O cenário global de cibersegurança enfrenta um novo marco preocupante: os ataques de ransomware atingiram um patamar recorde em 2025, movimentando aproximadamente US$ 113 milhões em pagamentos de resgate. O avanço está diretamente relacionado ao uso crescente de técnicas de engenharia social, que exploram falhas humanas mais do que vulnerabilidades técnicas.
Esse tipo de crime digital se consolidou como um dos maiores riscos para empresas de todos os portes, além de órgãos públicos e instituições de saúde. O modus operandi envolve sequestro de dados sensíveis e posterior exigência de pagamento, geralmente em criptomoedas, para liberar o acesso.
Engenharia social como catalisador dos ataques
Especialistas em cibersegurança apontam que o fator humano continua sendo a principal porta de entrada para ataques de ransomware. Golpistas utilizam mensagens falsas, e-mails fraudulentos e até contatos via aplicativos de comunicação para induzir colaboradores a clicar em links maliciosos ou compartilhar credenciais sigilosas.
A chamada engenharia social vem se sofisticando, tornando-se mais difícil de identificar. Em muitos casos, criminosos personalizam abordagens com base em informações públicas de redes sociais ou dados corporativos vazados. Essa personalização eleva a taxa de sucesso das tentativas e impulsiona o crescimento das extorsões digitais.
Impacto financeiro e reputacional das vítimas
O levantamento recente demonstra que não apenas o volume de ataques aumentou, mas também os valores exigidos. Empresas de médio porte, antes menos visadas, agora figuram entre os principais alvos, já que muitas não dispõem de infraestrutura robusta de defesa.
Além do impacto financeiro imediato, o ransomware gera consequências duradouras, como perda de confiança de clientes, paralisação de operações críticas e necessidade de investimentos emergenciais em segurança digital. Estima-se que o custo indireto possa superar em várias vezes o valor do resgate pago.
Setores mais atingidos pelo ransomware
Entre os setores mais visados estão saúde, educação, logística e serviços financeiros. Hospitais e clínicas, por exemplo, tornam-se alvos frequentes devido ao caráter sensível das informações médicas. Já instituições de ensino e fintechs sofrem com a interrupção de sistemas essenciais e riscos à privacidade de dados.
No setor logístico, ataques afetam cadeias de suprimento inteiras, enquanto empresas financeiras enfrentam a ameaça de vazamento de informações bancárias e credenciais de clientes.

Estratégias de mitigação e prevenção
Diante da escalada, especialistas reforçam a necessidade de programas de treinamento contínuo para colaboradores, visando reduzir os riscos associados à engenharia social. A conscientização sobre phishing, uso de senhas seguras e autenticação multifator são medidas consideradas básicas, mas ainda negligenciadas por muitas organizações.
Outras práticas recomendadas incluem backups frequentes, segmentação de redes e monitoramento em tempo real de tráfego suspeito. A combinação entre tecnologia avançada e preparo humano é vista como essencial para enfrentar o avanço do ransomware.
Panorama regulatório e perspectivas futuras
Governos e órgãos reguladores acompanham de perto a situação. Em diversos países, cresce a pressão por legislações mais rígidas sobre notificação de incidentes e proteção de dados. Algumas propostas incluem penalidades para empresas que não implementarem padrões mínimos de cibersegurança.
Apesar das medidas, a expectativa é que os ataques de ransomware continuem em alta no curto prazo. O uso de inteligência artificial para automatizar campanhas de phishing e a disponibilidade de kits de ataque na dark web facilitam a atuação de criminosos, reduzindo barreiras de entrada para novos agentes maliciosos.
O recorde de US$ 113 milhões em resgates pagos em 2025 reforça a gravidade do problema e a urgência de investimentos em segurança digital. O avanço da engenharia social amplia a complexidade do cenário, exigindo não apenas tecnologia, mas também mudança de cultura organizacional.
Empresas e instituições que adotarem uma postura preventiva terão mais chances de reduzir riscos, preservar a confiança de seus clientes e mitigar prejuízos financeiros. O combate ao ransomware é hoje um dos maiores desafios da era digital e deve permanecer no centro das discussões sobre proteção de dados e continuidade dos negócios.
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