A era digital trouxe consigo uma expansão sem precedentes da conectividade e da tecnologia. No entanto, essa expansão também aumentou a vulnerabilidade mundial a ataques e crimes cibernéticos, tornando a cibersegurança uma prioridade global incontornável.
Diante de um aumento exponencial e irreversível dos incidentes cibernéticos, países como o Reino Unido e Chile têm desenvolvido e implementado estratégias robustas para proteger suas infraestruturas e cidadãos.
Para que tenhamos uma ideia superficial, somente em 2020, o mundo presenciou um aumento significativo nos ataques cibernéticos, com o ransomware crescendo em 105% (sem contarmos a quantidade imensurável de subnotificações) e os registros de dados expostos aumentando em 141%, segundo o Relatório de Ameaças à Segurança na Internet da SonicWall.
O National Cyber Security Centre (NCSC) do Reino Unido registrou mais de 723.000 incidentes, enquanto o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) relatou mais de 1,6 milhão de incidentes, destacando a gravidade e a frequência crescente dessas ameaças.
Abaixo, pontuo algumas das estratégias nacionais adotadas pelo Reino Unido e Chile, bem como o atual momento do Brasil, que poderá ser decisivo para a resiliência nacional e segurança da nossa sociedade.
Reino Unido: A resposta britânica envolve uma estratégia nacional de cibersegurança implementada em 2020, que visa não apenas proteger as infraestruturas críticas, mas também aumentar a conscientização pública sobre os riscos cibernéticos.
Chile: O Centro Nacional de Cibersegurança (CNC), estabelecido em 2017, foca no fortalecimento das capacidades do país para defender-se contra ataques cibernéticos, promovendo uma cultura de cibersegurança e cooperação internacional.
Brasil: Em preparação para lançar sua primeira Estratégia Nacional de Cibersegurança (PNciber), o Brasil está iniciando seu posicionamento para fortalecer a cooperação entre o setor público e privado, com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI-PR) cumprindo um papel estratégico e desafiador.
Acredito que o Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime – INCC, o qual atuo, neste momento, como presidente e diretor do centro de inteligência, é uma contribuição relevante da sociedade civil organizada na luta contra o cibercrime no Brasil e no mundo. A atuação no INCC é pautada em 4 pilares, sendo eles: (1) Inteligência, (2) Articulação público-privada, (3) Mobilização e Consenso e (4) Monitoramento de resultados.
Para cumprir sua missão de colaborar na promoção de uma profunda e consistente agenda de segurança cibernética e de combate aos crimes cibernéticos no país, o INCC atua de forma estruturada, estratégica e robusta, realizando acordos de colaboração técnica e acadêmica, bem como diversas alianças estratégicas com o Estado, Governos Estaduais, Forças de Segurança, Defesa Nacional, Iniciativa Privada e Sociedade Civil, sempre com foco na conscientização, letramento digital, criação de estruturas e acordos nacionais e transnacionais, prevenção e resposta às ameaças cibernéticas, contribuindo de forma relevante para o desenvolvimento da resiliência cibernética e para a segurança digital do país.
A troca de experiências e melhores práticas entre países na vanguarda da cibersegurança, como o Reino Unido e Chile, é fundamental. No dia 17 de maio, às 10h00 (horário de Brasília), o INCC está organizando um evento virtual com autoridades do Chile, Brasil e Reino Unido, trazendo uma oportunidade importante para que possamos discutir e compreender os movimentos e iniciativas destas nações, destacando a importância da colaboração global na luta contra o cibercrime.
Ao enfrentar esses desafios com uma abordagem unificada e informada, podemos proteger melhor nossas sociedades digitais contra as ameaças crescentes da era da informação.
O evento é gratuito e patrocinado pelo INCC em parceria com a Universidade de Oxford. Em formato de Webinar, terá tradução simultânea, com limite de inscrições e abertura para perguntas e respostas. Se você, caro leitor, possui interesse no tema e deseja entender melhor o que está acontecendo, participe. A inscrição poderá ser feita CLICANDO AQUI.
Nos vemos lá!