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domingo, maio 4, 2025
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Desinformação, Deepfakes e Engenharia Social: Estamos Preparados?

Nos últimos anos, a segurança digital passou por uma transformação enorme. Antes, o que mais preocupava eram vírus, falhas em sistemas ou hackers tentando invadir servidores. Hoje, o maior risco pode estar em algo muito mais sutil a manipulação da informação e das pessoas. Estou falando de três elementos que, juntos, estão mudando o jogo: desinformação, deepfakes e engenharia social.

A desinformação está por todos os lados

Atualmente, vivemos numa época em que a informação chega muito rápido, e nem sempre dá tempo de conferir se é verdadeira. É aí que mora o perigo. A desinformação ou seja, espalhar algo falso de propósito tem sido usada para influenciar eleições, manipular opiniões e até causar pânico social. E o mais assustador é que, muitas vezes, ela vem misturada com fatos reais, o que deixa tudo mais difícil de identificar.

Aquela notícia que parece urgente, que chega pelo WhatsApp ou aparece num vídeo mal legendado… pode ser mentira, construída só para enganar e manipular.

Deepfakes: quando não dá mais para acreditar nos próprios olhos

Essa talvez seja a parte mais chocante. Com o avanço da inteligência artificial, agora é possível criar vídeos ou áudios falsos extremamente realistas. Os chamados deepfakes podem colocar qualquer pessoa de políticos a celebridades dizendo coisas que nunca disseram. E é tudo tão bem feito que, sem contexto ou análise, qualquer um pode acreditar que aquilo é real.

Já pensou um vídeo falso de um presidente anunciando uma guerra? Ou de um CEO dizendo que uma empresa vai à falência? As consequências disso podem ser gravíssimas. E o pior: essas tecnologias já estão sendo usadas em golpes. Tem casos de empresas que perderam milhões porque alguém acreditou num áudio falso com a voz de um chefe.

Engenharia social: a arte de enganar pessoas

Aqui é onde tudo se conecta. A engenharia social é a prática de manipular pessoas para que elas revelem informações ou façam algo que não deveriam como clicar num link malicioso, abrir um anexo ou transferir dinheiro. Diferente de um ataque técnico, esse tipo de golpe explora nosso lado humano: confiança, medo, curiosidade.

Alguns exemplos bem comuns

– Alguém finge ser do banco e pede seus dados;

– Um e-mail chega com um anexo que parece uma nota fiscal, mas é um vírus;

– Uma ligação “urgente” de um suposto colega de trabalho pedindo ajuda com uma senha.

Quando essas ações são combinadas com informações falsas e conteúdos manipulados (como os deepfakes), o ataque fica ainda mais convincente.

O grande perigo está na combinação

Imagine a seguinte cena: você recebe um e-mail com um vídeo do seu gerente (com a voz e a imagem perfeitas) pedindo uma transferência urgente. O vídeo é acompanhado de uma notícia falsa sobre uma crise interna na empresa. A pressa, o medo de fazer algo errado e o aparente realismo da situação fazem você agir e pronto, o golpe foi concluído.

Isso já está acontecendo. E é justamente por isso que precisamos falar mais sobre isso.

O que podemos fazer?

Não existe solução mágica, mas tem várias atitudes que ajudam a se proteger:

  • Conscientização: A primeira defesa é saber que essas coisas existem. Treinamentos de segurança digital em empresas e campanhas de informação para o público em geral fazem muita diferença.
  • Desconfiar é saudável: Recebeu uma mensagem estranha, uma notícia alarmante, ou um pedido fora do comum? Verifique. Ligue, pergunte, cheque em outras fontes.
  • Autenticação em dois fatores: Sim, dá um trabalhinho extra, mas impede que invasores entrem só com a sua senha.
  • Ferramentas de verificação: Hoje já existem softwares e plataformas que ajudam a detectar se um vídeo ou imagem foi manipulado.
  • Regras claras dentro das empresas: É importante ter protocolos definidos por exemplo, que nenhum pedido financeiro deve ser feito por mensagem ou e-mail, sem verificação verbal.

As plataformas e os governos têm um papel nisso

Não é só responsabilidade do usuário final. As redes sociais, os aplicativos e os veículos de mídia precisam criar mecanismos para combater a desinformação. E os governos também criando leis que responsabilizem quem usa essas tecnologias para enganar e prejudicar. Claro, tudo isso precisa ser feito com cuidado, sem ferir a liberdade de expressão. 

No fim das contas… a ameaça mudou. Não é só uma questão de antivírus ou firewalls. Agora, precisamos estar atentos ao que lemos, ouvimos e assistimos. A nova geração de golpes mexe com a nossa percepção do que é real.

Então, se tem uma coisa que fica de lição, é: Precisamos ser mais críticos e mais conscientes. Porque, às vezes, o maior perigo não está na tecnologia em si mas em como ela é usada para manipular mentes e emoções.

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