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quinta-feira, maio 15, 2025
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AWS e UFMG lançam projeto inovador com IA para monitorar tratamento oncológico no SUS

A Amazon Web Services (AWS), o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG) e o Centro de Inovação em Inteligência Artificial para Saúde (CIIA-Saúde/UFMG) anunciaram uma colaboração pioneira para desenvolver uma plataforma baseada em inteligência artificial (IA) generativa, destinada a acompanhar integralmente o tratamento de pacientes oncológicos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto, que recebeu um investimento inicial de R$ 1,8 milhão da AWS, visa integrar dados clínicos e operacionais para apoiar decisões médicas e otimizar o atendimento hospitalar, com potencial de expansão para toda a rede de hospitais universitários federais.

IA generativa e nuvem para um SUS mais eficiente e humanizado

A iniciativa combina tecnologias de ponta em nuvem e IA para monitorar a jornada do paciente com câncer, desde o diagnóstico até o acompanhamento pós-tratamento. Paulo Cunha, diretor de Setor Público da AWS no Brasil, destaca que a solução permitirá antecipar eventos adversos, personalizar tratamentos e reduzir custos sem comprometer a qualidade do cuidado.

“O objetivo é mapear a jornada completa do paciente, usando inteligência artificial para gerar insights aplicáveis em escala nacional no SUS,” explica Cunha. A AWS aportou R$ 250 mil em créditos de nuvem e R$ 100 mil para bolsas de pesquisa, um diferencial importante que demonstra o compromisso com o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro.

Integração nacional para diversidade e eficiência dos modelos

Um dos pilares do projeto é a integração de dados clínicos de hospitais de diferentes regiões do Brasil, incluindo instituições no Norte (Manaus), Sul (Porto Alegre) e, claro, o HC-UFMG em Minas Gerais. Essa diversidade regional é essencial para o treinamento de algoritmos capazes de reconhecer perfis clínicos e sociais variados, garantindo que a solução seja robusta e aplicável em todo o país.

A meta não é criar uma ferramenta regional, mas uma plataforma nacional que atenda do extremo Norte ao extremo Sul,” afirma Cunha. O modelo desenvolvido será inicialmente testado no HC-UFMG, com previsão de expansão para os 45 hospitais universitários da rede Ebserh, vinculada ao Ministério da Educação.

Pesquisa científica integrada à prática clínica

O projeto é conduzido por pesquisadores do CIIA-Saúde, envolvendo mestres, doutores e estudantes de pós-graduação focados em ciência de dados e saúde digital. A infraestrutura de computação em nuvem da AWS garante a segurança e o compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), incluindo criptografia, anonimização e controle rigoroso de acesso aos dados.

Investir diretamente em ciência, com financiamento a pesquisadores, é um diferencial da AWS e uma aposta no futuro do país,” destaca Cunha. Os primeiros testes com dados reais estão previstos para o primeiro semestre de 2025, reforçando a velocidade com que o projeto avançará.

IA para medicina de precisão no SUS

Com o uso da inteligência artificial generativa, os profissionais de saúde terão acesso a recomendações quase em tempo real, baseadas em padrões extraídos dos dados dos pacientes do SUS. Isso inclui alertas para riscos clínicos, sugestões de protocolos personalizados e indicadores para monitorar o pós-tratamento.

Segundo Cunha, o uso da IA poderá reduzir exames e terapias desnecessárias, o que diminui custos e melhora a experiência do paciente: “Quando temos dados suficientes, podemos evitar etapas desnecessárias, reduzindo sofrimento e aumentando a segurança do tratamento.”

Essa abordagem está alinhada às tendências globais de medicina personalizada, mas com uma particularidade brasileira: a aplicação em larga escala dentro da infraestrutura pública, promovendo interoperabilidade e garantindo a escalabilidade nacional.

Contexto e perspectivas futuras

O CIIA-Saúde da UFMG foi criado com o apoio das agências de fomento Fapemig e Fapesp, além de parceiros como a Unimed. A ideia de focar na jornada do paciente oncológico foi idealizada por Virgílio Almeida, professor emérito da UFMG e ex-secretário de políticas de TI do governo federal, em parceria com o cientista da computação Wagner Meira Jr., um dos maiores nomes nacionais da área.

A cooperação entre universidade, hospital e indústria tecnológica reforça a proposta de unir ciência e cuidado clínico, possibilitando que avanços tecnológicos sejam rapidamente incorporados à prática médica: “É como ter um laboratório a poucos metros da enfermaria. Ciência e clínica devem conversar em tempo real,” conclui Cunha.

Com potencial para transformar o atendimento oncológico no SUS, este projeto marca um importante avanço no uso da tecnologia para melhorar a saúde pública no Brasil, com impactos esperados que vão muito além do câncer, servindo como modelo para futuras iniciativas em outras áreas clínicas.

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