No terceiro episódio da temporada Futurecom Connect, especialistas exploraram o impacto da conectividade avançada e da transformação digital na evolução das cidades inteligentes e utilities 4.0. O debate trouxe informações sobre como tecnologias como 5G, IoT e inteligência artificial estão impulsionando a eficiência e a segurança de infraestruturas urbanas, além dos desafios de padronização, cibersegurança e integração de soluções emergentes.
O episódio foi conduzido por Márcio Montagnani, apresentador e colunista do portal Itshow, que mediou a conversa com dois especialistas do setor, Mauro Periquito, Consultor de Tecnologia, com vasta experiência em telecomunicações e projetos de inovação para diferentes setores, incluindo utilities, indústria automotiva e manufatura.
Ele também é reconhecido como LinkedIn Top Voice em Tecnologia e Inovação e Rogério Oliveira Diretor de Negócios da Exati, empresa de tecnologia especializada em soluções para iluminação pública, saneamento e telecomunicações. Com mais de uma década de atuação na Exati, Rogério acompanhou de perto a evolução da conectividade em utilities e sua integração com cidades inteligentes.
A hiperconectividade e a transformação digital na gestão pública e privada
A ascensão das cidades inteligentes e a adoção da conectividade de última geração estão impulsionando a transformação digital em utilities 4.0, trazendo maior eficiência e inovação para iluminação pública, saneamento, telecomunicações e mobilidade urbana. Durante o podcast, os especialistas discutiram os desafios e oportunidades da hiperconectividade e da integração tecnológica em infraestruturas urbanas, destacando o papel estratégico do 5G, IoT (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial na otimização desses serviços essenciais.
O impacto da conectividade na gestão de utilities
Historicamente, a comunicação urbana dependia de infraestrutura física como cabos e conexões cabeadas. No entanto, a transição para tecnologias sem fio e a chegada do 5G permitem agora que milhões de dispositivos sejam conectados simultaneamente, viabilizando a gestão eficiente de serviços urbanos. A implementação de sensores inteligentes em postes de iluminação, redes de abastecimento de água e semáforos já é uma realidade em diversas cidades brasileiras e globais, garantindo escalabilidade e confiabilidade para serviços públicos.

Segundo Mauro Periquito, o 5G pode suportar até um milhão de dispositivos conectados por quilômetro quadrado. “Isso abre portas para um nível de monitoramento e automação sem precedentes, permitindo desde a análise em tempo real do tráfego até a prevenção de falhas em infraestruturas críticas“, afirmou.
Principais desafios para a implementação de Utilities 4.0
Apesar das inovações tecnológicas, a integração de utilities inteligentes enfrenta obstáculos, como:
- Falta de padronização entre sistemas e equipamentos.
- Segurança cibernética, dado o aumento de superfícies de ataque.
- Infraestrutura tecnológica defasada em algumas cidades.
- Custos de implantação elevados, exigindo novos modelos de financiamento.
Rogério Oliveira, destacou a importância de parcerias público-privadas (PPPs) como fator-chave para superar esses desafios. “Os contratos de concessão para iluminação pública e outras utilities estão cada vez mais estruturados para incluir a conectividade como serviço essencial, tornando viável a expansão dessas soluções“, explicou.
Soluções emergentes para a digitalização urbana
O uso de sensores e redes de baixa potência está revolucionando a manutenção preventiva em setores como saneamento básico. Sensores instalados em tubulações de esgoto, por exemplo, podem detectar bloqueios e vazamentos com antecedência, reduzindo desperdícios e otimizando custos operacionais. “Hoje, podemos monitorar remotamente redes de esgoto e abastecimento de água, garantindo que a manutenção seja feita apenas onde há real necessidade, evitando desperdícios de recursos“, destacou Periquito.
Cibersegurança
O avanço das cidades inteligentes aumenta a exposição a ataques cibernéticos, que podem comprometer desde sistemas de iluminação até estações de tratamento de água. Casos de invasões hacker em redes de utilities já foram registrados globalmente, reforçando a necessidade de soluções robustas de cibersegurança e proteção de dados.
Rogério Oliveira mencionou a adoção de estratégias como Zero Trust, segmentação de redes e criptografia avançada para mitigar riscos. “Garantir a segurança desses sistemas é essencial para a confiabilidade da infraestrutura urbana e para a proteção dos cidadãos“, concluiu.
O futuro das cidades conectadas e o papel da inovação
A tendência global aponta para um crescimento exponencial da conectividade em utilities, ampliando a digitalização de serviços públicos. Com a evolução do 5G, Edge Computing e Inteligência Artificial, espera-se que soluções como monitoramento remoto de iluminação pública, controle de tráfego inteligente e consumo energético eficiente sejam amplamente adotadas.
Além disso, a integração de dados em tempo real será fundamental para garantir a eficiência das cidades, possibilitando ajustes automáticos e respostas rápidas a incidentes urbanos. “Estamos apenas no começo da transformação digital das cidades, e o impacto dessa revolução será cada vez mais perceptível na qualidade de vida da população“, destacou Periquito.
Com novos investimentos em infraestrutura digital, parcerias estratégicas e regulamentações inteligentes, o Brasil tem a oportunidade de se consolidar como referência global na adoção de tecnologias para cidades inteligentes, tornando a gestão urbana mais eficiente, sustentável e conectada ao futuro.