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quarta-feira, fevereiro 5, 2025
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Cibersegurança: Brasil foi o 7º país mais afetado por ransomware em 2024

O Relatório Global de Ransomware 2024, publicado pela Check Point Software, revelou que os ataques de ransomware continuam a ser uma das maiores ameaças cibernéticas globais. O estudo destacou que o Brasil ocupou o 7º lugar mundial, com 123 ataques registrados, subindo uma posição em relação ao ano anterior. Essa classificação reflete a crescente sofisticação das estratégias de ransomware e a vulnerabilidade de infraestruturas críticas no país.

Além do impacto direto nas empresas, os números mostram que 2024 foi um ano de recordes globais, com 5.414 ataques relatados, um aumento de 11% em comparação com 2023. No entanto, mais do que os números absolutos, o relatório evidenciou mudanças estratégicas importantes nos métodos utilizados pelos operadores de ransomware, bem como a fragmentação das ameaças, que se tornaram mais personalizadas e destrutivas.

Por que o Brasil é um alvo prioritário?

O Brasil é o principal mercado da América Latina em termos de conectividade digital e transformação tecnológica. No entanto, essa digitalização acelerada ocorre muitas vezes sem o devido investimento em cibersegurança, o que torna empresas e órgãos públicos vulneráveis a ataques.

Além disso, o relatório aponta que os operadores de ransomware têm adaptado suas estratégias para explorar regiões com defesas cibernéticas fragmentadas. Entre os fatores que contribuíram para a posição do Brasil no ranking, destacam-se:

  • Inadequação nas práticas de segurança: Muitas empresas ainda falham em implementar medidas robustas, como backups regulares, autenticação multifator e criptografia de dados.
  • Falta de conscientização: A ausência de programas de educação em cibersegurança expõe funcionários e gestores a ataques de engenharia social, como phishing.
  • Evolução das ameaças: Grupos de ransomware estão adotando táticas mais sofisticadas, incluindo a extorsão por vazamento de dados, que depende menos de recursos técnicos avançados.

Essa combinação de fatores torna o país um alvo atrativo tanto para grupos especializados quanto para novos atores no cenário de ransomware.

Estados Unidos: o epicentro da ameaça

Embora o Brasil tenha registrado 123 incidentes, os Estados Unidos lideraram o ranking global com 936 ataques somente no último trimestre de 2024. Isso representa 50% dos casos globais e reflete a predileção dos criminosos por mercados maduros, com grandes volumes de dados e operações digitalmente interdependentes.

Os altos números nos EUA mostram que o ransomware não discrimina entre economias desenvolvidas e emergentes. Apesar disso, os impactos em países como o Brasil tendem a ser mais severos, dada a menor resiliência de muitas empresas locais.

Como os ataques de ransomware evoluíram?

O relatório da Check Point Software destacou uma transformação importante no ecossistema de ransomware: a transição de ataques baseados em criptografia para modelos de extorsão por vazamento de dados (DXF). Em vez de sequestrar os arquivos das vítimas por meio de criptografia, os criminosos ameaçam divulgar informações confidenciais caso o pagamento do resgate não seja efetuado.

Essa mudança trouxe vantagens significativas para os operadores de ransomware:

  1. Redução de custos operacionais: Ataques baseados em vazamento de dados exigem menos infraestrutura técnica.
  2. Maior impacto psicológico: A exposição de informações sensíveis pode causar danos irreparáveis à reputação de empresas, pressionando-as a pagar.
  3. Dificuldade de rastreamento: O uso de tecnologias descentralizadas e a fragmentação dos grupos criminosos dificultam ações de contenção por parte das autoridades.

Esse modelo permitiu que os criminosos ampliassem seus alvos, mirando setores como saúde, educação e serviços públicos, que tradicionalmente possuem menos recursos para investir em cibersegurança.

Impactos no Brasil

Os ataques de ransomware têm consequências que vão além das perdas financeiras. No Brasil, setores críticos como saúde, transporte e governo têm sido alvos frequentes, agravando os impactos sociais desses crimes.

Em 2024, os custos associados aos ataques incluíram:

  • Prejuízos econômicos diretos: Pagamento de resgates e custos de recuperação de dados.
  • Danos reputacionais: Empresas que sofrem vazamento de informações enfrentam perda de confiança por parte de clientes e parceiros.
  • Paralisação de serviços essenciais: Hospitais e órgãos públicos, quando atacados, muitas vezes precisam interromper operações críticas, prejudicando milhares de pessoas.

Esse cenário reforça a necessidade de as organizações brasileiras adotarem medidas de proteção mais robustas.

Estratégias para mitigar os riscos

Diante desse contexto, especialistas recomendam que empresas e governos adotem uma abordagem multifacetada para lidar com o ransomware. Algumas das estratégias mais eficazes incluem:

  1. Investir em tecnologias avançadas: Ferramentas de detecção e resposta a incidentes (EDR) podem identificar comportamentos anômalos e neutralizar ameaças antes que causem danos.
  2. Treinar equipes: Programas de conscientização e treinamento em cibersegurança ajudam a reduzir os riscos associados a erros humanos, como clicar em links maliciosos.
  3. Criar backups regulares: Manter cópias atualizadas de dados críticos pode minimizar o impacto de ataques baseados em criptografia.
  4. Colaboração internacional: A troca de informações entre governos e empresas globais é fundamental para combater a fragmentação dos grupos criminosos.
  5. Adotar autenticação multifator: Essa medida simples pode bloquear tentativas de acesso não autorizado a sistemas corporativos.

O Relatório Global de Ransomware 2024 é um alerta para que o Brasil encare a cibersegurança como prioridade. O fato de o país estar no 7º lugar no ranking mundial de ataques de ransomware não deve ser encarado apenas como um dado estatístico, mas como uma chamada à ação para proteger infraestruturas críticas e garantir a continuidade dos negócios em um cenário cada vez mais desafiador.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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