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sábado, junho 7, 2025
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Desafios globais da proteção de dados são debatidos em evento internacional promovido pela ANPD

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) sediou, no Ministério da Justiça, o 1º Encontro Internacional de Proteção de Dados, reunindo autoridades e especialistas de diversos continentes para discutir os atuais desafios relacionados à privacidade de dados, cibersegurança e o avanço da inteligência artificial (IA) no contexto da governança digital.

O evento, que também contou com a presença de representantes da Rede Iberoamericana de Proteção de Dados (RIPD), teve como objetivo principal fortalecer a cooperação entre países e propor estratégias para lidar com os riscos crescentes associados à coleta, tratamento e armazenamento de informações pessoais.

Cooperação internacional na defesa da privacidade digital

Com representantes da América Latina, Europa, África e Ásia-Pacífico, o encontro demonstrou a crescente preocupação global com a segurança da informação. Estiveram presentes delegações de países como Argentina, Costa Rica, Equador, México, Espanha, Portugal, além de representantes de órgãos de proteção de dados da Alemanha e do Quênia. Todos os participantes compartilharam experiências locais e modelos de regulação em constante evolução.

A discussão sobre proteção de dados pessoais foi central, considerando o aumento expressivo de violações de privacidade e ataques cibernéticos registrados nos últimos anos. Durante as apresentações, especialistas apontaram para a importância de políticas regulatórias robustas, alinhadas com os princípios democráticos e os direitos fundamentais dos cidadãos.

Brasil amplia protagonismo no cenário internacional

Durante o encontro, o Diretor-Presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves, apresentou o atual estágio da implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. Ele destacou o papel estratégico do país na promoção de uma cultura de proteção à privacidade e ressaltou o envolvimento ativo do Brasil em fóruns multilaterais como a Global Privacy Assembly (GPA), a Global Privacy Enforcement Network (GPEN) e a Rede Lusófona de Proteção de Dados (RLPS).

Segundo Gonçalves, o compromisso brasileiro com a integridade digital tem gerado reconhecimento internacional. A proteção de dados no Brasil é hoje um tema prioritário na agenda governamental, o que reforça a necessidade de cooperação com outras nações para o desenvolvimento de normas e boas práticas que estejam alinhadas com os avanços tecnológicos.

Inteligência artificial e seus desafios éticos

Outro ponto de grande relevância abordado no evento foi a aplicação da inteligência artificial na proteção de dados. De acordo com o Diretor da ANPD, Iagê Miola, a adoção de tecnologias automatizadas deve ser acompanhada de marcos regulatórios que evitem a perpetuação de desigualdades existentes e garantam o respeito aos direitos fundamentais.

A implementação da IA em ambientes governamentais foi debatida sob a ótica da equidade e da transparência. Miola alertou para os riscos de discriminação algorítmica e destacou a urgência de se estabelecer políticas públicas que assegurem o uso ético e responsável dessas tecnologias.

Além disso, foi enfatizado que a cibersegurança governamental precisa evoluir paralelamente ao uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial, de modo a minimizar riscos como vazamentos de dados e acessos indevidos a informações sensíveis da população.

LGPD como pilar estratégico de governança digital

A LGPD no Brasil tem se consolidado como um instrumento fundamental para garantir maior controle dos cidadãos sobre suas informações. A legislação brasileira estabelece regras claras sobre o tratamento de dados pessoais, impondo obrigações às empresas e ao poder público no que diz respeito à transparência, consentimento e segurança dos dados armazenados.

O evento internacional reforçou a importância da atualização constante das normas e da atuação coordenada entre países para enfrentar desafios como o aumento do número de dispositivos conectados, a massificação do uso de dados biométricos e o cruzamento de informações em larga escala.

Educação e conscientização como ferramentas de prevenção

Para além da regulamentação, os especialistas presentes apontaram para a necessidade de investir em educação digital e campanhas de conscientização voltadas para empresas e cidadãos. O conhecimento sobre direitos relacionados à proteção de dados é essencial para evitar abusos e promover uma cultura de responsabilidade digital.

A inclusão digital, acompanhada de orientações sobre segurança e privacidade, foi destacada como elemento chave para garantir que a sociedade possa usufruir dos benefícios da transformação tecnológica de forma segura e justa.

O 1º Encontro Internacional de Proteção de Dados promovido pela ANPD marca um passo importante para o fortalecimento das políticas públicas de privacidade e proteção de dados pessoais no Brasil e no mundo. A troca de experiências entre nações e a construção de alianças estratégicas indicam um movimento coordenado em direção à defesa da dignidade digital dos indivíduos, à promoção da confiança nas instituições e ao avanço sustentável da transformação tecnológica.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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