O Infra Talks, podcast do portal Itshow, lançou o segundo episódio de sua temporada especial, realizada em parceria com a GP Cabling e a APC by Schneider Electric. A série antecipa discussões estratégicas do IT Summit 2025, que acontece em novembro, no WTC São Paulo, reunindo mais de 600 executivos e líderes de TI e Cibersegurança.
O tema desta edição é eficiência energética em data centers, um desafio cada vez mais central em um cenário de digitalização acelerada, crescimento da inteligência artificial e aumento da demanda por infraestrutura crítica.
Participaram do episódio Raphael Carvalho, gerente de Projetos de Energia e Data Center na GP Cabling, Beatriz Carvalho, gerente de Contas da APC by Schneider Electric, e Davi Medeiros, marketing manager da APC by Schneider Electric.
Infra Talks: O peso da energia no custo de TI
Segundo Raphael Carvalho, a energia já representa uma das maiores fatias no orçamento dos data centers:
“Hoje, com a crescente demanda de TI, o papel da energia no custo de um data center é enorme. Produtos mais eficientes e sistemas de cooling otimizados tornam o negócio mais competitivo e sustentável do ponto de vista comercial.” Ele acrescentou que o conceito de eficiência energética em data centers vai além da economia: é também uma forma de garantir confiabilidade, segurança e competitividade.
Mais eficiência, menos custo e mais confiabilidade
Beatriz Carvalho reforçou que reduzir consumo não significa apenas cortar despesas: “Eficiência energética não é só redução de custos. É garantir que o projeto opere de forma contínua, confiável e sustentável.” Ela destacou que, independentemente do segmento, todas as empresas precisarão de infraestrutura de TI, seja em soluções de edge computing ou em data centers centralizados. Isso torna a pauta da eficiência energética em data centers universal e estratégica.
CAPEX, OPEX e ROI da eficiência
Davi Medeiros explicou que a eficiência impacta diretamente no ciclo de vida dos investimentos. Ao adquirir produtos e serviços estratégicos, é possível reduzir tanto CAPEX quanto OPEX:
“Com eficiência, você investe em produtos que trazem vida útil maior, menos problemas e menor consumo extra. Isso se traduz em redução de CAPEX e melhor aproveitamento dos recursos.” Para ele, o papel do executivo de TI é buscar ROI sustentável, equilibrando performance, custos e impacto ambiental.
Retrofit ou Greenfield: dilema dos investimentos
O episódio também trouxe o debate entre retrofit (atualização de estruturas existentes) e greenfield (construção de novos data centers). Raphael Carvalho explicou que a escolha depende da análise do cliente e da infraestrutura disponível: “Se os equipamentos já são ultrapassados e não oferecem previsibilidade, o retrofit não vale a pena. Nesse caso, é melhor investir em uma planta nova, eficiente e preparada para o futuro.”

O papel da sustentabilidade
Beatriz lembrou que a sustentabilidade precisa ser vista além de produtos, abrangendo toda a cadeia: fabricação, transporte, descarte e economia circular. Ela destacou a importância de certificações como o Green Premium, que asseguram menor impacto ambiental em todo o ciclo de vida dos equipamentos.
Davi complementou que a sustentabilidade deixou de ser pauta apenas ambiental e se tornou também critério econômico e competitivo: investimentos sustentáveis geram retorno financeiro no longo prazo, além de atender a métricas ESG cada vez mais exigidas por conselhos e investidores.
IA e refrigeração: novos desafios
Outro ponto abordado foi o impacto da inteligência artificial. Segundo dados discutidos no episódio, uma busca em IA generativa consome até 10 vezes mais energia que uma busca no Google. Isso pressiona os data centers a repensarem eficiência e refrigeração.
Nesse cenário, soluções como liquid cooling e free cooling ganham relevância, mas exigem adaptações locais. Raphael lembrou que, no Brasil, o clima dificulta aplicações uniformes: “Embora o liquid cooling seja eficiente, não é viável em todas as localidades. Em regiões quentes, como o Nordeste, é preciso adotar modelos híbridos com ar-condicionado de precisão.”
Brasil como hub global de data centers
Beatriz Carvalho destacou que o Brasil é cada vez mais estratégico para esse mercado: “85% da nossa matriz energética é renovável e o custo do quilowatt-hora é mais baixo do que em outros países. Isso coloca o Brasil como hub de data centers e atrai investidores globais.”
O episódio reforçou que a eficiência energética em data centers é hoje prioridade número um para executivos de TI. Além da redução de custos, trata-se de assegurar continuidade, sustentabilidade e competitividade em um mercado marcado por crescimento de IA, hiperconvergência e pressões ESG.
Como resumiu Raphael: “Quanto mais eficiente for a infraestrutura, menor a perda de energia e maior o retorno para o negócio. A eficiência se traduz em economia e competitividade.”

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