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sexta-feira, maio 9, 2025
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Pentest de verdade: como avaliar propostas e evitar uma falsa sensação de segurança

Em um cenário cada vez mais ameaçado por ciberataques sofisticados, contratar um teste de intrusão — o famoso pentest — se tornou essencial para empresas que levam segurança digital a sério. No entanto, muitas organizações ainda caem na armadilha de contratar serviços que apenas simulam uma proteção eficaz, quando, na prática, entregam pouco ou quase nada.

Avaliar uma proposta de pentest vai muito além do preço. É uma análise crítica de metodologia, equipe técnica, transparência e profundidade do relatório. Sem essa leitura criteriosa, o que se adquire é uma ilusão perigosa — um verniz de segurança que não resiste ao primeiro ataque real.

Metodologia: O DNA de um pentest profissional

A espinha dorsal de qualquer pentest sério é a metodologia aplicada. Propostas que se limitam a generalidades ou omitem etapas fundamentais devem acender o alerta vermelho imediatamente. Um bom fornecedor segue frameworks reconhecidos internacionalmente, como:

  • OWASP (Open Worldwide Application Security Project)
  • NIST (National Institute of Standards and Technology)

Esses frameworks definem claramente as fases de um pentest eficaz — desde o reconhecimento inicial, passando pela análise de superfície, varreduras, exploração manual e elevação de privilégios, até a produção de relatórios.

A ausência de detalhamento técnico na proposta é um indicativo claro de superficialidade. Em outras palavras: se não há clareza sobre como as vulnerabilidades serão encontradas, é provável que elas simplesmente não o sejam.

Preço muito baixo? Cuidado com o pentest de fachada

Pentests sérios não são baratos — e nem deveriam ser. Um valor significativamente abaixo do mercado (menos de R$ 30 mil para escopos médios, por exemplo) normalmente esconde:

  • Ferramentas automatizadas sendo vendidas como trabalho manual;
  • Equipes sem qualificação técnica;
  • Ausência de metodologia;
  • Relatórios padronizados e irrelevantes.

Empresas de cibersegurança de alto nível operam com especialistas certificados, como OSCP (Offensive Security Certified Professional), CISSP, OSCE e HCP, cujo treinamento exige anos de estudo, laboratório prático e vivência real em projetos de alta complexidade. Esses profissionais são o que realmente diferencia um pentest amador de um exercício de segurança estratégico.

Transparência e qualificação: a equipe faz toda a diferença

Outro aspecto fundamental na análise de uma proposta de pentest é a transparência sobre o time técnico envolvido. Se a proposta não apresenta:

  • Nomes e perfis técnicos dos profissionais;
  • Certificações relevantes;
  • Experiência prévia em projetos similares;

…então é hora de repensar essa contratação. Segurança cibernética não pode ser tratada como commodity. É preciso saber exatamente quem estará testando — e potencialmente acessando — sistemas críticos da empresa.

O relatório final: o produto real do pentest

Ao final do serviço, o verdadeiro valor do pentest se materializa no relatório entregue. Um documento robusto, técnico e estratégico deve conter:

  • Evidências detalhadas das vulnerabilidades exploradas;
  • Risco real de cada falha descoberta;
  • Simulações de ataque bem-sucedidas (quando aplicável);
  • Recomendações claras de mitigação, com priorização por criticidade.

Relatórios genéricos, com screenshots aleatórios e linguagem superficial, não apenas deixam a empresa desprotegida — eles criam uma falsa sensação de segurança, talvez ainda mais perigosa do que a ignorância pura.

Conclusão: o custo de não saber analisar uma proposta

Empresas que contratam pentests com base apenas no preço, ou por pressa em atender a uma exigência de compliance, acabam se expondo duplamente: aos riscos reais das vulnerabilidades não encontradas e à falsa sensação de que estão protegidas.

Executivos e líderes de TI devem encarar a escolha de um fornecedor de pentest como uma decisão estratégica, que envolve não apenas o custo, mas, principalmente, a credibilidade, metodologia e competência técnica da equipe envolvida.

A próxima tentativa de invasão pode estar a poucos cliques. Estar preparado começa por saber fazer as perguntas certas — e reconhecer quando a resposta simplesmente não está à altura.

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