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terça-feira, julho 1, 2025
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Como evitar a Obsolescência tecnológica: estratégias para modernizar sistemas legados

A Obsolescência tecnológica tornou-se uma das maiores ameaças à continuidade e competitividade de empresas brasileiras. Sistemas legados, construídos décadas atrás em arquiteturas ultrapassadas, ainda sustentam operações críticas em bancos, governos, operadoras de telecom, seguradoras e indústrias. Muitos desses sistemas não apenas dificultam a inovação como representam riscos operacionais, regulatórios e de segurança. Atualizá-los, portanto, é uma questão estratégica.

Modernizar não é simplesmente trocar o antigo pelo novo. Trata-se de avaliar riscos, dependências, arquiteturas, integrações e o impacto sobre processos críticos. Executivos de TI enfrentam o desafio de migrar sistemas centrais sem interromper negócios. Este artigo aborda as melhores estratégias para conduzir esse processo, as tecnologias disponíveis e os erros que devem ser evitados.

Por que os sistemas legados ainda existem?

Apesar dos avanços da computação em nuvem, APIs modernas e arquiteturas serverless, muitos sistemas antigos permanecem em uso. As razões incluem:

  • Custo de substituição elevado: Refazer ou migrar sistemas pode custar milhões e demandar anos.
  • Conhecimento concentrado: Muitas vezes apenas alguns profissionais conhecem o código e lógica do sistema.
  • Risco de interrupção: Mudar sistemas em produção pode impactar diretamente serviços essenciais.
  • Integrações complexas: Sistemas legados geralmente estão conectados a dezenas de outros sistemas.
  • Falta de planejamento contínuo: A modernização é adiada ano após ano por falta de visão estratégica.

Sinais de que o sistema está obsoleto

Nem sempre é fácil convencer a liderança de que um sistema deve ser atualizado. Aqui estão alguns sinais críticos:

  • Alta taxa de incidentes ou indisponibilidades
  • Custos crescentes de manutenção
  • Dificuldade para integrar com APIs modernas
  • Problemas de compatibilidade com navegadores e sistemas operacionais atuais
  • Dependência de profissionais que já se aposentaram ou deixaram a empresa
  • Baixa escalabilidade
  • Vulnerabilidades de segurança não corrigidas
  • Falta de conformidade com leis como LGPD

Esses fatores não apenas comprometem a inovação como expõem a empresa a multas, perdas de receita e danos à reputação.

Estratégias para modernizar sistemas legados

A atualização de sistemas legados pode seguir múltiplas abordagens, e a escolha depende do contexto técnico e de negócios. As principais estratégias incluem:

1. Rehosting (Lift and Shift)

Migrar o sistema como está, trocando apenas a infraestrutura (ex: de servidor local para nuvem). Rápido, com baixo custo inicial, mas não resolve limitações estruturais.

2. Replatforming

Manter a lógica do sistema, mas atualizar o ambiente de execução. Por exemplo, mover de um banco de dados proprietário para um banco moderno e escalável.

3. Refatoração

Reescrever partes do sistema para torná-lo mais modular, escalável e manutenível, sem mudar funcionalidades.

4. Rebuild ou Rewriting

Reescrever o sistema do zero, aproveitando funcionalidades, mas usando arquiteturas modernas. Alto custo e risco, mas flexibilidade total.

5. Encapsulamento

Criar APIs em volta do sistema legado, permitindo integração com soluções modernas sem alterar o core.

6. Substituição completa (Replace)

Abandonar o sistema e adotar uma solução pronta (COTS ou SaaS), com adaptação de processos internos.

7. Hibridismo

Manter parte do sistema antigo e desenvolver módulos novos em paralelo, integrando ambos por middleware ou APIs.

Cada abordagem tem vantagens e riscos. O papel do CIO é liderar essa escolha com base em critérios técnicos, financeiros e estratégicos.

Tecnologias que viabilizam a modernização

A transformação dos sistemas legados só é viável graças a novas ferramentas e paradigmas de TI, como:

  • Cloud Computing (AWS, Azure, GCP): oferece escalabilidade e elasticidade
  • Containers e Kubernetes: isolam aplicações legadas e facilitam deploys modernos
  • Microsserviços: permitem dividir sistemas grandes em componentes independentes
  • APIs RESTful e GraphQL: viabilizam integrações e digitalização de serviços
  • DevOps e CI/CD: aceleram ciclos de entrega e testes com automação
  • Ferramentas Low-Code: permitem criação de interfaces modernas para sistemas antigos
  • Observabilidade e APM: ajudam a identificar gargalos e falhas ocultas

Essas tecnologias não só tornam a transição mais segura, como criam uma base sustentável para inovação contínua.

Erros comuns a evitar

  • Subestimar a complexidade técnica e cultural da mudança
  • Falta de alinhamento com as áreas de negócio
  • Escolha de fornecedores sem experiência em ambientes legados
  • Projetos muito longos e pouco incrementais
  • Ignorar requisitos regulatórios (como LGPD, PCI-DSS, ANATEL)
  • Não documentar o legado antes da mudança

A governança do projeto deve prever gestão de riscos, planejamento contínuo e métricas claras de sucesso.

O papel da liderança de TI na transição

Atualizar sistemas legados é um dos movimentos mais sensíveis que um CIO pode liderar. Envolve:

  • Construir um business case claro, com ROI estimado e riscos mitigados
  • Estabelecer uma arquitetura de transição, com fases bem definidas
  • Engajar times de desenvolvimento e operação desde o início
  • Promover uma cultura de mudança dentro e fora da TI
  • Manter diálogo contínuo com stakeholders e usuários

Lideranças que entendem o papel da TI como motor de negócio têm mais sucesso ao posicionar a modernização como uma vantagem competitiva.

Casos de sucesso: empresas que modernizaram e venceram

  • Banco Itaú: utilizou uma estratégia híbrida de encapsulamento + microsserviços, permitindo digitalizar a experiência do cliente sem desativar sistemas centrais.
  • Telefônica/Vivo: reescreveu sistemas de billing em arquitetura de microsserviços, integrando com APIs públicas e acelerando o go-to-market.
  • Caixa Econômica Federal: investiu em cloud privada com arquitetura orientada a eventos, permitindo escalar sistemas de crédito e habitação.
  • Grupo Fleury: modernizou seu sistema legado com foco em APIs e agilidade para lançar novos serviços digitais na área de diagnósticos.

Essas empresas mostraram que é possível inovar sem colocar em risco a operação.

A Obsolescência tecnológica é uma escolha

A Obsolescência tecnológica não é um destino inevitável. É, muitas vezes, fruto da inércia organizacional. Atualizar sistemas legados requer coragem, visão e capacidade de execução. Mas é também uma oportunidade de reposicionar a TI como área estratégica, impulsionando inovação, eficiência e valor para o negócio.

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