O Itshow estreia mais um episódio da temporada especial da Jornada CIO, estudo conduzido pela Lozinsky Consultoria, com mediação de Marcio Montagnani e um time de peso para decifrar a agenda do executivo de tecnologia no Brasil: Ricardo Stucchi (sócio-consultor da Lozinsky), Rosana Nitta (Head de Produto e Engenharia), Jair de Oliveira (líder de TI da Fortbras) e Lucia Almeida (CIO e membro de conselho). Ao longo da conversa, um conceito atravessou diagnósticos, exemplos práticos e alertas: governança de TI, o tema que estrutura escolhas, dá sustentação à inovação e alinha tecnologia ao negócio.
Por que a governança de TI virou sobrevivência corporativa
Logo na abertura, Ricardo Stucchi contextualiza a pressão atual sobre os CIOs: a explosão de ofertas e startups que chegam a todas as áreas da organização, muitas vezes sem passar pela TI. “O CIO tem a preocupação de orquestrar tudo isso. Ele tem que garantir um ambiente sustentável, uma base sólida para montar esse quebra-cabeça de soluções”, afirma. Para ele, governança de TI deixa de ser formalidade e vira prática de sobrevivência: orientar a tecnologia para não se descolar do negócio, reduzir o débito técnico e discutir arquitetura como tema estratégico, e não só técnico.
Maturidade primeiro, automação depois
Rosana Nitta reforça a importância de medir a maturidade antes de automatizar e de ressignificar o que o mercado chama de inovação: nem tudo é disrupção; há uma inovação de processo, cotidiana, que move eficiência real. “Posicionamento, dados e fatos são essenciais para decidir quando adotar uma nova tecnologia, quanto tempo, esforço e custo dedicar, e qual retorno esperar”, diz. Na prática, isso significa aplicar governança de TI ao “software selection”: por que comprar, qual dor resolver e quanto realmente será usado sempre preservando a arquitetura corporativa.

Arquitetura protegida para liberar a inovação
Na Fortbras, Jair de Oliveira traduz o choque entre urgência de inovar e heranças de arquitetura em ambientes que crescem por aquisições. “Temos 13 instâncias de cinco ERPs distintos, e a arquitetura é um caos. Mas isso não pode impedir a inovação”, relata. A saída foi governança de TI aplicada à arquitetura: criar uma camada de middleware que protege sistemas legados e viabiliza integrações modernas com menor dependência de fornecedores. “TI catalisa melhor resultados quando está próxima do negócio, trazendo soluções filtradas, tratadas e factíveis.”
IA generativa pede governança clara
Do ponto de vista de conselho e C-level, Lucia Almeida chama atenção para as trocas de marcha que a IA generativa impõe na estratégia corporativa e no modelo de gestão: “O desafio é equilibrar inovação com segurança, velocidade com compliance e dados com propósito de valor”. Para ela, governança de TI é o elo entre arquitetura, números e perenidade, principalmente quando o protagonismo das áreas de negócio se acelera. “O barulho da tecnologia só vai aumentar. Cabe a nós transformar esse ruído em clareza estratégica.”
Quatro mensagens-chave do episódio
- Arquitetura com governança de TI: seleção de software hoje é, antes de tudo, discussão de recorte arquitetural, impactos organizacionais e integração inteligente — não só lista de requisitos.
- Maturidade antes de automação: sem dados básicos, monitoramento e integração, a inovação vira promessa cara. Governança de TI ajuda a priorizar e reduzir o débito técnico.
- Parceria TI–negócio: células de business partnering elevam a qualidade da demanda e evitam aventuras tecnológicas. É governança de TI aplicada à origem do projeto.
- Cautela com IA e custos: sem vínculo com a estratégia, a melhor plataforma vira custo. Governança de TI garante ROI, ética, compliance e viabilidade.
“Tempos Barulhentos”
Em síntese, o episódio mostra que, em “tempos barulhentos”, governança de TI é a bússola que permite ao CIO navegar entre legados, integrações e novas tecnologias, mantendo foco em valor de negócio. Como resume Stucchi: “A grande complexidade está em montar esse quebra-cabeça tecnológico e, ao mesmo tempo, discutir sua governança com o negócio. Essa é a chave para transformar tecnologia em valor real.”

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