A adoção da inteligência artificial está em alta entre as empresas, mas a implementação eficaz ainda enfrenta desafios significativos. Um estudo conduzido pelo Enterprise Strategy Group (ESG) em parceria com a Qlik revelou que 94% das companhias aumentaram os investimentos em IA. No entanto, apenas 21% conseguiram integrá-la totalmente às operações, demonstrando um desalinhamento entre o entusiasmo pela tecnologia e a realidade de sua aplicação.
Crescimento do Investimento
As empresas estão ampliando suas apostas na inteligência artificial, investindo cada vez mais em infraestrutura e soluções voltadas para essa tecnologia. Segundo o levantamento, 64% das organizações já coletam dados de 100 a 499 fontes diariamente, um volume expressivo que poderia impulsionar a eficiência operacional e a inovação.
Entretanto, transformar essa quantidade massiva de dados em informação utilizável continua sendo um desafio. A falta de uma estratégia clara para estruturar, processar e integrar esses dados nos sistemas de IA tem sido um dos principais entraves para o sucesso das iniciativas.
Falta de Governança de Dados
A pesquisa revelou que apenas 47% das empresas possuem políticas consistentes de governança de dados. Esse dado sugere que muitas organizações não adotaram diretrizes rigorosas para garantir a segurança, a conformidade regulatória e a imparcialidade dos algoritmos de inteligência artificial.
Essa lacuna pode gerar vieses em modelos preditivos, decisões erradas e até riscos legais, principalmente em setores que lidam com dados sensíveis, como saúde, finanças e segurança pública.
Segundo Stephen Catanzano, analista sênior do ESG, a IA não é apenas um desafio tecnológico, mas sim de execução. Ele destaca que muitas companhias reconhecem a importância da qualidade dos dados, mas ainda não implementaram políticas eficazes para garantir que os modelos de IA sejam seguros, transparentes e livres de distorções.
Eficiência Operacional X Impacto Estratégico
Outro ponto levantado pelo estudo é que 57% das empresas avaliam o sucesso da IA com base apenas na eficiência operacional, deixando de lado sua relevância estratégica. Isso significa que, para a maioria das organizações, a IA tem sido utilizada como uma ferramenta para otimizar processos internos, mas sem explorar plenamente seu potencial na geração de insights e inovação.
Dessa forma, a inteligência artificial ainda não está sendo aproveitada em toda sua capacidade para impulsionar vantagens competitivas e ampliar a criação de valor no longo prazo.
Como as Empresas Podem Superar os Desafios da IA?
Para que a inteligência artificial se torne um diferencial competitivo real, as empresas precisam adotar algumas medidas fundamentais:
- Estratégia de dados bem definida: A qualidade da IA depende diretamente da qualidade dos dados. Implementar um modelo estruturado de coleta, armazenamento e processamento é essencial.
- Políticas rigorosas de governança: Transparência, segurança e conformidade regulatória precisam estar no centro das iniciativas de IA para evitar problemas futuros.
- Capacitação da equipe: Profissionais precisam estar preparados para lidar com os desafios da IA e garantir que seu uso esteja alinhado com os objetivos organizacionais.
- Monitoramento contínuo dos impactos: Além da eficiência operacional, é necessário avaliar como a IA contribui para inovação, competitividade e geração de novas oportunidades de negócio.
Embora a inteligência artificial seja vista como um caminho inevitável para o futuro das empresas, a falta de planejamento e governança tem impedido muitas organizações de colher os frutos esperados. O aumento dos investimentos demonstra um interesse crescente pela tecnologia, mas sua implementação eficaz exige estruturação, transparência e um alinhamento estratégico mais profundo.
Sem esses fatores, a IA pode representar mais riscos do que benefícios, reforçando a necessidade de uma abordagem mais planejada e orientada para resultados de longo prazo.
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