a eficiência.
A prática de realizar simulações de incidentes e testes de resposta a falhas foi um ponto importante abordado pelos convidados. Segundo Rodrigo, essa abordagem permite antecipar riscos e garantir que as equipes saibam como agir em cenários críticos.
Automação e Resiliência: Um Caminho Necessário
A automação de processos foi um ponto central da discussão. Rodrigo explicou como os testes semanais ajudam a identificar falhas em tempo hábil, permitindo ajustes contínuos. “É essencial revisar constantemente o plano de contingência para garantir que ele reflita a realidade atual da operação”, enfatizou Perez.
Já Meneguini trouxe um exemplo relevante sobre os sistemas de telemetria utilizados em UTIs, que monitoram pacientes em tempo real por meio de redes isoladas para evitar ataques cibernéticos. “Isolamos fisicamente a rede para evitar qualquer tipo de comprometimento, pois estamos lidando diretamente com vidas humanas“, reforçou Meneguini.
Helder Ferrão acrescentou a importância de utilizar ferramentas de inteligência artificial para monitorar comportamentos anômalos. Ele destacou que muitas soluções já aprendem com dados históricos para antecipar desvios. “O objetivo não é apenas reagir, mas prevenir incidentes antes que se tornem críticos“, comentou.
Os convidados também discutiram a necessidade de integrar soluções automatizadas ao treinamento das equipes. A combinação de automação com capacitação humana cria um ambiente de confiança e eficiência, garantindo que a equipe saiba como agir em situações de crise.
Integração e Segurança: O Desafio das Interfaces de APIs
Outro ponto levantado foi o aumento do uso de APIs em ambientes corporativos, o que cria novas vulnerabilidades. Helder alertou: “Quanto mais integrações e APIs você cria, mais pontos de vulnerabilidade surgem. É fundamental proteger essas interfaces para evitar ataques.” Rodrigo concordou e reforçou que, na logística, o desafio é ainda maior devido à constante troca de informações com clientes, despachantes e órgãos reguladores.
Meneguini enfatizou a relevância de estabelecer políticas de governança para a gestão de APIs, garantindo que o compartilhamento de dados seja feito com segurança e rastreabilidade. “Sem uma política clara de acesso e validação, as APIs podem se tornar um ponto fraco“, afirmou ele.
O Papel da Governança na Implementação de Inteligência Artificial
A governança foi outro tema essencial do bate-papo. Meneguini comentou que, em hospitais, a implementação de inteligência artificial precisa ser cuidadosamente planejada para garantir a precisão dos dados e a segurança dos pacientes. “Estamos começando a usar IA em diagnósticos de imagem, mas sempre com protocolos rígidos para evitar erros“, explicou.
Rodrigo enfatizou que, na logística, a inteligência artificial já auxilia na filtragem de documentos e otimização de processos manuais. “Conseguimos economizar tempo significativo com a automação, mas é preciso controlar o uso dessas ferramentas para evitar vazamentos de informações“, pontuou Perez.
Além disso, Helder Ferrão mencionou que o uso de IA para monitorar grandes volumes de dados pode ajudar a identificar padrões que indicam riscos antes que eles se concretizem. Entretanto, ele ressaltou que o uso inadequado da tecnologia pode aumentar o risco de falsos positivos, impactando a produtividade da equipe.
Exemplos Práticos de Resiliência em Ação
Durante a conversa, foram citados exemplos práticos de setores que conseguiram se destacar pela forma como aplicaram resiliência operacional. Meneguini destacou o exemplo de um hospital que implementou redundância em seus sistemas de prontuários eletrônicos, garantindo que as informações dos pacientes permanecessem acessíveis mesmo em casos de falha na rede principal. “Esse tipo de medida pode parecer simples, mas salva vidas“, pontuou Meneguini.
Já Rodrigo mencionou a criação de rotas alternativas e processos de backup automatizado em uma empresa de transporte de cargas, o que garantiu a continuidade das operações durante um ataque cibernético. “O planejamento prévio foi o que permitiu retomar as operações em poucas horas“, afirmou ele.
Construindo um Ambiente Resiliente
O quinto episódio do podcast Confraria Tech Leaders deixou claro que a construção de um ambiente resiliente passa pela colaboração entre diferentes áreas, pelo uso de automação inteligente e pela constante revisão de planos de contingência. Os insights compartilhados por César Augusto Meneguini e Rodrigo Fente Perez reforçam a importância de unir tecnologia e estratégia para garantir a continuidade dos negócios.
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