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sexta-feira, agosto 8, 2025
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“Agentização”: sua próxima assistente é uma IA!!!

Imagine que você está no meio de um dia corrido. Antes mesmo de lembrar que precisa comprar aquele presente de aniversário, a sua IA pessoal já pesquisou, escolheu, comparou preços, aplicou cupons e deixou o pedido pronto para você só confirmar.

Parece coisa de ficção? Pois bem-vindo à realidade da agentização da IA, um movimento tecnológico silencioso, mas poderoso, que promete mudar a forma como interagimos com a tecnologia, com o tempo… e até com a tomada de decisão.

Assim como um dia aprendemos a usar e-mails, internet, e depois os smartphones, agora precisaremos aprender algo novo: delegar com inteligência.

A diferença? Essa tecnologia não só responde: ela age!

Do chatbot ao agente: o novo perfil da IA

A evolução da IA nos últimos anos nos levou de interfaces baseadas em texto para modelos cada vez mais sofisticados. A agentização representa o passo seguinte: a IA que não apenas entende o contexto, mas também é capaz de tomar decisões e executar ações no mundo digital. Esses agentes operam por meio de APIs, navegadores virtuais e integrações com plataformas como Gmail, Outlook, Amazon, Zapier, entre outras.

A proposta não é apenas responder perguntas, mas agir com base em intenções. Por exemplo, se você pedir que o agente ‘resolva um problema de entrega com um pedido’, ele pode abrir o site da loja, acessar seu e-mail, encontrar o pedido, preencher o formulário de reclamação e acompanhar a resposta, tudo isso com mínima intervenção humana. Essa autonomia operacional está no centro da transformação que veremos nos próximos meses.

Como os agentes vão transformar seu dia a dia

No uso pessoal, os agentes de IA funcionarão como ‘executivos digitais’. Imagine um agente que monitora seu calendário, entende seus hábitos e ajusta sua rotina automaticamente: remarca reuniões conflitantes, compra passagens com base em preços dinâmicos, ou escolhe o melhor horário para academia com base na previsão do tempo. Com a evolução dos dispositivos vestíveis (wearables), esses agentes também poderão antecipar necessidades de saúde, alertar sobre padrões de sono irregulares ou sugerir pausas baseadas em estresse detectado. Outro exemplo é no gerenciamento financeiro: o agente poderá acompanhar seu extrato bancário, identificar gastos fora do padrão, sugerir cortes ou até renegociar contas com provedores.

Empresas também terão que se adaptar

No ambiente corporativo, a agentização pressiona as empresas a oferecerem infraestrutura para integração e interoperabilidade. Sistemas fechados e sem APIs públicas se tornarão obsoletos. Já é comum vermos agentes atuando como intermediários entre humanos e ERPs, CRMs ou plataformas de suporte. Por exemplo, agentes treinados em SAP podem lançar pedidos de compras, consultar estoques, gerar relatórios financeiros e agendar manutenções automaticamente. Na área de atendimento ao cliente, agentes podem interpretar o tom de voz de um cliente irritado, buscar sua jornada recente no sistema e tomar ações antes mesmo de transferi-lo a um humano. Setores como logística, jurídico e RH também começam a ver ganhos com agentes que pré-analisam contratos, criam anúncios de vaga, ou fazem triagem de candidatos.

Como já vivemos isso antes, e superamos

A chegada de tecnologias disruptivas sempre gera resistência, mas também cria novas habilidades e profissões. Foi assim com o surgimento da internet comercial, dos smartphones e até das redes sociais. Inicialmente, o medo da substituição dominava os debates. Com o tempo, aprendemos a lidar com os riscos, criar regras e incorporar o que essas tecnologias tinham de melhor. Hoje, usamos aplicativos bancários sem medo, fazemos compras por celular e mantemos relações profissionais e pessoais via plataformas digitais. A agentização exige a mesma curva de aprendizagem: entender, testar, adaptar e confiar. A diferença é que agora a IA não apenas responde, ela executa.

Riscos, ética e o fator humano

Delegar tarefas para agentes de IA requer uma mudança profunda de mentalidade. É preciso definir com clareza o que pode ou não ser feito. A regulamentação terá papel central: haverá necessidade de auditar decisões, registrar logs, e garantir a transparência dos algoritmos. Também surgem preocupações sobre dependência excessiva, viés algorítmico e uso indevido de dados sensíveis. Um agente que acessa seu e-mail, sua agenda e seus aplicativos financeiros precisa operar sob critérios éticos rígidos. Empresas precisarão criar comitês de governança de IA e revisar políticas de segurança cibernética. E nós, usuários, teremos que desenvolver um novo tipo de letramento digital: o da gestão de agentes inteligentes.

Preparando-se para essa nova realidade

Para empresas, a hora de se preparar é agora. Criar APIs abertas, revisar processos com foco em automação, treinar equipes para trabalhar com agentes e estabelecer camadas de validação são passos essenciais. Na educação, é urgente incluir temas como design de agentes, engenharia de prompts e segurança algorítmica nos currículos. Para o público em geral, usar agentes no dia a dia será uma nova forma de produtividade pessoal, como usar planilhas ou buscadores foi no passado. A curva de aprendizado é curta, mas o impacto será profundo: uma geração que já nasceu no toque, agora aprenderá a comandar e cooperar com a inteligência que age em seu nome.

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Bruno Maniglia
Bruno Maniglia
Executivo sênior de TI com mais de 20 anos de experiência na liderança de iniciativas de transformação digital em empresas de grande porte. Atualmente CIO e Conselheiro na Delaware Brasil, graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e com atuação em Piracicaba.
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